26| Antiga personalidade

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AMBER

Eu sempre aprendi a lidar com todo tipo de dor, mas essa, é totalmente inédita. É algo que não dá para controlar e é absurdamente insana. Parece que meu coração vai parar de bater a qualquer momento.

Tudo estava indo tão bem entre eu e Dominic que finalmente achei que estava caminhando para a felicidade que todo mundo falava, mas agora, sinto como se tudo fosse por água abaixo.

Meus medos estavam tomando conta da minha cabeça e eu não estava conseguindo raciocinar mais. Só passava na minha cabeça a teoria que ele não me queria mais e que estava tentando achar uma forma de me dizer isso. Mas depois, vinha os olhares intensos, seus sorrisos, a maneira como ele fala comigo. Não parece real que ele não me queira mais. Talvez eu esteja sofrendo atoa. Ou não. Só sei que preciso de um pouco de espaço. Preciso pensar antes de tomar qualquer decisão.

Ao passar pela porta do meu estúdio, vejo Rosy aparentemente nervosa com algo, falando alto com um dos pintores. Assim que eles me notam, ambos ficam pálidos.

— Aconteceu algo? —  pergunto, desconfiada.

Eles se olham e depois voltam a me olhar.

—  Sim. Você precisa ver isso.

Me puxa em direção a parte que será a minha sala de pintura. Assim que entramos no espaço, vejo o motivo do seu desespero. Todas as paredes estão riscadas com as palavras “monstra” e “assassina”, isso me faz ficar por alguns minutos olhando para aquilo sem dizer nada. É como se finalmente meu passado tivesse batendo na porta.

— Nós vamos pintar de novo, não se preocupe.

—  Acho que ficou até legal… Você não acha?

Me viro para olhá-la. Seus olhos ficam aterrorizados por milésimos de segundos, mas logo some. 

—  Claro que não. Está horrível! Eu já tentei olhar as câmeras, não deu pra ver quem foi, infelizmente estava de capuz e máscara.

Bufo ignorando seu comentário. É óbvio que a pessoa não viria para mostrar  seu rosto. O que me preocupa, de fato, é saber que esse indivíduo sabe muito sobre mim. Pode até mesmo ser alguém próximo a uma das vítimas querendo me por medo. O que nunca vai acontecer. Dificilmente ameaças como essa vão me assustar.

—  Vamos ignorar isso. Pede para pintarem com urgência essas paredes, não quero perder meu prazo de inauguração.

—  Sim senhora! —  diz, batendo continência, em uma brincadeira que só ela acha divertido. Essa garota é louca.

Me afasto dela, subindo para o primeiro andar. Preciso verificar as câmeras que coloquei no apartamento de Dominic. Não é porque estamos brigados que vou ignorar o perigo que sinto por perto quando vejo os olhares de Sarah. Só ela que acha que eu não percebo. E eu não sei porque, mas estou completamente desconfiada de todo esse amor que ela tem por Ian. preciso desvendar o que quer que seja que ela queira. Mesmo sentindo, às vezes, que possa não ser nada, o pé atrás permanece.

Ao ligar meu notebook, procuro por ela nas imagens e não encontro por alguns minutos, o que faz questionar onde ela está. Então me passa pela cabeça que não coloquei nenhuma nos banheiros. Droga! Mesmo achando que seria falta de privacidade, mas se ela estiver aprontando algo, só assim para descobrir. 

Quando já estou ficando cansada, ela surge no quarto de Ian, pegando uma mochila dele, colocando algumas roupas nela, aparentemente com muita pressa. Isso me faz levantar rapidamente da cadeira. Para onde ela pretende ir?

De uma maneira muito louca, meu peito começar a doer só de cogitar a possibilidade de ter meu príncipe longe ou machucado, antes que eu saia, visualizo outra pessoa entrar no quarto, puxando Kathe amarrada. Eles falam algo um para o outro enquanto Kathe tenta se soltar e Ian começa a chorar percebendo que algo estava errado.

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