VERSÍCULO XV: História

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Os três deuses que estavam ajoelhados frente a Miguel, agora estavam em seus respectivos territórios.
O homem magro e careca, havia sido teleportado para as cordilheiras do Himalaia.

- " Sempre acabo retornando a sua nascente não é? "

Frente a nascente do rio ganges o homem se abaixa bara beber da pura água gélida enquanto pensa:

- " O rio, o homem e o destino partilham o mesmo cerne, seguir um curso que foi pré estabelecido por si mesmo, sendo puro em seu início, corrompido em seu curso e putrido em seu deságue, até se juntar a imensidão em seu final. O que aguarda o rio é o mar, o que aguarda o homem é a morte. "

Perdido em seus pensamentos o homem percebe uma fraca respiração próxima.
Se levantando com seus pés descalços tocando o alvo solo coberto de neve o homem se aproxima do som e se depara com um homem quase morto.
O colocando sobre suas costas, o homem parte montanha abaixo enquanto completa seu pensamento:

- " O que aguarda o destino? O que guarda o destino, creio que está seria a pergunta. "

O alpinista recobra rapidamente a consciência e questiona antes de desmaiar novamente:

- " Quem é você? "

Olhando para o homem sobre seus ombros o homem que foi chamado de espada de DEUS responde:

- " Eu acho que algum dia fui alguém, mas hoje eu não sou ninguém de importante, amigo! "

O homem que estava vestido com panos rasos aumenta sua velocidade, saltando montanha abaixo chegando em minutos a uma aldeia próxima.
Uma mulher de idade avançada o reconhece:

- " Monge! Há tempo eu não o vejo! "

O homem observa e se lembra, a última vez que eles haviam se encontrado aquela idosa era uma jovem moça.
A mulher reconhece também o alpinista que havia passado pela vila uma semana antes.
O monge entrega o alpinista para a mulher a confiando os cuidados.

- " Ele estava para morrer, mas quase alcançou o topo das cordilheiras. Cuide bem dele, ele é forte e corajoso, porém um ignorante. "

Dizia o monge enquanto se retirava.
A mulher agasalhando o alpinista então declara algo que ficaria permeado nós pensamentos do monge.

- " A morte é a certeza de todo homem, por isto eles realizam loucuras, por isto os homens são teimosos, destemidos e até mesmo ignorantes, pois a maior consequências que pode os afligir os acometerá de qualquer maneira. A morte é o destino e a motivação dos homens, monge. "

O monge observa o estrelado céu digerindo as palavras da mulher.
Acariciando sua longa barba o monge sorri e responde:

- " Eu acho que você pode estar certa... A motivação dos homens, não é? Bem, eu vou me retirar, foi bom te rever. "

A mulher observa as costas daquele magro homem e responde:

- " Infelizmente não posso dizer o mesmo, mestre. "

A mulher se lembrava de quando conheceu o monge.
Foi em uma situação identica aquela, ele descendo a montanha com algum aventureiro prestes a morrer de hipotermia sobre suas costas. A primeira vez ela era apenas uma criança, sua avó a contou que aquela não era a primeira vez que aquilo havia acontecido, quando a mesma era jovem ele também havia aparecido em situações semelhantes.
Da última vez que a senhora havia visto o monge ela tinha dezoito anos, e  por seus motivos o questionou:

- " Quem é você? Como você ainda tem a mesma aparência de anos atrás? "

Naquela ocasião o monge a respondeu:

- " talvez, algum dia eu fui alguém, mas hoje eu sou apenas um monge que ama a humanidade. "

A mulher sem paciência exigiu uma resposta do monge:

- " Você não me respondeu ainda! Que espécie de homem não envelhece mesmo após tanto tempo?  "

A mulher era jovem e sua mãe havia morrido por causa naturais havia pouco tempo o que causava sua revolta contra o silêncio do monge, ela o considerava egoísta por não compartilhar seu segredo.

- " Você é algo sobrenatural não? Eu rezei, eu rezei para que você descesse a montanha e ajudasse minha mãe! "

O monge se aproximou da mulher e com sua mão sobre a festa da mesma ele disse:

- " Isto acontecerá apenas uma vez, criança! "

A mulher pode experiênciar algo indescritível.
Ela sentiu cair de costas no chão, porém seu corpo permanecia imóvel e de repente ela estava em um ambiente branco.

- " Você continua impaciente. "

Dizia uma voz familiar para a mulher, ao olhar para trás a mulher caiu em lágrimas.
Estavam em sua frente sua avó e sua mãe que a abraçam enquanto desapareciam.
Antes de desaparecerem completamente, a mãe da garota a aconselha:

- " Um dia você se juntara a nós, aproveite até lá, minha filha. E agradeça a ele por isto. "

A mulher sentiu voltar para seu corpo e ao reabrir seus olhos ela viu o monge em prantos a segurando com força.

- " Tantas e tantas pessoas, me desculpem! "

Murmurava o homem que saiu correndo para a Montanha.
E dês de então ele não havia tornado aquela vila, até aquele dia.
A mulher continua:

- " Da última vez eu não tive a oportunidade de te agradecer..."

Com seus pulmões cheios a mulher grita:

- " Muito obrigado, mestre! "

O monge se vira pra trás sorrindo e é surpreendido pelo choro da idosa:

- " Porém me entristece saber que o senhor está sofrendo tanto! "

O monge se aproxima da idosa novamente e a acalma:

- " Não cabe aos humanos sentir as dores de deus, certo ? "

Se afastando novamente o monge desaparece em meio a neve.
A idosa ainda chorando agradece uma última vez:

- " Obrigado, Obrigado mestre Buda! "

Sobre a montanha mais alta de toda a Grécia o monte Olímpio, havia ruínas de um templo.
A mulher que estava presente no banquete se aproxima do centro da ruínas onde se encontrava um trono destruído.
Ela se senta suspirando enquanto pensa em voz alta:

- " Izanagi, Sollaris, celestiais tudo isto é um saco! "

A mulher levanta seus pés enquanto um tronco de árvore sai do chão servindo como apoio para seus pés.
Galhos trazem uma taça até sua mão e a mesma diz:

- " Filho! Traga o vinho pra mamãe! "

Um homem acinzentado, com cerca de quatro metros, músculos enormes e diversos cortes pelo corpo se aproxima com uma jarra de vinho.
Ao servir a mulher é possível ver que o rosto do homem era completamente desfigurado com metade de seu cérebro exposto com uma espécie de fungo saindo de sua cabeça.

- " Obrigado filho, eu vou descansar um pouco antes de continuar está caçada. Imperium Sollaris, você irá pagar por sua negligência, você sentirá a irá de uma rainha, a irá de Hera! "

Frente ao templo, de guarda estavam outros seres acinzentados com fungos em suas cabeças e ferimentos espalhados por seus corpos.
Enquanto isso, Sheeva tentava entender onde estava. O enorme homem de quatro braços estava em um lugar cheio de neve, e completamente deserto.

- " Aquele celestial, me enviou pra outro lugar! Está muito frio aqui! "

Sheeva assume que Sealtiel o enviou para lá devido a seu comportamento durante o banquete.

- " Maldito, eu preciso sair deste lugar para procurar o Imperium Sollaris! "

Sem que Sheeva perceba, algo avança em sua direção em alta velocidade arrancando um de seus braços esquerdos.
Sheeva grita de dor enquanto a criatura diz:

- " Imperium Sollaris? Então é verdade que ele está se volta?! "

Ao se virar Sheeva viu algo que não podia ser chamado de homem, um monstro maior que o deus destruidor.

- " Eu senti o cheiro de celestial por aqui e vim correndo, mas você não é um celestial não é? "

Sheeva golpeia o chão com violência subindo uma cortina de neve, usando está distração para se afastar.

- " Por que eu fui atacado? Ele levou um braço sem que eu pudesse ver, ele é alguém digno do meu poder! "

Sheeva regenera seu braço rapidamente.
E realizando uma posição semelhante a posição da árvore do yoga, Sheeva faz chamas azuis surgirem em seu par superior de mãos avançando em direção a fera destemido, entretanto um grande estrondo é ouvido, pareciam trovões, porém ao atravessar a curtinha de neve, Sheeva perece que aquele som era na verdade era a criatura a sua frente bocejando.
Sheeva ofendido pelo comportamento da fera o golpeia no rosto, um golpe tão potente que gerou uma onda de choque, mas o ser sequer se move se importa, em um movimento rápido o monstro arremessa o destruidor contra o solo e pressionando sua cabeça contra o chão diz:

- " Por você não ser um celestial, eu vou te deixar vivo dessa vez, mas caso você entre no meu território de novo, eu irei te devorar! "

O monstro cria asas e parte em direção aos céus, mas antes da um último recado a Sheeva.

- " Caso encontre Imperium, diga a ele antes dele te matar que eu estou esperando ele há tempo de mais, diga a ele que o grande Set o desafia! "

Sheeva se recompõe e se levanta, sendo teleportado para a Índia sem entender muito.
Sealtiel realmente só estava o punindo o colocando dentro do território de outro deus.
Em algum lugar no Japão, quatro luzes caem de um céu vermelho.

- " A imperatriz está de volta! "

Gritava uma criança enquanto corria em direção a uma das luzes que ao diminuir sua intensidade de revela ser Izanagi, junto a Amaterasu, Shinigami e Samuel.
A criança salta em Izanagi a abraçando, a imperatriz não demonstra qualquer reação e ordena:

-  " Este corpo humano está mortalmente ferido! Kitsune está o mantendo conectado ao mundo dos vivos, mas preciso dos melhores curandeiros tratando ele agora! "

O corpo de Samuel acompanha alguns servos de Izanagi enquanto Amaterasu e Shinigami se aproximam de sua mãe.

- " Vocês foram excelentes meninos! Por enquanto estão dispensados. "

Amaterasu com seu acolhedor sorriso responde:

- " Conte comigo sempre mãe! Eu irei voltar ao treinamento. "

Shinigami observa calado e após a saída Amaterasu questiona sua mãe:

- " Há muito tempo, durante a grande caça aos deuses, o Sollaris-sama resgatou uma mulher, a senhora também se lembra o que ela disse não é mãe? "

Izanagi respira fundo e responde:

-  " Sim, eu me lembro perfeitamente. Mas se está é a vontade dele, tudo que nos resta é aceitar. "

Há tempos atrás, após a chegada de Lúcifer a terra, os celestiais com sua esmagadora força vieram a procura de seu irmão traidor com o intuito de subjugar tudo e todos, porém aqui haviam seres especiais, seres que eram adorados como deuses e se viam como tal.
Gregos, nórdicos, egípcios, persas, japoneses e outros, concordaram em uma coisa:

- " Não nos curvamos a ninguém! "

E assim se iniciou a caça aos deuses, uma matança que ficou conhecida como "guerra divina", aqueles que não se juntaram aos celestiais morreram, assim se formaram as espadas de DEUS, deuses que tiveram sua vontade quebrada pelos celestiais e passaram a obedecer-lhes e assim foi decretado o fim de todos os impérios, exceto um que permaneceu escondido dês de então graças ao sacrifício de seu antigo governador, Izanami o único homem que matou uma suprema luz sagrada.

Ashita no hoshi ( Estrela do amanhã )Onde histórias criam vida. Descubra agora