Antes mesmo de o corvo adentrar no castelo, tinha ocorrido um forte aguaceiro no lado de fora da fortaleza. Diversas gotas de água poderiam ser visualizadas nas extremidades das folhas das árvores e nas mais diversas flores negras que formavam a flora da ilha.
Após a breve encarada entre Anelise e Mihawk, o esgrimista fechou os seus olhos levemente, estava novamente pensativo. Ele continuava intrigado relativamente à jovem visitante. Ela parecia ser uma pessoa diferente. Aparentava ser uma pessoa especial, muito especial.
A aura dela era uma aura primariamente monótona, como se estivesse sendo bloqueada pela própria garota. Contudo, apesar da monotonia, ela não aparentava ser uma pessoa com más intenções, e o espadachim poderia ter uma noção disso através do seu Mantra, que lhe concedia a capacidade de identificar as verdadeiras intenções dos indivíduos que ele analisava, e as intenções daquela garota no momento eram bastante insontes e simplórias.
Por esse motivo, Mihawk abaixou ligeiramente a sua guarda, e tomou a iniciativa de iniciar um diálogo com a jovem. Ele tinha muitas perguntas para lhe fazer, a começar, obviamente, pelas mais básicas.
— Eu não sou um hospedeiro propriamente dito, e muito menos um banqueteador. Se estás à procura de alguma festa, este lugar não é para ti, menina. Por que motivo decidistes entrar aqui? Qual é o teu objetivo aqui dentro? — perguntou o espadachim, consideravelmente curioso em relação às respostas iminentes de Anelise.
— Eu sei muito bem disso. Sr. Mihawk. Não possuo muito conhecimento sobre o seu estilo de vida, mas é do meu entendimento que você não é muito fã de barulho e chusmas. Na verdade, peço que o senhor avise-me caso eu me torne um eventual estorvo para si, pois atrapalhar a sua paz é a última coisa que eu desejaria fazer. Bem, o que me traz aqui? Na verdade, nenhum assunto em particular... Eu só estava a voar pelos arredores, enquanto tentava esquecer os meus problemas, quando avistei esta ilha. Sobrevoei-a por alguns instantes até ver este castelo, que despertou a minha curiosidade, por isso, decidi conferi-lo, sem saber que o senhor era o proprietário. Todavia, só decidi entrar realmente quando vi o bule de chá sobre a mesa... Se não for muito aborrecido, gostaria de fazer-lhe uma pergunta... Eu poderia juntar-me a si nesta singela madrugada? — questionou a jovem, novamente sem transparecer nenhum tipo de emoção através do seu rosto ou das suas palavras.
— Entendo. Também não aparentas ser uma jovem violenta ou irritante, por isso creio que possas ficar por algum tempo. Não é todos os dias que eu recebo visitas tão invulgares assim. Esta ilha é uma das regiões geográficas mais isoladas do planeta. Se conseguiste encontrar-me, é porque estavas realmente perdida nos teus pensamentos, e esse comportamento não é nada proveitoso.
— Sim, você... você tem razão. Eu estava praticamente perdida dentro da minha mente, e se não fosse por esta enorme construção e pela sua majestosa presença, eu provavelmente já estaria bem longe daqui.
— Acredito que possas manter um ambiente estável por aqui, contanto que não sejas semelhante aos visitantes precedentes, seres insignificantes que só sabem importunar e prejudicar vidas alheias. Enfim, você disse que eu despertei curiosidade em ti, por acaso és uma espadachim interessada em obter mais conhecimento sobre o caminho da espada? Ou pelo menos uma pessoa que se sente apta a participar em combates que envolvem o uso praticamente constante dessa arma?
Logo após fazer essas indagações, o esgrimista abriu os seus olhos e dirigiu a sua mão direita a uma das chávenas brancas que havia na pequena mesa, enquanto a mão esquerda dirigia-se ao bule. O intuito do esgrimidor era encher a chávena com o chá de alecrim, já que esse foi o pedido da jovem. Apesar de ser alguém que não era muito favorável a visitas de estranhos, ele decidiu dar uma exceção a Anelise, devido principalmente à sua notória curiosidade e também com o intuito de fechar a sua madrugada enfastiosa com um encontro substancialmente interessante.
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O Destino das Aves Rebeldes
FantasySinopse: quatro anos depois de Mihawk encontrar o seu lar predileto, o mundo começou a ficar insólito. O esgrimista tinha parado de aparecer nas notícias por um bom tempo, pois mantinha-se confinado na sua ilha, como se estivesse à espera de algo...