Capítulo 40

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Aqui esta gente, confesso que dei uma chorada escrevendo esse capitulo.


DAVID DACKER:

Ayla me olha surpresa e eu apenas a puxo para mim.

- Eu não sei como ou quando começou, mas eu me encantei por você na primeira vez que eu te vi. Naquela boate, aí depois de chamar sua atenção, ir pro se apartamento, a gente transar e você simplesmente meter um pé na minha bunda, eu me pegava pensando em você. Não foi muito, mas quando te encontrei naquela loja e você parecia não se lembra de mim, algo aflorou, te agarrei naquele provador, coisa que eu nunca faria e depois novamente você me dispensou e brava, acredito que por causa da ligação. Eu não parei de pensar em você, eu pensava mais e mais, então do nada você vira minha secretaria e meu sentimento começa a crescer ainda mais, você me ignorava e mais ainda eu te queria. Depois veio tudo isso, eu nunca te deixaria para trás, por que para eu ir eu preciso levar meu bem mais precioso comigo. Você Ayla, você é quem me encanta, me estressa, me deixa louco. Faz tanta coisas comigo que se isso não for amor eu não sei o que é. – falo enquanto a aperto em meus braços. – Tudo o que você está me contando só faz meu amor por você crescer, só prova o quão forte você é por passar por tudo isso e ainda conseguiu criar uma criança apesar de tudo. Não existe ninguém igual a você nesse mundo.

Ayla se aperta a mim e continua a chorar, ela segurou as lagrimas por muito tempo. Eu no lugar dela não sei o que faria. Ser estrupada e depois ter que deixar que os outros abusassem dela por anos, ver uma amiga, irmã, morrer na sua frente e criar uma criança sem saber por onde começar e nem como protege-la. Ir para um lugar desconhecido longe das pessoas que ama só para não as machucar. Agora que finalmente possa estar acabando, todos os sentimentos que ela deveria ter tido vem com tudo e isso pode ser tão perigoso para ela, quanto o que ela já teve que enfrentar.

Isso pode acabar com ela, a machucar de uma maneira que Stela nunca conseguiu.

- Eu vou cuidar de você Ayla, eu juro. – Prometo a ela, não quero mais ver aqueles sorrisos falsos que eu sempre via em seu rosto.

Quero vê-la sorrir verdadeiramente.

- Eu quero meu bebê, onde ele está? – ela pergunta.

- Ligue para sua casa, ele está lá. – Falo apontando o seu celular sobre a mesinha. – Vou pegar algo para você comer e se quiser depois te levo para casa ou pode pedir para trazerem Malich aqui.

Ela concorda e eu saio do quarto indo até a lanchonete do hospital. Compro alguns lanches naturais e sucos para ela e volto para o quarto.

- Obrigada Donavan, vou esperar você aqui. – Ouço Ayla dizer ao telefone assim que eu entro, encerrando a chamada. – Ele está bem, está com Donavan e os seguranças, pedi que o trouxessem para mim, não acho seguro ele ficar lá com eles sozinho.

- Ah, não sabia que estavam aqui. – Ouvimos uma voz e o médico entra segurando uma prancheta. – Mas que bom que estão, mas cedo suspendemos o sedativo e a qualquer momento ele pode acordar. Espero que ele fique mais calmo, ou teremos que seda-lo novamente. – O médico vai falando e para ao lado de Vincent medindo seus batimentos cardíacos. – Ele está acordando. – O médico diz e eu e Ayla nos colocamos ao seu lado.

Ayla pega em sua mão e depois de alguns segundos, Vincent começa a abrir os olhos, sua visão desfocada começa a se ajustar depois de alguns segundo e como se a sentisse, ele olha diretamente a Ayla e não desvia o olhar em nenhum momento.

- Minha menina, você está bem. – Ele diz e uma grossa lagrima escapa de seus olhos.

- Estou bem, o senhor também. Precisamos ir logo para casa, agora tudo está acabando e podemos ficar em paz. – Ela diz chorando para ele. – O senhor cuidou de mim como ninguém nunca fez antes, agora eu vou cuidar do senhor.

Sinto um aperto de vê-los assim, mas ele é a única família dela. Vincent parece fraco, pálido. Mas ainda sim sorri para ela.

- Menina boba, me acha velho? Eu não preciso de ninguém cuidando de mim, você tem um filho e agora um namorado, não precisa ficar se preocupando comigo. – Ele diz e ela sorri para ele em meio as lagrimas.

- Mas o senhor é meu pai, eu nunca te abandonaria, vai ficar velhinho do meu lado e eu vou ter que trocar suas fraldas. – Ela diz.

- Eu te amo sabe disso não é Ayla? Você chegou na minha vida quando eu estava sozinho, me fez companhia. Eu só queria te tirar daquele lugar, eu sofria ao ver o que eles fazia com a minha garotinha. Mas eu sabia que se te levasse embora, nunca me perdoaria por te obrigar a lagar suas amigas lutando sozinhas. Eu só queria ver você feliz de verdade, só queria que minha filha pudesse sorrir. – Vincent diz angustiado. – Eu nunca vou me perdoar, apesar de tudo que eu tenho, me sinto impotente, fraco. Ver você lutar e ajudar só um pouco. Eu não queria que minha garotinha assustada, que veio até mim com 16 anos se machucasse. Você ainda é só uma menina.

Deixo que minhas lagrimas caem também. Até mesmo o médico parece abalado com as palavras dele, mesmo sem saber sobre o que ele diz.

O celular de Ayla começa a tocar, mas ela não da atenção, apenas acaricia a mão dele.

- O senhor me deu amor, foi o que me fez sobreviver por todos esses anos. Foi o que salvou minha vida. – Ela diz enquanto o celular toca insistentemente, então ela olha para o visor. – é o sr. Torres, pode atender e colocar no vivo a voz para mim David? Não quero largar a mão do meu pai.

Concordando faço o que ela pede e seguro o celular perto dela.

Antes que o homem possa falar algo do outro lado da linha, vejo Vincent sussurrar um "eu te amo" para Ayla e é aí que tudo muda.

- AYLA!! EM QUE QUARTO VOCE ESTA? ESTAMOS ENTRANDO NO HOSPITAL, STELA VEIO ATRAS DE VOCE, AYLA!! SE ESCONDA AGORA... – antes que ele possa terminar, a porta do quarto se abre e Stela entra armada.

Deixo o celular cair e puxo Ayla para trás de mim, me colocando em sua frente.

- Não adianta protege-la, eu vou te matar sua desgraçada mas primeiro...- ela diz apontando a arma para Vincent na cama. – Vou tirar sua fonte de renda.

Um grito doloroso sai da garganta de Ayla e em seguida três disparos são ouvidos.

Só consigo pensar em proteger Ayla que grita e tenta ir para o corpo de Vincent que está com os olhos abertos estáticos e olhando diretamente para Ayla, morto.

Ayla grita, chora. Se desespera. O médico ao lado da cama treme, mas não se mexe.

- Agora é você... – ela mira sua arma e quando seu dedo aperta o gatilho eu empurro Ayla para o chão e sinto meu peito arder antes mesmo de ouvir o disparo da arma.

Minhas pernas fraqueja, e eu caio no chão com Ayla ainda gritando ao meu lado. Logo vários disparos são ouvidos, mas ele não acertam Ayla. Ouço o barulho de um corpo caindo e só aí vejo Stela morta em cima de uma poça de sangue.

Ayla está segura, eu mantive minha promessa.

Penso antes de fechar meus olhos.

Apaixonado por uma interesseiraOnde histórias criam vida. Descubra agora