Lena se levantou abruptamente, seu semblante era chateado e, vermelha, indagou:
- Você está grávida?
Regina levou seu olhar assustado à filha. Os olhos verdes estavam marejados e em fúria. Lena largou a caneca no chão e saiu em disparada dali Mills levantou-se rapidamente para seguir a filha, mas caiu sentada novamente ao sentir uma forte tontura. Regina respirou fundo algumas vezes e conseguiu ficar de pé e seguir em direção à sala, mas tudo o que viu foi o vulto do casaco da filha e a porta bater rudemente, quis ir atrás da outra morena, mas outra onda forte de enjoo veio e a rainha correu para o banheiro e começou a vomitar violentamente.
Lena apertou o casaco fortemente, pegou o celular e enviou uma mensagem para a namorada avisando que estava bem, mas precisava de um tempo sozinha para pensar. A morena sentiu seus olhos arderem e liberou algumas lágrimas, as ruas estavam desertas, se fosse em outros tempos talvez temeria andar sozinha por ali, mas agora não, além de ser de uma poderosa bruxa, era a filha da Rainha. Ninguém ousaria mexer com a filha da Rainha.
Filha da Rainha. Filha de uma mulher que nunca conseguiu conversar por 10 minutos sem se machucarem no caminho. Lembrava exatamente da última vez que disse que a amava. Uma criança de 5 anos não deveria lembrar de quase nada, mas ela lembrava. Estava chorando desesperada no colo da morena implorando para ela não a deixar, não a abandonar, mas Regina a deixou, a abandonou. Hoje ela entendia que naquele momento ela estava protegendo-a, mas o sentimento que carrega no peito é de abandono e agora sentia-se novamente abandonada.
Lena chegou à Torre do Relógio e foi entrando, entrou na parte de trás, que dava acesso a uma escada e foi subindo até chegar ao topo, onde se encontrava o sino. O lugar era um caos, vários equipamentos jogados e revirados, em uma distração da morena, pisou em falso e se desequilibrou caindo em cima de alguns equipamentos de manutenção do relógio.
- Ai! -Gemeu de dor. Levantou-se e viu o corte profundo em seu braço, procurou algo para estancar o sangue, encontrou um pedaço de tecido e enrolou o braço como pode.
Seu celular começou tocar, sacou de seu casaco e viu mensagens de sua namorada.
My Hero: O que aconteceu? Ouvi você gemer de dor. Você está bem?
Lee: Estou bem, amor. Só tropecei, me desequilibrei, mas estou bem.
My Hero: Tem certeza de que quer ficar sozinha? Não quer me falar o que aconteceu? Estou preocupada.
Lee: Não fique preocupada, por favor. Estou bem, só preciso de um tempo para pensar em tudo o que houve nos últimos dias.
My Hero: Tudo bem. Você sabe que se precisar de mim, é só me chamar ou mandar uma mensagem que vou correndo. Eu te amo!
Lee: Obrigada, meu amor. Eu também te amo!
Lena guardou o celular e foi sentar-se ao telhado. Olhou para o céu estrelado e deixou mais algumas lágrimas escorrerem, seu peito começou a doer e deixou os soluços virem à tona. Altos soluços dolorosos.
Lena havia percebido que a rainha estava diferente, os enjoos, o sono, a falta de apetite, as dores de cabeça, andava mais emotiva. Um bebê novinho em folha que daria a Rainha a oportunidade de viver tudo aquilo que não pode viver com ela. Lena sentiu inveja de Henry por ter sido criado pelas mães, no inicio poderia ter tido somente Regina, mas depois veio Emma e foi, acima de tudo, amado pelas mães, recebeu os carinhos maternos, conselhos, teve um colo para ser fraco, teve alguém para ampará-lo quando caísse, mas Lena nunca teve aquilo, Lena não conseguia ao menos chamar Regina de mãe.
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O preço do amor verdadeiro
FanfictionLena Luthor e Kara Danvers são melhores amigas, mas a loira é completamente apaixonado pela morena. Mas há 3 grandes obstáculos entre elas: Lena namora o melhor amigo de Kara, o segredo de Supergirl e uma profecia. Qual o preço que elas terão de pag...