O preço do amor verdadeiro

Pequeno milagre

Storybrooke

- Kara? Onde está a Kara? O que vocês fizeram com ela? –Lena perguntava fitando a morena com raiva.

Regina levantou-se também e tentou segurar as mãos da cientista, mas ela afastou-se das mulheres e posicionou-se do outro lado do quarto com a expressão fria e imparcial dos Luthor’s.

- Calma, Lena. Iremos explicar tudo a você. –Emma disse tentando amenizar a situação. Já havia se preparado para aquilo. –Que tal eu fazer um chá e todas sentarmos para tomarmos e conversar...

- Lena! -Henry gritou da porta do quarto.

A morena mais jovem olhou para o rapaz com uma feição confusa. O reconhecimento foi acontecendo aos poucos, ainda estava confusa para estabelecer qualquer conexão com o garoto.

Henry correu até a irmã e a puxou para seus braços lhe apertando junto ao seu corpo. Lena estranhou no início e se sentiu incomodada com aquela recepção calorosa do “desconhecido”, tentou se afastar dele, mas ele interpretou errado e levantou a mulher nos braços e rodou com ela pelo quarto como fazia quando ela era criança, quando se fez satisfeito colocou ela no chão e começou enchê-la de beijos, até ela se afastar abruptamente assustada abraçando o próprio corpo, tremeu dos pés a cabeça, lembrando-se que horas atrás quase havia sido violentada. Ele olhou sem entender e perguntou:

- Está tudo bem, Len?

- Me desculpa, eu... Só me deem um tempo, por favor. As coisas ainda estão muito confusas na minha cabeça. Podem me deixar um pouco sozinha?

Regina quis intervir, mas Emma conhecia a sensação de se descobrir em Storybrooke, aquele pedido-ordem da filha era compreensível e ela precisava mesmo ficar sozinha. Olhou para a esposa e antes que Mills abrisse a boca para protestar, ela antecipou:

- Claro. Fique o tempo que precisar, quando estiver pronta para conversar, estaremos lá embaixo. Fique à vontade e leve o tempo que precisar, te chamaremos na hora do jantar, e naquele closet você pode ficar à vontade para escolher qualquer roupa, o banheiro é ao lado –Emma foi até uma das gavetas dentro do closet e trouxe várias combinações de lingeries- essas roupas intimas são novas, aqui. –Entregou à morena- E sobre a Kara –franziu o cenho sem saber quem é- Não sabemos quem ela é, mas acredito que esteja bem.

Lena olhou as duas ainda com uma expressão fria escondendo seus temores e acenou fraco.

- Obrigada! –Disse com uma falsa firmeza na voz.

Regina se aproximou e depositou um beijo na testa da filha e sussurrou:

- Eu amo você, meu pequeno milagre! Se precisar de alguma coisa, estarei ao lado. Fique bem!

Aquilo tocou tanto Lena que escorreu uma lágrima de seu rosto quando as mulheres saíram. Olhou ao redor, reconhecendo o ambiente. Se viu correndo de fraldas com uma calcinha na cabeça pelo quarto com Swan atrás de si soltando risadas exageradas e tentando pegar a filha para pôr meias amarelas com borboletas. Lena soltou uma risadinha por constatar que dificilmente uma criança de quatro anos lembraria daquilo, com certeza suas lembranças não eram só suas, tinha de sua mãe morena no meio e agradeceu por saber distinguir quais eram suas e quais não eram.

A morena foi até a cômoda e pegou um porta-retratos de sua família. Estava Emma, Regina, Henry e um bebê nos braços da rainha, Elena. Lena fechou os olhos e se concentrou nas lembranças que vinham em sua mente.

Lena on

Lembranças

- Vem, meu amor, tenho um presente para você! –Minha mãe morena dizia andando comigo ao seu lado em um campo verde aberto.