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Trinta e um anos atrás... (Analepse)
Ilha Kimarin, 15 horas e 23 minutos da tarde.
Clima temperado e abafado.
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Num dia normal de verão, os negócios e o funcionamento político, geográfico, estratégico e económico da ilha Kimarin estavam impecáveis. Milhares de pessoas dos 4 cantos do mundo atracavam, relaxavam e abasteciam as embarcações diariamente na ilha. Era uma localidade importantíssima para que as pessoas pudessem escolher qual era o próximo destino a ser seguido: o ocidente ou o oriente.
Naquela época, Kimarin só tinha 2000 habitantes nativos, e recebia, diariamente, 25 mil estrangeiros desconhecidos. Ou seja, a ilha recebia, num ano inteiro, cerca de 9125000 viajantes de todos os cantos do mundo naqueles tempos. Contudo, se fosse um ano bissexto, o número de visitantes gringos seria 9150000 a cada quatro anos.
Todos eles, sem exceção, eram muito bem tratados pelos nativos, que eram tudo menos inóspitos e rudes. A ilha era repleta de feiras semanais, tabernas, pousadas e outros estabelecimentos de hospedagem e alojamento com símbolos ilustrativos pertencentes à heráldica medieval que se popularizaram bastante nessa época. A vasta maioria desses estabelecimentos eram públicos com fins lucrativos, localizados em povoados pacatos e pequenos vilarejos na insula, que juntos formavam uma espécie de empório, onde se vendiam alimentos, bebidas, carruagens e albergues a uma clientela diversificada de viajantes, cavaleiros, ladinos e rangers. Nas feiras semanais, os feirantes vendiam propositadamente astrolábios navais, bússolas, balestilhas, remos, lemes, canhões, quadrantes e outros equipamentos e instrumentos náuticos clássicos, que eram os principais produtos procurados, por motivos óbvios.
Aquele dia brilhante, airoso e venusto, recheado de um álacre exuberante, era só pra ser mais um dia trivial, contudo, algumas criaturas hercúleas e avermelhadas não permitiram a continuação da serenidade e da tibieza na região. Inopinadamente, para acabar com a vivacidade alegre que os habitantes e os gringos compartilhavam entre si, Kimarin foi inesperada e rapidamente invadida por uma horda de pequenos demónios muito antigos, que outrora nasceram na dimensão demoníaca, uma dimensão proibida que apenas os beletristas e ávidos eruditos e estudiosos conheciam superficialmente: Qliphoth, a representação de todos os males, pecados e vícios que a mente humana podia conceber. O lar de todas as criaturas demoníacas que Gaia já teve o desprazer de abrigar temporariamente. Qliphoth era o nome verdadeiro daquela dimensão sombria, nociva e cálida que a humanidade chamava vulgarmente de Inferno ou ainda de Érebo. Um lugar horrível, truculento, esbraseante, mefítico e pungente que seria o destino dos desditosos que viveram toda a vida imersa em pecados, desvalorizando e ignorando as penitências e as confissões desses pecados.
Demónios eram criaturas raríssimas e que estavam em vias de extinção, devido a uma procriação inerte, já que haviam muitos mas muitos mais machos do que fêmeas, e também por terem perdido cerca de 91% da espécie na grande guerra global que envolveu o mundo todo contra a invasão demoníaca há 2000 anos, matando metade da população mundial. Uma guerra que durou 10 anos e que foi uma das mais mortíferas, sanguinolentas e danosas guerras que Gaia já teve o infinito azar de suportar.
Ou seja, o facto de haver um grupo pequeno de 5 demónios vulgares naquela ilha já dava indícios de que havia algo de especial ali, ou algo que chamou a atenção dessas criaturas hediondas e feiosas. O líder dessa reduzidíssima hoste era um demónio chamado Baphomet, que era ligeiramente maior do que os outros quatro (3,66 m de altura) e carregava, em suas mãos avermelhadas e escaldantes, duas espadas flamejantes, cujas lâminas afiadas assemelhavam-se muito às lâminas giratórias das motosserras elétricas.
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O Destino das Aves Rebeldes
FantasySinopse: quatro anos depois de Mihawk encontrar o seu lar predileto, o mundo começou a ficar insólito. O esgrimista tinha parado de aparecer nas notícias por um bom tempo, pois mantinha-se confinado na sua ilha, como se estivesse à espera de algo...