57. O Grande Círculo

3.9K 530 1.1K
                                    

Votem e comentem, por favor! E ah, boa leitura. :)


"A maior parte de nós não é tão forte. O que é a honra comparada com o amor de uma mulher? (...) Vento e palavras. Vento e palavras. Somos apenas humanos e os deuses nos moldaram para o amor. Esta é a nossa grande glória e a nossa grande tragédia."

George R. R. Martin.

Harry Edward Styles - P.O.V

A mansão Styles tinha várias facetas.

Uma delas, que devo dizer, a minha preferida, é a porta dos fundos que dava em uma espécie de segunda casa. Como se fosse uma casa menor no quintal, bem nos confins da residência. Era onde possuía a minha pequena floricultura, protegida por uma redoma de vidro e uma cozinha particular com uma pequena sala compartimentada. Tinha até mesmo um quarto. Pequeno, porém era bem utilizável nos dias que eu queria me afastar de todos.

E aquele era um dia desses.

Me permiti afastar de todo aquele tumulto que acontecia na parte central da casa, parecendo um adolescente enquanto fugia dos pais porque estava enchendo o saco. Cassandra tinha percebido meu humor intragável naquele dia, optando por visitar a casa de sua família e retornar apenas na grande reunião que aconteceria aquele dia.

Quase a agradeci pelo gesto de compreensão, mesmo que movido por razões egoístas, pois eu não queria mesmo ter que lidar com toda aquela merda. O relógio marcava onze horas da manhã e a fome já dava espaço, preenchendo o tão costumeiro vazio que me deixava ainda mais irritado que o habitual.

Louis e Theodore tinham se metido dentro de alguma espécie de arena enquanto o ômega lhe ensinava a manusear algumas facas ou seja lá o que eles tinham combinado. Eu estava a todo momento tentando fugir um pouco do peso em cima dos meus ombros, e de certa forma, queria me agarrar que aquela paz se alastraria pelo resto do dia.

Mesmo que isso significasse um desejo inalcançável.

Quando finalmente deu meio dia e a fome era algo que eu não podia mais ignorar, resolvi cozinhar qualquer coisa que fosse a opção mais fácil. Achar mantimentos não foi difícil, visto que a mansão era bem abastecida sempre. Peguei tomates, espaguete, algumas hortaliças que colhi da minha própria horta e resolvi fazer uma massa. Rápido e prático.

— Blues? Não. Jazz? Não — balbuciei, procurando algo em minha playlist. — Indie?

— Ah, pelo amor de Deus, não! — disse uma voz bem característica atrás de mim, me assustando um pouco pelo atrevimento.

Virei para frente do balcão com calma, observando as safiras opacas, ainda que mais alegre do que nos últimos dias, em minha direção. Louis estava com um aspecto mais saudável. Bochechas coradas. Cabelos que pareciam mel derretido ao redor de seu rosto marcado. Uma blusa branca e uma bermuda jeans clara.

Semicerrei os olhos, retornando a minha posição anterior, decidindo colocar Indie apenas de pirraça.

— Já almoçou? — Me vi questionando, sem forças para mandá-lo embora ou até mesmo para ignorar sua presença.

Não consegui ver a expressão do ômega, mas o conhecendo, sabia que um bico deve ter adornado nos lábios finos.

— Ainda não — respondeu Louis. — Posso me juntar a você?

Oh. Eu não sabia o que responder.

Primeiro porque realmente estava apreciando a minha paz tão conquistada depois do tumulto daqueles dias e, principalmente, porque estar perto demais dele comprometia uma parte de mim que eu ainda estava relutante em entender.

Viúva Negra | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora