Confiança

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Penelope

A arte sempre esteve presente em minha vida, seja de forma dramaturga ou filosófica. Gordan Spirit disse uma vez "não há beleza maior que não possa ser vista através da arte" uma frase de efeito que de fato funciona. Aos seis anos eu não tinha dimensão do que ela significava. Eu rabiscava as paredes de casa como se fossem minha tela particular. Maria ficava louca. E, aos oito anos quando fui a minha primeira exposição com Elliot tive um pequeno vislumbre do que a arte se tornaria para mim. Minha única forma de expressão. De pequenos e desconexos rabiscos para telas em geral. A prática definitivamente leva a perfeição. Em todos os lugares que estive, deixei uma lembrança de ter passado por ele. As casas que foram vendidas ou alugadas logo após nossas mudanças tinham um quadro feito por mim pendurado como recordação. Os corretores sequer notavam que aqueles objetos não faziam parte da decoração anteriormente. Geralmente tendo como desenho a paisagem mais bonita da cidade através dos meu olhos. Criativo e triste. Por eu nunca permanecer mais que cinco meses em um único lugar.

Eu estava entretida pintando uma paisagem qualquer. Simon chegou de mansinho, recostou a cabeça no batente da porta elevando os braços acima do peito. Usando um conjunto moletom cinza. Ficou parado me observando por alguns minutos.

-Uau... você está ficando boa nisso. Ouço sua voz majestosa, o que me fez sorrir internamente.

-Essa imagem estava rondando a minha mente. Não faço ideia de onde é. limpei os respingos de tinta das mãos no avental que eu usava, meu cabelo estava amarrado desajeitado em um rabo de cavalo, fios caiam sob meu rosto.

-Parece o parque que fica em Lisboa. Talvez seja apenas uma lembrança momentânea. diz ele pensativo

-Talvez. concordei olhando o retrato, tão simples e acolhedor, com árvores e gramado verdinho. E ao fundo, um magnífico pôr dor sol alaranjado.

-O que acha de uma xícara de chá?

-Pode ser café? sorrio sob o ombro, ele franze os lábios em confusão

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-Pode ser café? sorrio sob o ombro, ele franze os lábios em confusão

-Desde quando você gosta de café?

Josie foi a primeira coisa que pensei. Ela me fez gostar de café arduamente.

-Desde agora. Não é ruim.

-Café então! Irei pedir para Maria preparar.

-Preciso de vinte minutos. Vou tirar as manchas de tinta do corpo.

-Não demore, te espero na sala de descanso.

Ele saiu em passos largos. Retirei o avental, colocando o restante dos materiais usados em cima da bancada. O quadro ficou proximo a janela para secar. Desliguei as luzes indo em direção ao meu quarto. Depois de um banho rápido, pus um vestido confortável. Caminhei em passos preguiçosos até a sala de descanso. Simon me esperava sentado em sua poltrona favorita de veludo.

Incapaz de EsquecerOnde histórias criam vida. Descubra agora