06. A Deusa da Morte

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Leiam com "Lies In The Dark - Tove Lo"

Boa leitura, y'all. 


O sangue é doce. A textura se assemelha à água, só que mais denso, mais metálico e nauseante.

É quente.

O sangue escorre, desce, bombeia, corre pelas veias... o sangue faz ruídos. Barulhos quando é obrigado a sair e escorrer na derme tão arrepiada que os poros se mostram.

Pinga, pinga, pinga.

Inunda no tom mais forte de vermelho, denso como só o próprio consegue ser, lentamente serpenteando pelos pêlos do seu corpo; se rasteja até chegar ao chão, beijando-o como um doce ósculo da morte.

Pinga, pinga, pinga.

E continua inundando... preenchendo... consumindo o chão de vermelho. O chão fica tão espesso, consistente e opulento que em questão de segundos, tudo fica ensanguentado.

O sangue é morte. Sim.

Louis Tomlinson sabia disso. E ele contava que tudo ficasse tão vermelho, que até mesmo o próprio sangue se tornaria água.

LOUIS WILLIAM TOMLINSON - P.O.V

Um baque foi o suficiente para eu entender que tínhamos chegado em Sodoma. A roupa que nós vestimos estava tão exposta, nos deixava tão à mostra, que eu quase me senti envergonhado em andar com aquela calça de couro que deixava minhas nádegas livres.

O meu tronco estava nu sendo ornamentado por uma coleira de couro bem reforçada com shockers, a inicial P — Paul Wright, meu "marido" — e nos pés coturnos bem desgastados. Em meu rosto repousava uma máscara de águia negra, as asas pontudas na lateral e deixando a visão só dos meus olhos azuis.

Harry estava ao meu lado com calças de couro e uma blusa social preta meio solta, nos pés o mesmo coturno e a máscara semelhante a minha. A única coisa que destoava de mim, era que em sua mão repousava a ponta da minha coleira.

Aquele idiota estava amando me puxar como se eu fosse seu gatinho. Seu brinquedo particular para usar e abusar de como quisesse.

— Tira esse sorrisinho da cara — resmunguei mal-humorado e ele deixou uma risada sair de seus lábios róseos.

Desviei meu olhar para a entrada da boate, analisando as rotas de fuga e todo tipo de informação que dava para se ter naquela visão limitada que estávamos tendo.

— Vai ser delicioso te carregar com coleira, Tomlinson.

— Se a vida da Lauren não dependesse disso, eu tinha enfiado essa coleira no seu...

— Ok, vamos reter nossa animosidade — sorriu cretino, abrindo o porta-luvas e tirando sua arma. — Vai usar suas faquinhas de cortar pão?

O encarei com deboche, até porque o curativo e a mão que precisou de alguns pontos não parecia ser feito por uma faquinha simples.

— Sua mão discorda — alfinetei, o vendo ranger os dentes. — Não sei se devo levar armas. Tem algo mais fácil? Você está de camiseta, eu ainda estou nu na parte de cima.

— Pode por sua adaga no coturno — sugeriu despreocupado. — Só que a probabilidade de descer e cortar seu pé é bem alta. E achei que gostasse de expor seu corpo por aí.

Fechei os punhos, me sentindo com aquela pontada de irritação que sempre batia no meu estômago quando ele abria a boca.

Harry desde que soube sobre a forma que eu me relacionava e me portava, deixou bem explícito a imagem mental que tinha de mim. Uma meretriz.

Viúva Negra | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora