Viúva Negra | L.S

58. Travessia

Boa leitura! Votem e comentem. 

"Intimidade tem a ver mesmo é com a verdade. Quando a pessoa percebe que pode contar a verdade para alguém, que pode se abrir, que pode desabafar totalmente e receber como resposta: "Comigo essas coisas estão a salvo". Isso é intimidade."

— Holly Black.

Louis William Tomlinson - P.O.V

Sinto beijos sendo depositados em minha nuca.

Fingi que ainda estava dormindo, apesar de que meu parceiro sabia bem do meu estado semiconsciente. Uma mão poderosa se apossou da minha cintura e trouxe mais perto do seu peito forte, parecendo querer nos fundir. Me deixei embriagar no seu cheiro, mesmo que por alguns minutos, aproveitando o beijo que foi depositado em minha nuca.

Sorri involuntariamente.

— Segundo round? — sugeri baixinho, escutando sua risada rouca.

— Acho que passamos do segundo uns cinco rounds atrás. — Harry levantou meu queixo e eu abri os olhos, me dando de cara com suas orbes verdes. — Bom dia.

— Bom dia — murmurei preguiçoso. — São que horas?

— Devem ser umas dez da manhã.

— Dormimos bastante, huh? Deveríamos levantar?

Eu sinceramente queria voltar a dormir, e parecendo compartilhar do mesmo pensamento, o alfa fez uma careta. Fitei seu rosto por um bom tempo, assim como ele o meu, o deixei adentrar na minha mente e me fundi com a sua. Parecia com a mesma sensação de antes, poder dividir aquele laço novamente sem barreiras, impostas por mim ou por ele.

Styles mordiscou meus lábios, me deixando um beijo ao lado da minha boca após.

— Senti sua falta — sussurrou ele.

— Eu também, Harry.

— Louis?

— Hm? — Ele parecia prestes a dizer algo sério, endireitando sua postura e apoiando o rosto em sua mão. — O que foi?

— Meu hut está próximo, mas... Se eu tomar alguns supressores, consigo postergar até o seu próximo cio. Para passarmos juntos.

— Ah. — Não sabia o que dizer sobre aquilo. Não depois do que passei no meu último cio. — Tudo bem se eu não querer? Pelo menos... Não agora. Não depois do último.

Ele assentiu, e algo como dor cortou aqueles olhos tão vívidos.

— Queria conversar com você sobre nós. — Eu nunca tinha visto Harry tão nervoso. — E o que esperar de nós.

— O que você quer conversar exatamente?

— Pretende me marcar? — Arregalei os olhos, parando por alguns segundos. Nunca pensei nisso, na verdade. Em marcar um alfa para a vida toda. — Eu sim.

Me desvenciliei dos seus braços e levantei, sentando na cama. Precisava raciocinar antes de responder qualquer besteira. Pensar se o que eu diria poderia afetar nós dois. Harry respeitou meu tempo de resposta, ficando ainda na mesma posição enquanto fitava minhas costas nuas, marcadas por seus dedos e unhas.

Eu o amava. Verdadeiramente. Não me via com outras pessoas, mas... A marca de um ômega é para a vida toda. Assim como nosso laço, eventualmente.

— Eu não quero filhos. Não quero um casamento grande e cheio de coisas espalhafatosas. Não quero uma mansão. Não gosto da Inglaterra e não quero ficar aqui. — Comecei a enumerar minhas restrições, pois eu não ia abrir mão daquilo. — Não me sinto pronto para te morder. E nem sei se receber a sua mordida.