3 ∞ Você de Novo

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Eda Yildiz

Estou no baile, em um canto do salão em meio a penumbra e flertando descaradamente com um homem desconhecido extremamente atraente. Pode ser que eu esteja ousada demais, mas a verdade é que estou amando ser eu mesma, só Eda, sem sobrenome e nem passado.

Quando o homem se aproximou eu quase o reconheci, é estranho, mas parece que eu o conhecia de algum lugar. A máscara que estou usando é inteira rendada, linda, porém alguns detalhes dela atrapalham um pouco minha visão, a única certeza é de que o homem em questão é um pecado de tão bonito. Faz tanto tempo que não saio com alguém que acabo me deixando levar, só por essa noite vou viver tudo intensamente.

Em um ímpeto eu roço levemente minha boca na dele, tão leve que quase não dá para sentir. Ele entra no jogo e desliza suavemente os dedos pelas minhas costas nuas.

- Eu vou te beijar – ele avisa acariciando meu rosto.

Já estou com os olhos fechados, tremendo de antecipação e a Fifi chega bem agora. Que ódio!

- Priminha te procurei em todo o lugar, a Melek sumiu e me deixou sozinha – ela olha para o homem lindo que eu quase beijei e diz – Você poderia pegar algo para bebermos?

Ele sorri sem graça e sai sentido bar.

- Figen você me odeia? – reclamo com razão – Você não tinha hora melhor para aparecer não? – completamente frustrada é como estou.

- Eda vai começar a dança, e Mustafá bey vai dançar com a loira aguada da sua irmãzinha – ela faz uma careta.

- Nós não somos irmãs Fifi, e tudo bem é só uma dança sem importância mesmo – ela tenta argumentar, mas a música começa. No automático eu me aproximo da multidão que quer ver o casal dançando.

Eu olho para o homem que tem a loira nos braços e sinto uma pontada de inveja. Existem tantas coisas em minha vida que não consegui controlar, e me afastar dele foi uma das mais dolorosas, desvio o olhar, essa cena realmente me incomoda. Pego uma taça de champagne que um garçom passa oferecendo, fico envolvida em pensamentos do passado e quando percebo a música está quase no fim, volto o olhar para a pista de dança e nesse momento vejo Mustafá bey me olhando. É lógico que ele me reconhece, é simplesmente a pessoa que melhor me conhece no mundo, ou costumava ser, agora ele finaliza a dança e encontra um jeito de se afastar.

Eu quero tanto abraça-lo, mas não no meio dessa gente toda. Então ele surge vindo em minha direção, quando chega perto eu posso ver como está feliz em eu estar aqui, a minha felicidade também é genuína.

- Eda! – ele diz.

- Mustafá bey – eu ergo a taça na minha mão em um brinde solo – Poderoso chefão – eu rio.

Ele suspira.

- Sabe que não gosto que me chame assim – eu faço uma careta.

- Você parece ótima – ele diz me olhando com atenção – Apenas quem sabe esteja um pouco magra demais, porque não me avisou que estava vindo? – eu dou uma risada.

- Não se preocupe eu estou me alimentando direito, queria lhe fazer uma surpresa. Mas me diga e a sua saúde? Espero que esteja tudo bem – mudo minha expressão, eu sei que ele costuma esconder de mim quando tem algo errado – Eu não suportaria te perder.

Vejo nos olhos dele emoção e amor.

- Enquanto eu existir, sempre estarei com você minha florzinha. Eu estou bem e essa dança ... – ele fala mudando de assunto - eu sei que ela é especial, uma tradição. Não quero que fique chateada, eu amo a Cerem, mas ela nunca irá tomar o seu lugar – ele toca meu braço – Era para ser você comigo ali no centro do salão.

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