05. Louvado seja Satã!

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Leiam com "Godzilla - Eminem"

Boa leitura, y'all.


Tudo começa com uma faísca.

O universo se originou por uma faísca que fez uma estrela tão grande explodir. A vida começou pela faísca de uma reação química. O fogo começa por uma faísca.

Tudo o que é incitado, gera algo. Tudo desencadeia algo.

Quando você coloca uma criança de 4 anos, abandonada pelos pais, dentro de uma jaula de tigre, você espera que essa faísca se inicie. E ela começa lentamente... consumindo as bordas, devorando a sua inocência e tirando tudo o que há de moralidade em você.

A jaula dos tigres te profana.

No final, ela te incendeia; explode como um grande chafariz de raios incandescentes. A chuva de fogo é tão densa, tão quente, que se assemelha a labaredas do inferno. Viver sem alma é o inferno.

O que nos resta, ao final, é dizer: Louvado seja Satã!

LOUIS WILLIAM TOMLINSON - P.O.V

O tilintar da garrafa com líquido âmbar agraciando o copo de vidro foi o que me fez despertar da minha confusão mental. Pisquei meus olhos repetidas vezes, tentando trazer minha consciência ao momento atual, ao que me indagavam.

— Você está machucado? — perguntou Zayn, a feição preocupada.

Zayn era um ômega muito bonito. A pele escura, parecia beijada pelo sol que chegava a refletir. As sobrancelhas grossas e negras, a boca completamente desenhada com os cílios tão grandes que dava impressão de ser de boneca.

Sempre invejei a sua beleza. O seu corpo. O jeito como os alfas da máfia o desejavam e o idolatravam, como ele poderia fazer a atenção voltar-se a si com muita facilidade.

Não me admirava que Liam o tivesse escolhido para ser seu parceiro.

— Sim. — Lembrei que não tinha respondido. — Estou ótimo.

Era mentira. Meu ouvido zunia, eu sentia ainda minha boca com o gosto metálico do sangue daquele alfa e principalmente meus punhos com gazes não me deixava esquecer.

Suspirei profundamente, gemendo de dor quando Zayn acariciou meu lábio inferior machucado pelo tapa.

— Sinto muito — sussurrou baixinho, a expressão cabisbaixa. — Eu senti a sua falta, Lou. Muita.

O encarei intensamente, analisando seus traços que pareciam mais maduros. As bochechas estavam mais rosadas, as olheiras aumentaram com o tempo também. Tudo nele indicava um tempo que eu gostaria de esquecer.

— Eu também. — Eu sempre fui meio seco, algo que não mudará com o passar dos anos. — Descobriu algo?

— Lou... — lamentou com um fio de voz. — Conversa comigo.

— Sobre?

— Você acabou de ser atacado por um alfa dentro de um banheiro. Seu ouvido está sangrando e eu tenho certeza que o fato de Harry ter atirado na sua frente não ajuda seu estado mental — exasperou, jogando a gaze com força dentro da maleta. — Eu só quero saber que merda você está sentindo!

Ah, sim. Tinha esquecido o quanto Zayn era mandão, principalmente pelo fato de ser o único ômega em uma família inteira liderada por alfas contratados como assassinos de aluguel.

Nunca tive medo de quem fala alto. Normalmente eles não passavam disso.

Falar.

— Com todo o respeito, você seria a última pessoa para qual eu desabafaria — cuspi irritado pela insistência. — Na realidade, duvido que eu seria capaz de dizer algo para qualquer um de vocês.

Viúva Negra | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora