27| Insano prazer

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AMBER

Depois da nossa pequena discussão, ele não me olhou e nem falou mais nada. Preferi fazer o mesmo enquanto esperava ele falar com alguns amigos que iriam ajudar. Pela conversa, percebi que não eram policiais, mas alguém da barra pesada. E estávamos esperando por eles. Kathe tinha sido liberada, mesmo querendo ficar.

Minha mente parece que vai parar de funcionar ao observar a cidade seguindo lá embaixo como se nada tivesse acontecendo.

Fora que acho que só não despenquei ainda porque preciso tirar meu garotinho da mão daquela desgraçada. Com o ódio que está me consumindo por dentro, a morte dela vai ser bem dolorosa. E com toda certeza do mundo eu vou amar fazer isso. Como sempre amei.

Sou desligada dos meus pensamentos ao ver um homem muito bonito entrar acompanhado com vários outros e por fim, a ruiva do café. Nossos olhares se encontram e ela me dá um aceno em comprimento. Olho para Dominic mas percebo que ele não vai me apresentar. Não depois de tudo.

Vejo eles começarem a ligar uns computadores e os outros homens engravatados começam a vasculhar a casa, procurando por alguma pista, acredito eu.

A ruiva se aproxima, exalando poder apenas com a sua presença. Admito que ela realmente é muito linda.

Valentina Montanari — levanta sua mão na minha direção, em uma clara apresentação. Sem condições de negar, pego nela. — Sempre quis te conhecer, uma pena ser nessas circunstâncias.

Não entendo bem seu comentário. Ignoro por enquanto.

Amber Lewis. Mas acredito que você já me conheça…

Antes que ela diga algo mais, o celular de Dominic começa a tocar e ele rapidamente atende colocando no viva-voz.

— Acredito que você esteja querendo seu filhinho de volta… E você terá, caso me dê o que eu quero.

— Diz logo!

— 60 milhões de dólares e a filha da puta que você hospedou na sua casa. Apenas isso. Pegar ou largar.

Observo o silêncio que se forma na sala e a demora da sua resposta. Então, resolvi eu mesmo responder.  Não há tempo para questionamentos. Na minha vente só vinha uma coisa.

— Tudo bem. Você me quer… Você terá.

Ela solta uma risadinha do outro lado e logo responde novamente.

— Daqui a uma hora mando a localização. Sem polícia e eu quero a desgraçada dopada. Tchauzinho.

Continuo calada ao ouvir a ligação ser encerrada. O homem bonito diz que não conseguiu rastrear o celular porque está grampeado. Sinto os olhos de Dominic em mim.

— Você não vai! — diz, quebrando o nosso silêncio de mais cedo.

Agora é a minha vez de soltar uma risada irônica me virando na direção dele. Ele jura que pode me dizer o que fazer agora? Depois de tudo?

— Isso quem decide sou eu. Deveria se preocupar com o dinheiro que vai entregar para ela, não comigo. Ainda mais quando eu sou a culpada, né?

Ele cogita se aproximar mas eu dou outro passo para trás, saindo da sala, deixando ele sozinho com seus amigos estranhos. Se for para morrer por Ian, para mim está ótimo. Pelo menos estarei fazendo algo de bom.

Me deito na cama pensando sobre tudo que aconteceu nas últimas horas e sem perceber, choro descontroladamente. Não queria ter que ser forte o tempo todo. E mais, fingir que tudo isso não está me destruindo por dentro. Desde o primeiro momento com Sarah eu sabia que tinha algo de errado. Mas eu achava que era apenas ciúmes da minha parte, depois, uma leve desconfiança. Mas nunca cogitei que ela quisesse se vingar de mim. Resta saber porquê. Provavelmente também foi ela que escreveu aquelas coisas no meu estúdio. Deveria ter seguido minha intuição como sempre fiz. Deveria.

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