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Eu estava extremamente assustada com tudo aquilo. Claro que qualquer um ficaria, mas tudo se complica quando já se sofre com depressão, ansiedade, pânico..
Fiquei sem reação nenhuma quando recebi aquele abraço, era realmente tudo oque eu precisava. Só não esperava ser em um momento tão repentino e de uma pessoa tão.. Estranha? E totalmente desconhecida por mim.
Apesar de meus pensamentos estarem a mil, minha voz esta trancada. Eu não consigo falar, nem mesmo me mover direito.. Se é normal? É apenas o meu medo, o meu pânico.
Agora eu estou aqui na parte de baixo da empresa, mesmo com pouco tempo de serviço conheço bem os cantos daqui.
Eles me disseram que iriam subir lá em cima para terminar o assalto, e que quando voltassem iríamos para "o lugar". Eu achei estranho, mas quem sou eu para falar algo? Um refém, que deve agradecer ( ou não) por não ter morrido como várias outras pessoas.
[...]
Passaram-se umas 1 ou mais horas que eu estou aqui ainda jogada no chão, eles estão demorando demais. Estou achando suspeito..
Eu escuto um barulho de tiro, e rapidamente dou um pulo pelo susto.. Não sou acostumada com isso.
Em pouco tempo, eu vejo vários clarões e os barulhos de tiros aumentar, como se estivessem trocando tiroteio ou tentando explodir algo a base de balas. Eu estou ficando mais assustada, e não há ninguém aqui..
E em meio desse caos todo, me lembro do meu celular.. Não sei onde está, mas onde quer que esteja deve ter descarregado a bateria.
Ouço passos rápidos e risos, olho para a escada e com a baixa iluminação consigo ver vários corpos.. A maioria femininos, e todos de roupas pretas.
- Vamos? - eu reconheci a voz que escutei minutos atrás, do garoto que me fez refém e me ajudou..
- Para onde vamos? - eu tomei coragem para perguntar. Minha voz saiu trêmula, levantei a cabeça e logo após a fala abaixei-a novamente.
- Para a nossa "casa".- Uma ruiva/loira sei lá, não sei ao certo. Mas um alta de olhos claros disse isso.
- Não é bem uma casa, é nosso local de trabalho. E bom, onde passamos a maior parte do tempo. - uma morena de pele bronzeada e cabelos cacheados disse.
- Acho que já está bom de informações, certo? Vamos logo, e quando chegarmos lá te apresentamos todos e tudo. - O mesmo garoto disse.
- Ei! Espera, não me disse seu nome ainda.. - eu disse com receio para o menino, o mesmo que apontou a arma para a minha cabeça mais cedo.
