05| Sonho

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A M B E R

Escuto vozes falando distantemente, mas perto o suficiente para eu ouvir. Parecem estar discutindo sobre alguma coisa relacionada a uma injeção. Isso me deixa em alerta.

Forço meus olhos a se abrirem e depois de alguns longos minutos, finalmente consigo.

A claridade me atinge, me deixando um pouco tonta. Fecho meus olhos novamente. E com isso, uma dor horrível na cabeça me atinge.

— Ela acordou…

Escuto alguém falar, e quando abro meus olhos novamente, vejo que é uma mulher vestida de branco. E logo atrás, tem outra. Rapidamente me lembro do ataque que eu sofri e provavelmente devem ter me trazido até o hospital.

Observo ela sair acompanhada da outra, me deixando sozinha. Tento mexer no meu braço mas sinto que estou com algemas. Óbvio.

Respiro um pouco mais devagar, começando a sentir meu corpo dolorido. Aquelas filhas da puta armaram pra mim, mas isso não vai ficar assim. Quando eu pisar naquele presídio, ele vai ficar pequeno para o que pretendo fazer com cada uma delas.

— Olá, senhorita… Fico feliz que tenha acordado, admito que estava ficando preocupado com a demora, afinal, seu progresso foi muito rápido.

Ao ouvir ele falar sobre o tempo, me questiono sobre isso.

— Estou aqui a quanto tempo doutor?

Ele para de anotar algo em sua caderneta e levanta o olhar na minha direção.

— Vejo que talvez não tenha ficado sequelas, mas para isso preciso fazer alguns exames. E bom, respondendo sua pergunta, você estava em coma há um mês. — diz, e eu fico paralisada.

É muito tempo apagada. Mas pelo menos fiquei guardada aqui, acredito que quando me derem alta, o inferno vai voltar. Preferia mil vezes passar anos aqui. Ou morta.

— Você deve estar assustada…

— Não estou. Se pudesse, ficaria aqui para sempre. Muito melhor que voltar para aquele lugar.

Ele acena, e continua anotando algo, assim que termina, se aproxima, com cautela.

— Vou precisar verificar algumas coisas, tudo bem que eu te toque? — pergunta, parecendo receoso.

Sorrio, provavelmente ele deve está se tremendo por dentro. Eu sou uma prisioneira muito perigosa. Provavelmente esse prédio deve estar lotado de policiais.

— Eu não mordo, doutor. Pode sim.

Ele se aproxima mais e começa verificando algo na minha perna e quando ele aperta em determinado lugar, sinto um incômodo forte e não conseguindo me controlar, levo minha mão até a dele.

O olhar dele se encontra com o meu e logo a retira dali, se afastando e anotando algo novamente.

Ele volta e se aproxima com uma lanterninha, pedindo para ficar parada e olhar naquela direção. Após várias verificações, ele se afasta novamente.

— Como eu te disse, acredito que você está pronta para outra.

Suas palavras me faz semicerrar os olhos na direção dele, o que o faz recuar um pouco mais.

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