Capítulo 26

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AYLA:

Olho para o meu pequeno que eu estava morrendo de saudade, deitado em minha cama esparramado. Aliso seus cacheados e loiros, e sorrio tentando me manter acordada.

O dia foi agitado com esse pequeno aqui no apartamento. Eduardo, o segurança, veio acompanhado de outro homem que vai auxilia-lo na nossa proteção e trouxe um baú enorme de brinquedos para Malich.

Mesmo dando uma implicada com David, Malich fez questão de mostrar todos os seus brinquedos para ele e o manter por perto. David pareceu não se importar de ficar ali e conversar com meu filho.

Sei das poucas informações que ele tem sobre mim, provavelmente deve estar confuso. Um dia eu falo que não posso ter filhos e depois apareço com um a tiracolo, falo sobre minha vida no orfanato e depois o homem que ele achava ser meu professor, aparece como meu pai.

Uma interesseira, que é filha de um magnata bilionário, sorrio pensando nisso.

As coisas não poderiam ser mais diferente do que aparenta ser.

Talvez se minha mãe tivesse aguentado só mais um pouco, as coisas não seria como são agora.

Decido parar de pensar naquela mulher e me deixo pegar no sono.

Um sonho leve, é tudo o que eu sempre desejei, mas minha noites nunca são assim. Ou são noites em que durmo pesado, cansada da vida e sem sonho algum, ou são noites em que não consigo pregar os olhos preocupada com o perigo ou que se pode acontecer. Nunca um meio termo.

Igual a essa noite, acordo com o raiar do sol na janela, na qual as cortinas se encontravam abertas já que não as fechei noite passada.

Me levanto com o corpo relaxado depois de me espreguiçar na cama e fecho as cortinas para que Malich possa dormir um pouco mais.

São 6h da manhã, não conseguirei dormir mais, então vou para o banheiro e faço minha higiene colocando um vestido florido. Não saio do quarto. Apenas pego meu notebook e me sento na poltrona verificando o preço das passagens para Maldivas.

Sempre que posso faço isso. Meu sonho é levar papai e Malich para lá, um sonho impossível. Mas que eu tenho fé, porque quando eu me ver livre, vai ser a primeira coisa que vou fazer.

Olho para aquelas fotos do paraíso e acabo deixando que algumas lagrimas caem.

Por que a vida é tão injusta? Como algo pode ser tão belo assim fazendo parecer que não existe podridão no meio?

Já estive em Maldivas uma vez, mas tudo o que vi foi a vista por uma janelinha antes de eu ser sedada.

Respiro fundo e tento esquecer o ocorrido.

Vou na aba de documentos do notebook e abro aquele que mais se parece um diário. Escrevo mais um pouco tudo o que eu me lembro, sempre deixo algo passar, e sempre tenho que voltar para acrescentar algo.

Esse é o lugar do qual que eu tive coragem de falar sobre minha vida, mas eu escrevo tão pouco ali porque há muitos detalhes que não se pode colocar em palavras e muito menos o que eu sentia.

Passo algum tempo escrevendo lembranças e só então fecho o documento que é salvo com senha e saio do quarto descendo as escadas.

Vou para a cozinha preparar o café da manhã e quando começo a mexer nos armários ouço a porta da frente se abrindo, minutos depois, David entra com uma sacola com a marca da Cartier e sorri quando me vê.

- O que está fazendo? – ele pergunta.

- O café da manhã, posso perguntar o que é isso? – falo apontando para a sacolinha e ele sorri novamente.

Apaixonado por uma interesseiraOnde histórias criam vida. Descubra agora