IN(QUEBRÁVEL) | ✓

28| Recuperação

DOMINIC

Os seres humanos geralmente fazem muitas merdas, mas eu, parece que consigo ultrapassar o limite exigido. No momento do desespero, acabei jogando uma culpa para cima de Amber, que ela não tinha. Mesmo sendo porque Sarah a queria. Não justifica o fato de eu dizer que Ian estava em perigo por causa dela.

Eu deveria ter dito sobre as ameaças, mas não consegui. Porque eu tive medo da antiga mulher voltar. E isso era tudo que eu não queria. Mas agora, olhando para ela nessa cama de hospital mais uma vez, percebo que isso não é possível. Acredito que a mulher que eu vi lutando para conseguir salvar meu pequeno é uma guerreira. Não o monstro que dizem.

Não sei o que pretendo fazer para que ela me perdoe, mas se tem algo que não posso deixar é que ela se afaste. Eu a amo. Ian a considera como mãe. Ela faz parte de tudo na minha vida. Não conseguirei viver sem ela ao meu lado. Quando ela acordar, até de joelhos ficarei, se for necessário.

Passo minha mão suavemente no seu rosto lindo, esperando ansiosamente que ela acorde logo. Tudo que aconteceu nas últimas horas foi um terror, e quando a vi no chão, desacordada, com aqueles dois desgraçados, a chutando como se fosse um cachorro, um ódio se apossou ainda maior no meu corpo. Só não os matei porque Valentina e Petrus fizeram primeiro. Inclusive, preciso agradecer a eles, mais uma vez por tudo que fizeram. Eles são amigos que sei que posso contar sempre. Para tudo.

Sua respiração suave me deixa calmo. Porque eu sei que ela está bem e isso é o que mais importa. Mesmo o doutor dizendo que não houve sequelas em nenhum órgão. Só terei certeza quando ela abrir seus lindos olhos.

Aproximo minha boca da sua e dou um selinho suave ali.

Saio do quarto para deixar sua irmã entrar. Depois que avisei sobre tudo que aconteceu por alto, ela ficou um pouco chateada porque não a procurei. Mas não era preciso e acredito que ela não iria concordar com os métodos dos meus amigos.

Aproveito esse tempo que ela ficará aqui para ligar para minha mãe para saber como Ian está e também para tomar um banho, porque depois que sua irmã se for, não irei mais sair do seu lado. Quero ser a primeira pessoa que ela verá quando acordar. Preciso ser.

(...)

Fico passando os olhos pelos sites de fofoca verificando o quão maldosos podem ser quando envolve Amber. Tudo eles levam para o lado negativo, e agora, estão tentando a todo custo descobrir o que a colocou aqui. Infelizmente foi impossível não trazê-la para um hospital regular. E isso acarretou a divulgação de seu estado de saúde, o que me preocupa muito. E se eu não conseguir controlar isso, pode ser ruim para ela e principalmente para Petrus e Valentina.

Bufo fechando o notebook, focando meu olhar nela. Parece tão cansada. Os machucados evidentes no seu rosto me deixa péssimo, com uma vontade absurda de cavar a cova daquela desgraçada que pus dentro da minha casa e matá-la novamente. Não achava que uma pessoa fosse me fazer ter pensamentos assim, como ela faz. Apenas a ideia de ver ela desse jeito me faz ter pensamentos insanos.

Toco no rosto dela, querendo que ela abra logo os olhos. Preciso ver eles para ter um pouco mais de paz. E de uma forma muito estranha, ela parece ter lido meus pensamentos, porque suas pálpebras se mexem e logo, consigo vislumbrar seus olhos lindos. Eles parecem assustados no primeiro momento, mas rapidamente isso muda ao focar nos meus.

— O que aconteceu? Cadê Ian?

Pego na sua mão a beijando logo em seguida. Isso parece a deixar desnorteada por alguns leves segundos. Verificando cada ato meu.

— Tudo terminou bem linda… Ian está salvo, na casa da minha mãe.

Seu suspiro de alívio me faz querer sorrir. Ela se preocupou mais com ele do que com si própria.