VERSÍCULO XVII: Dejavu

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Voltando a cidade que nunca dorme.

- " Este é o quarto. "

Dizia Lilithy a Gabriel que encarava a porta com seu imóvel sorriso.

- " Bem... Se era só isto que você precisava. "

Gabriel olha calmamente para Lilithy e responde:

- " Sim! Era somente isto por enquanto, criança. "

Lilithy da as costas para o homem, porém é surpreendida por sua fala:

- " Você acredita em Deus, criança? "

Lilithy estranha e responde enquanto se afasta:

- " Minha mãe é religiosa, mas eu prefiro não pensar muito nisso. "

Gabriel encara o teto do hospital enquanto sorria respondendo:

- " Sua mãe não irá morrer, um anjo a ajudará. Este é o destino! "

Lilithy se irrita e segue para fora do hospital.
Gabriel abre a porta do quarto e entra, deitada sobre a cama estava Michelle, a mãe de Samuel.
Lilithy estava até então no mesmo hospital que outrora Samuel também estava, por uma infeliz coincidência ambos não se cruzaram. Cerca de cinco minutos após a saída de Samuel e Sollaris do hospital, Lilithy havia chegado.
Gabriel se aproxima da cama, puxa uma cadeira e se senta.

- " Acorda, acorda bela adormecida! "

Dizia suavemente o celestial que se passava por um humano.
A vontade de Deus leva sua mão aos cabelos de Michelle, porém é surpreendido por um tapa parando sua mão.
Com os olhos fechados, Michelle fingia estar dormindo.

- " Não ouse me tocar! "

Gabriel sorri enquanto levanta suas mãos em sinal de rendição:

- " Calma, calma, tudo bem! "

Michelle então conclui:

- " Então realmente, você é como ele, não é? "

Anos atrás, no dia do nascimento de Samuel, após o parto, Michelle estava desgastada, e muito próxima da morte.
Seu corpo havia cedido toda sua energia para Samuel, era o preço por gerar uma vida em tão pouco tempo, era o preço por ter um filho metade celestial.
O coração de Michelle estava fraco, e batia cada vez mais devagar, então, quando sua vista começou a escurecer, Michelle viu aquele homem e seu confortante sorriso,  naquele momento ela pensou ser uma miragem, a jovem desmaiava.
Ao acordar ela se deparava com aquele mesmo homem sentado em sua cama, cantarolando.

- " Você acordou não é? Quase que você morreu sabia? "

Ainda sem força Michelle questiona com dificuldades:

- " Quem, é... Você? "

Gabrile sorria e dizia:

- " Eu? É uma pergunta curiosa, mas pode me chamar de Gabriel, apesar disso não importar muito. "

Michelle suspirava e antes de apagar novamente ela ouviu o aviso de Gabriel:

- " Você não pôde morrer aqui hoje, humana, isto é exclusivamente culpa de sua prole, a proteja pois ela é muito importante pra mim. Mais uma coisa, quando seu fim chegar o aceite pois ele ocorrerá devido seu passado pecaminoso. "

Michelle desmaiava, mas nunca esqueceu aquelas palavras apesar de nunca ter confirmação de suas sexistências.
Agora no presente, era confirmado para ela a existência daquele aviso e daquele misterioso homem.

- " O que você quer, Gabriel? "

Questionava Michelle.
Gabriel pegava uma bíblia que estava sobre o móvel ao seu lado e a folheando diz:

- " Você é uma inimiga dos celestiais por ter gerado um herdeiro de Lúcifer, você sequer tem poderes e é extremamente frágil como um humano. Por isto me sinto a vontade pra me abrir com você, Michelle, eu sei que não fará diferença. Porém, se há algo que eu quero, este algo é matar DEUS! "

Michelle se espanta e questiona:

- " Um Deus? Você quer matar o professor?! "

Gabriel sorri e continua:

- " Não... Ele não é DEUS. Mas eu vim aqui te alertar novamente, eu tenho uma revelação, um aviso e uma missão para lhe informar. "

Michelle se senta na cama com e reponde:

- " Então diga. "

Gabriel fecha o livro que segurava e completa.

- " A revelação é, Samuel está morto. "

Os olhos de Michelle saltam e se enchem de lágrimas, porém antes de poder dizer qualquer coisa Gabriel continua.

- " O aviso é que em breve você também morrerá. "

Os olhos de Gabriel brilhavam em um azul intenso.

- " E sobre sua missão... "

De volta a Akarui, o império secreto de Izanagi.
Zala acordava, com muitos curativos e faixas.

- " Sollaris! "

O felino saltou e saiu correndo para fora do quarto atravessando a porta de papel e bambú sendo surpreendido por um olhar assustado dos servos de Izanagi que correm com medo do deus egípcio que os perseguia dizendo:

- " Sollaris! Sollaris! Sollaris! "

Enquanto os pobres funcionários corriam em prantos gritando:

- " Izanagi-sama! Nos ajude, Amaterasu-sama! "

Virando a esquina aparece Karma gritando enquanto avança:

- " Não precisam ter medo pobres civis! Vocês sabem por quê? Porquê a super Karmight está aqui! "

Karma corre e salta com os dois pés sobre o abdômen de Zala que é levado para trás caindo ao chão sem ar.

- " Vilão, você não pode vencer o símbolo da paz! "

A garotinha gargalhava com seu resplandecente sorriso enquanto Zala tentava entender o que estava acontecendo.
Sem muito mais energia, Zala sai de seu modo de combate e volta a ser um gato, Karma percebe e fica encantada, o agarra em seus braços e sai em disparada.

- " Iza-chan! Eu achei um gatinho! Iza-chan! Eu posso ficar com ele? Iza-chan! "

O único pensamento de Zala era:

- " Eu gostava quando era temido... "

Enquanto corria em direção a Izanagi, Karma é interrompida:

- " Karma-chan! "

Ao olhar, eram os os outros filhos de Izanagi.

- " A mamãe disse que você devia ficar conosco, não é Karma-chan? "

A doce voz que dizia isto era Tsukiyomi a segunda filha da imperatriz, junto a Fujin e Raijin, os gêmeos ocupavam o quarto e quinto lugar consecutivamente.

- " Você não pode sair correndo sozinha! "
Diziam os gêmeos em conjunto.
Karma se vira para os irmão e levantando Zala grita:

- " Eu achei um gatinho! "

Os gêmeos retrucam.

- " Mas não é possível haver um animal aqui... "

Tsukiyomi perplexa responde:

- " Karma-chan, porquê você não solta o gatinho? Ele não é um bichinho de estimação... "

Karma encara Zala e responde:

- " Mas ele é tão fofo... "

Se aproximando da criança a deusa responde:

- " Karma-chan, este gato é um convidado da mamãe. Ele é Zala, um deus como nós, entende? Ele é muito perigoso, por favor o solte. "

Karma olha para os olhos brancos de Zala e questiona:

- " Um deus? "

Com sua voz grossa e rouca Zala responde:

- " Sim. Miau. "

Karma se assusta com a voz do felino e o solta no chão caindo em prantos.

- " Buah, gatinho feio! "

Todos os deus se assustam.
Toda Akarui tremia junto ao choro da criança, o solo se rachava e um leve terremoto se iniciava.
Porem o choro é interrompido quando de repente a criança começa a flutuar dando cambalhotas no ar o que a faz esquecer do susto e se distrair.
A porta atrás de Karma se abre e de lá sai Izanagi colocando seu roupão de banho.

- " O que há Ka-chan? "

Raijin e Fujin tampam seus enquanto esboçam nojo:

- " Mamãe! "


Tsukiyomi suspira aliviada, se aproxima e pega Karma em seus braços.

- " A senhorita correu muito por hoje, está na hora de tomar banho e trocar de roupa! "

Karma abraça a deusa e ambas entram na sala de onde Izanagi havia saído.
A imperatriz encara Zala e o repreende:

- " Tente não assustar a criança, ela é perigosa. "

Zala se senta e questiona:

-  " Onde está Sollaris? "

Izanagi suspira e responde:

-  " Yore yore, sendo sincera... Eu não faço idéia. "

Zala encara o chão triste e continua:

- " E Samuel? "

Izanagi começa a caminhar em direção a seu quarto enquanto diz:

-  " Minha irmã, esta mantendo sua alma presa ao seu corpo, então ele pode voltar a vida dês de que seu corpo suporte, porém... A ferida de Samuel foi feita com aquele metal celestial, um simples corte com ele pode levar dias para se regenerar mesmo pra quem possuí a regeneração acelerada, então um corte como esse que o atravessou do abdômen as costas... Não há algo que o salve. "

Zala cai em choro e pede para ser levado até a criança.
Samuel estava deitado ainda com a máscara Kitsune em seu rosto e um imenso corte em seu abdômem.

-  " Eu falhei Sollaris... Me desculpe, Samuel! "

Zala soluçava enquanto chorava, Izanagi se senta sobre suas pernas enquanto parecia rezar pela criança.
De repente Zala para de chorar e se levanta se transformando.

-  " Izanagi! Eu irei atrás de Sollaris! "

Izanagi se levanta e responde:

- " primeiro você deve encontrar Lúcifer. E isto- "

Porém Zala a interrompe:

-  " Eu sei como reviver Samuel! "

A imperatriz se espanta e questiona:

-  " Como?! "

Zala sorri, sorri como Sollaris e responde:

-  " Vamos combater fogo com fogo! Eu acredito que há um homem capaz de regenerar o corpo de Samuel! "

No domínio de Astaroth, Sollaris sem esboçar sentimentos responde:

- " Matar um deus? Eu acredito que você não entendeu, eu vou matar todos os deuses. "

Sollaris libera seu poder aumentando sua temperatura o que cria uma distração em Astaroth o que o permite quebrar seu domínio.

-  " Vamos começar por vocês! "

Sollaris estava disposto a destruir tudo ali, e parte em uma velocidade inacreditável em direção a Astaroth para golpealo, porém o soco do professor é interceptado por Lúcifer.

-  " Você deve estar afetado emocionalmente não é? Afinal não é a primeira vez que você vê aquela cena, quem você gosta em seus braços, com sua vida se esvaindo perante seus olhos, Astaroth me disse que Samuel lembra muito aquele garoto, qual era seu nome mesmo? Ah sim, era- "

Sollaris dispara um imenso raio de energia que acertar Lúcifer em cheio, destruindo a estrutura onde os mesmo estavam, uma cortina de poeira se forma e por trás dela, é possível escutar Lúcifer.

-  " Por desejar sua ajuda, eu fui paciente até aqui, porém... Isto muda agora. "

Lúcifer surge frente a Sollaris, porém sua aparência estava diferente.
Lúcifer não parecia ter sofrido muitos danos pelo golpe do filiistella, além de estar com sua marca aparente em sua testa, ele possuía outras marcas em seu rosto, junto a suas asas.
As chamas negras surgem em suas mãos e com um golpe certeiro no abdômen, Sollaris cospe sangue enquanto perde seu brilho loiro em seu cabelo e é arremessado há quilômetros de distância.


- " Eu te mostrarei, Sollaris que você não está em condições de resistir. "

Sollaris não entendia o que havia acontecido.

- " Aquelas chamas... Há algo errado aqui aquilo não foi um simples golpe físico. "

O filiistella encara o céu negro e o chão gélido a qual a encontrava.

- " Sem o sol, o solo é uma grossa camada de gelo e possivelmente abaixo dela está cheio de água. Eles estão dispostos a me limitar não é? "

Porém antes que pudesse continuar seus pensamentos Sollaris é envolvido por algo que saia do gelo, algo semelhante a um tentáculo o espremia, Sollaris aumenta sua temperatura para o queimar, porém seu controle sobre a anergia falha ao ser atingido repentinamente por outro soco potente de Lúcifer que continua com uma sequência destruidora de golpes enquanto o tentáculo puxa Sollaris para dentro da gelida água.
A cada golpe recebido, Sollaris perdia ainda mais seu controle sobre a energia, a cada soco, Sollaris tinha flashes de seu passado.
Em um momento de devaneio, Sollaris se vê de joelhos frente a uma enorme criatura, comparável a um prédio que caia sem vida com um enorme buraco em seu peito, quando  o ser atige o chão, um enorme estrondo é gerado, porém Sollaris não escutava este barulho, a única coisa que Sollaris escutava era os moradores de uma cidade próxima agonizando e morrendo um a um, Sollaris sentia suas energias se esvaindo, a última coisa que Sollaris viu naquele dia fora o olhar de um uma criatura semelhante a ele, que mesmo morrendo sorriu. A última coisa dita por Sollaris naquele dia, fora algo que assustou até mesmo os demais seres gigantes que ao escutarem abandonaram o planeta. A última coisa ouvida por aquele planeta fôra um grito enfurecido de Sollaris:

- " LANÇA DO DESTINO: STAR BRAKER! "

Um clarão tomou tudo ali.
O filiistella finalmente sai de seu transe e esteva novamente preso com concorrentes que drenavam sua poder, porém desta vez a atitude de Sollaris foi diferente.

- " Por que estou preso? Temos de matar um Deus não? "

Lúcifer que o encarava sorri e as correntes se soltam.

-  " Sim, nós temos um DEUS para matar! Avisem a todos, meus generais! Avisem a todos que Lúcifer e Imperium Sollaris irão derrubar o império celestial! "

Sollaris se posiciona junto a Lúcifer e seus generais e completa:

- " Diga mais uma coisa..."

Sollaris começa a voar e frente ao sol que nascia e completa.

-  " Isto é guerra! Eu declaro o início da segunda guerra santa! "

Ashita no hoshi ( Estrela do amanhã )Onde histórias criam vida. Descubra agora