O pôr do Sol

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Lena Luthor

O vento batia em meu delicado rosto, minhas gargalhadas se misturavam com aquela gargalhada gostosa que a mulher que me segurava e rodava comigo dava. Meus pés se mexiam inquietos no ar, meus cabelos caiam sobre meus olhos. Tentei tirar do rosto, mas o vento não permitia. Eu não conseguia ver o rosto de quem me rodopiava, só via o sorriso dela, e era o sorriso mais lindo e amoroso que já vi na vida.
 
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O medo me aterrorizava enquanto eu olhava para baixo. Estava tão alto, tão alto. E eu era tão pequenina para estar ali, mas fechei o semblante para pôr medo no medo, segurei as rédeas com força, apertei minhas perninhas curtas no Chocolate e bradei determinada:

- Vamos, Chocolate!

Olhei para frente, uma mulher incrivelmente bela sorria confiante para mim.

- Ela é sua filha, o gene não nega! -Gritou de lá com um sorriso no rosto.

Senti alguém segurar meu corpo por trás, não conseguiu ver o rosto, mas o calor daquela pessoa na minha pele me fez relaxar e me sentir segura. Eu não iria cair, não ia mesmo. A mão da mulher cobriu minhas pequenas mãos, ela tinha mãos delicadas, uma aliança com uma pedra de rubi enfeitava seu dedo anelar, uma fina pulseira de ouro branco estava em seu pulso.

Aconcheguei-me na mulher e senti novamente seu cheiro delicioso. Ela me deu um beijo na cabeça e o cavalo começou a cavalgar. Sua gargalhada ecoou pelo lugar, misturada com a minha. Ela tinha uma gargalhada tão linda e reconfortante.

- Mais rápido, mamãe, mais rápido, mais rápido!

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- Eu amo você, nunca se esqueça disso!

- Não, mamãe, não me deixa! Por favor, mamãe, MAMÃE, MAMÃE, EU NÃO QUERO IR, NÃO QUEROOOO, POR FAVOR, MAMÃE, MÃE...

 
Narradora
 
- MÃE! -Lena gritou e levantou assustada.

- Lena? -Kara também acordou assustada com o grito da morena.

Danvers observou à morena. Ela tremia inteira, seus lábios estavam trêmulos e sua respiração agitada e para piorar as luzes da empresa piscavam sem parar. Devia estar acontecendo algum problema na energia elétrica do lugar, Kara constatou. Ela pegou uma água para a mulher e lhe ofereceu. Ficou preocupada com o estado da amiga. Lena bebeu a água devagar e respirando profundamente, aqueles sonhos estavam recorrentes e lhe tirando a paz.

- Está melhor? -A loira perguntou depois de alguns minutos.

- Sim, obrigada. Você ainda está aqui! -Lena disse abrindo um sorriso tímido.

- Não deixaria você sozinha por nada nesse mundo.

A morena analisou o rosto da mulher.

- Você teve um pesadelo e acordou gritando a Lilian. Quer conversar sobre o que aconteceu?

Lena respirou fundo, se preparando para dividir o que estava acontecendo nos últimos dias.

- Eu não estava sonhando com Lilian. Era... Acho que era minha mãe biológica –hesitou e mordeu o lábio inferior- Era minha mãe biológica. Mas, Kara, é tão confuso. São sonhos estranhos e muitas vezes misturam a realidade com a fantasia e não sei o que é real.

Levantou e passou a mão para desamassar a roupa. Voltou seu olhar para a loira.

- Eu nem mesmo vejo seu rosto. Só consigo me sentir bem nesses sonhos, mas eles sempre terminam da mesma forma, ela me deixando, me abandonando. O que é totalmente fora de contexto, porque ... –Lena parou para pensar e fez uma adorável cara confusa- Lilian me disse que ela morreu, mas... eu nem sei o que houve com ela e sempre tem uma outra pessoa no sonho e...- Lena olhou para Kara e percebeu que a amiga estava realmente interessada na história- eu me sinto bem. Mas tenho a sensação estranha que são de outra realidade, outro... universo! Que estão precisando de mim, que me chamam e esperam por mim.

O preço do amor verdadeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora