Capítulo 16: Segundo Encontro

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Três semanas depois... No meio do Oceano Euríbia. 

Meia-noite e 57 minutos, com um clima monocórdico, silencioso e abafante.

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Era quase 1 hora da manhã, a madrugada já estava assente no meio do oceano imperdoável, frio e levemente agitado. O clima estava bastante monocórdio e abafado, mas não tão abafado ao ponto de ser dificilmente respirável. Era um clima moderadamente bochornoso, desassossegador e sufocante, devido ao cheiro inconfundível do mar, devido à humidade e às pequenas ondas batendo no casco da pequena embarcação do melhor espadachim do mundo, Dracule Mihawk, que, naquela noite caliginosa e tempestuosa, decidiu sair da sua residência para explorar os mares horripilantes e undulosos da alvorada insólita, apenas para passar o tempo. Ele não estava muito longe da sua ilha domiciliária, muito pelo contrário, ele estava relativamente perto da mesma, a uns 40 quilómetros de distância do seu querido lar, que já o abrigava há mais de 5 anos.

Todavia, apesar de haver muitas nuvens entenebrecidas no céu obumbrado, a lua e a sua luz iriante não estavam sendo ocultadas pelas mesmas, e a temperatura, ao contrário do clima, era bastante afável, e, mesmo com uma tempestade iminente supostamente se aproximando, o clima estava, inicialmente, brando e quiescente.

Este duelista de olhos místicos, estando já afeito a isto, estava à procura de um grande desafio para divertir-se durante aquela noite vazia e afumada. Viajar pelo mundo em busca de algo ou de alguém que pudesse tentar lhe providenciar um pouco de entretenimento, de certo modo. Ele estava totalmente disponível e curioso para testemunhar a faceta mais imunda ou magnífica do mundo com os seus próprios olhos mágicos e majestosos. Essa era uma das razões que levava o espadachim a navegar em alto mar pela calada da noite, porque ele estava ciente que, de alguma forma, era durante a noite que as árvores "balbuciavam" e que a lua começava a "chorar" através do seu brilho resplandecente. 

Por isso, ao ter conhecimento desse detalhe que mais parecia ser um boato comum, o esgrimidor sentiu-se intrigado e um pouco interessado, e decidiu sair de forma mais frequente durante a noite, até porque o próprio não tinha mais nada para fazer e não tinha propósito algum na sua vida gloriosa e repleta de êxito. Ele já tinha conquistado tudo aquilo que tinha vontade de conquistar e tinha feito o seu legado ao ter conquistado, de forma tão voraz e ambiciosa, o seu título de melhor espadachim, não só da era atual, como também de toda a história da arte da espada, superando exponencialmente aqueles espadachins que, no passado, eram considerados totalmente invencíveis e inultrapassáveis.

Sendo assim, Mihawk era um homem que não tinha nada a perder, e esse era um dos motivos pelo qual ele era tão temido e tão perigoso, tanto para a maioria dos espadachins ao redor do planeta como também para o Governo Global que o considerava uma vespa nociva e chata, só pelo facto dessa vespa ter vontade de fazer aquilo que lhe convém, ao invés de obedecer a uma entidade política supostamente superior. Um homem sem nenhuma fraqueza notória era um homem que conseguia impor respeito, principalmente através do medo e da coerção.

Para navegar em alto mar, Mihawk continuava usando o seu pequeno barco de um único assento, que se assemelhava a um caixão negro flutuante, que era empurrado não só pelas rajadas de vento mas também pelas ondas do mar. A única habilidade de navegador que o espadachim teve que dominar era a capacidade de mudar a trajetória do seu bote personalizado, para que ele não se afastasse do caminho que ele queria seguir.

Ademais, as velas que estavam na proa da embarcação ínfima e exígua, uma na extremidade da esquerda e outra na extremidade da direita, enfatizavam e enalteciam a embarcação no meio de um oceano pouco colorido e pouco movimentado, até pareciam ser duas figuras fantasmagóricas amaldiçoadas ou dois fogos-fátuos que pairavam sobre o mar sem qualquer motivo ou propósito aparente. 

O Destino das Aves RebeldesOnde histórias criam vida. Descubra agora