Capítulo 47

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- Sr. Dacker, espero que fique calmo e não se desespere. – Sr. Torres diz e tudo o que eu quero é bater nele.

Acharam um corpo, acharam um corpo e provável que seja de Ayla. Eu estou desesperado, despedaço e não consigo pensar racionalmente.

- Venham comigo por favor. – O legista diz entrando na sala de espera e nos leva até uma sala. Antes que eu possa entrar, vejo pelo vidro um corpo coberto e eu coração se estraçalha.

Não pode ser ela, não apenas dois meses ao meu lado.

- Vamos entrando, já faz 30 horas que o corpo está morte, está inchado e em composição, vai ser um pouco difícil reconhecer mas vamos tentar fazer o possível, não temos o dna dela para comparar. Tente olhar para ver se ela tem alguma marca de nascença ou qualquer coisa similar. – O médico legista diz e eu apenas aceno concordando e rezando para que assim que ele tire o pano, eu não veja minha mulher ali embaixo.

Ele aos poucos vai dobrando o lençol e um corpo inchado, com várias marcas roxas e verdes aparece nu. Mal dá para reconhecer, a cor dos cabelos são os mesmos, então me concentro em olhar para o corpo. Minhas mãos e pernas tremem, mas preciso ter certeza, preciso saber para continuar a procura-la.

- como ela morreu? – crio coragem para perguntar.

- Tem escoriações no pescoço, como encontramos a intimidade dilacerada, creio que depois de estrupada, usaram um fio para enforca-la. – Ele diz. – O bebê ela perdeu antes de morrer, creio que durante o ato hediondo.

- Bebê? – pergunto.

- Sim senhor, encontramos resíduos no útero dela. – Ele diz e chego respirar fundo.

- Não é ela sr. Torres.

- é, me lembro do depoimento. Ela tirou o útero e não pode ter filhos, não é mesmo? – ele pergunta e concordo.

Aliviado por não ser ela, nos despedimos do doutor e saímos do IML.

Em vez de ir para a empresa, decido ir para casa. Não estou em condições de voltar a trabalhar. Chego na mansão e ela está em silencio, sem Ayla e sem Malich.

Vazia assim como eu.

Me sento no sofá e retiro minha gravata, mal da tempo de eu poder sequer pensar em descansar quando meu celular toca com o número do sr. Torres.

- Sr. Dacker? Onde o senhor está? – ele me pergunta parecendo nervoso.

- Acabei de chegar em casa. – Digo.

- Vá para a delegacia central, parece que descobriram onde Ayla esta. – Ele diz e meu coração se acelera.

- Onde ela está? Como descobriram? – pergunto esperançoso.

- Parece que um homem estava fazendo trilha fora da cidade e passou por uma fazenda, ele disse que viu uma mulher e ela ficou desesperada quando o viu e mandou ele fugir antes que o vissem. O homem disse que a mulher ficou com muito medo e disse para ele ir à polícia.

- Pode ser minha Ayla, estou indo para lá.

- Quando chegar eu já terei colhido o depoimento dele. – sr. Torres diz e eu desligo a chamada.

Não me importo em colocar a gravata de volta, apenas pego minha chave e saio de casa imediatamente.

Meus seguranças que ainda estava do lado de fora, não haviam guardado o carro ainda, então apenas aviso que vou sair e logo eles estão me seguindo.

Dirijo o mais rápido que eu posso, mas para mim os 20 minutos até a delegacia central pareceu horas.

Assim que estaciono e entro, vejo o sr. Torres vindo na minha direção com vários homens ao seu encalço.

- Confirmamos, mostramos uma foto dela ao homem e ele disse que era a mesma mulher. Estamos indo resgata-la agora antes que seja tarde demais. – Ele diz e eu me desespero.

- Tarde demais? Há algo errado?

- Ela está armada.

Apaixonado por uma interesseiraOnde histórias criam vida. Descubra agora