Capítulo 43

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DAVID DACKER:

Abro meus olhos lentamente. Vejo tudo branco e borrado, ouço um bip de máquina e um incomodo no peito.

- Sr. Dacker? Ele acordou... está me ouvindo sr. Dacker? Eu sou o sr. Torres, estou cuidando do seu caso e do de Ayla. – O homem diz mas não consigo responde-lo.

- água. – Peço por causa da minha boca seca.

- O médico já está vindo, ele vai examinar você e acho que já vai poder beber sua água. – Ele diz e quase na mesma hora a porta se abre.

Um médico entra e já vem direto medindo meu pulso.

- Sr. Dacker, que bom que acordou, está sentindo alguma dor? Algo diferente?

- água... – é a única coisa que eu consigo dizer com a boca seca.

- Oh sim, esta desidratado por causa do medicamento. – Ele fala e pega uma jarra de água que estava ali e serve em um copo. – Beba devagar para não engasgar.

Faço como ele pediu e bebo o copo todo.

- Consegue me responder agora?

- Sim, eu estou com um incomodo no peito, mas sem dor. – Falo percebendo que a minha voz está rouca.

- Entendo, não está doendo por causa dos remédios. O senhor levou um tiro no peito e teve que passar por uma cirurgia, levou 4 pontos externos e 5 internos, foi um ferimento pequeno e vai deixar somente uma cicatriz pequena e avermelhada no local.

- E Ayla? Como está? – pergunto, só com ela que eu me importo.

- Ela está bem sr. Dacker, passou o dia de ontem cuidando do funeral de Vincent Morgan, dormiu a noite aqui no hospital com você e hoje de manhã foi pro funeral, a essa hora já devem estar enterrando o corpo.

Olho para o teto, queria estar ao lado dela. Imagino o quanto ela deve estar sofrendo.

- Vou examinar você mais um pouco, te levar para fazer alguns exames e depois o senhor pode ficar tranquilo, acho que dentro de 24 a 48 horas o senhor já pode ser liberado e ir para casa.

O médico diz e eu concordo.

Faço todos os exames que ele pede e logo chega o horário do almoço. Como minha comida sozinho no quarto, já que sr. Torres saiu.

A todo momento eu fico pensando em Ayla, se ela está bem ou se está tendo dificuldades com tudo.

Vincent Morgan era um pai para ela.

Respiro fundo e acabo minha comida, logo uma enfermeira vem recolher o prato e trocar os curativos.

A tarde passa lentamente e todo o ocorrido se passa em minha cabeça.

Como ela aguentou tudo isso por anos? O que eu li ou o que ela me disse, eu sei que são parte do que aconteceu. Seu dia a dia, ser obrigada a aceitar o toque de outros homens.

Agora eu entendo a frieza que ela demonstra algumas vezes, como ela age, tudo isso vem do que ela passou.

Solto um suspiro e pego meu celular que estava em uma mesinha ao lado cama.

Todos ficaram sabendo do que aconteceu e muitas pessoas estão se desdobrando na empresa para dar conta de tudo. Fico ali resolvendo algumas questões, atendendo chamadas e respondendo e-mails.

As horas vão passando e fico concentrado em trabalhar o máximo que eu consigo e posso nessa cama de hospital.

- O que está fazendo? – ouço a voz dela e paro tudo imediatamente para olha-la.

Apaixonado por uma interesseiraOnde histórias criam vida. Descubra agora