07| Amigos duvidosos

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D O M I N I C

Eu escuto os rumores em todo lugar que eu piso. E não me importo nenhum pouco com eles. Afinal, todas as decisões que eu tomei até agora foram completamente bem pensadas. E eu não me arrependo com elas. Admito que quando propus levar Amber para minha casa, foi um ato de desespero. E eu não sei mesmo porque eu fiz isso. Ou porque eu estou confiando tanto em uma pessoa de sangue frio como ela para conviver com meu pequeno.

A única coisa que posso afirmar com plena convicção é que depois de passar um mês completo indo a visitar, dormindo como se fosse um anjo, eu adquiri empatia e carinho por ela e com isso, veio essa vontade de querer a proteger. Justamente por isso, que na hora que o juiz me disse que ela precisava de uma casa fixa, eu não pensei duas vezes em oferecer a minha, e claro, me responsabilizar por exatamente tudo que ela fizer a partir agora

Levo a xícara de café aos lábios, pensando em como eu agir por impulso. E agora, não consigo parar de imaginar como será que ela acordou na minha casa. Infelizmente, tive que sair às pressas, e não pude apresentá-la formalmente às funcionárias e claro, a Ian. Espero de verdade que ela não assuste meu filho. Não sei se conseguiria a manter lá, caso ela fizesse algo minimamente assustador.

- Senhor, seus clientes acabaram de chegar... Posso permitir a entrada? - minha secretária pergunta, parecendo um pouco pálida, o que provavelmente sei o motivo. Eles conseguem ser bem intimidadores às vezes.

- Por favor!

Ela se retira rapidamente e escuto falar algo do outro lado da porta e logo depois o casal imponente e muito elegante se infiltram na minha sala.

- Essa sua funcionária é um amor Walsh - A ruiva se senta na cadeira em frente a minha mesa, com seu marido ao lado - é muito divertido ver a cara assustada que ela bota toda vez que nos encontramos.

Sorrio, pensando o quão má ela consegue ser com May. Ela sempre faz isso.

- Você sabe que a diversão da Valentina é deixar as pessoas com medo, né? - Petrus diz, olhando para ela com um olhar apaixonado - mas enfim, não estamos aqui para falar sobre o quão interessante minha esposa é, mas sim porque precisamos de um favorzinho seu.

Valentina tira um documento da sua bolsa e coloca em cima da minha mesa. O pego rapidamente, e começo a ler o conteúdo do mesmo. E admito que me surpreendo. Nunca pensei que eles fossem fazer algo assim. Adoção não é algo que pessoas como eles estão acostumados a lidar, ainda mais com crianças de fora da família.

- Você pode nos ajudar? - Petrus pergunta, após alguns minutos.

Olho para os dois que parecem ansiosos com a minha resposta. Como se eu fosse negar algo a eles depois de tudo que fizeram para me ajudar. Sem contar que amigos como eles eu não encontro em qualquer lugar. Mesmo não apoiando a forma como eles vivem.

- Vocês ainda tem alguma dúvida? É claro que posso! Em poucos dias ela estará com vocês. - digo, retirando meus óculos de leitura e me encostando na cadeira.

- Não queriamos fazer nada ilegal nesse caso, por isso te procuramos, e também porque queremos saber como sua garota está. Admito que queria muito poder a conhecer. Ela é alguém que merece o meu respeito. - A ruiva sussurra, com um sorriso diabólico no rosto.

- Já te disse que ela não é nada minha. E pode ter certeza, se depender de mim, vocês duas nunca ficarão no mesmo local. Isso não daria certo de forma alguma.

Eles dois se entreolham, como se eu tivesse dito uma mentira muito grande e logo depois sorri balançando a cabeça em uma ligação estranha entre eles.

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