54. Como Nossos Pais

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"Você não sabe o quão rápido está correndo, o quanto tem trabalhado, o quão realmente exausto está, até que algo fica atrás de você e diz: Tudo bem, você pode cair agora. Eu vou pegar você."

— Os 7 Maridos de Evelyn Hugo.

Louis William Tomlinson - P.O.V

Não consegui sair da cama pelos próximos três dias.

Nem comer. Nem dormir direito. Eu estava em modo de alerta, aguardando qualquer inimigo em potencial. Acabei acostumando com as visitas de Gemma e eventualmente Harry. Ele apenas sentava na cadeira, me encarava durante algumas horas, abria a boca diversas vezes para falar algo mas desistia no processo.

Uma companhia agradável era o silêncio e a escuridão. Tudo que nela remetia.

Eu nem me importava mais em tomar banhos ou qualquer merda de higiene pessoal, então Gemma vinha todos os dias me obrigar a isso.

Queria tanto estar chapado. A todo momento estar imensamente chapado.

— Bom dia — disse Gemma, um sorriso fraco no rosto. — Que tal a gente andar um pouco lá fora? Está um dia agradável.

Não respondi, continuando a fitar fixamente a parede. Patético demais.

Era isso que eu era. Patético.

— Vamos, Lou, vai ser divertido! Podemos beber uma limonada e...

— Não — respondi baixinho, me aconchegando na cama. — Desliga a luz.

Ela suspirou.

— Louis, eu sei que o que você passou foi horrível, porém precisa reagir. O conselho está chegando e se você aparecer nesse estado, será um brinde para aqueles alfas estúpidos.

Quase ri.

— Você fala como se meu destino não fosse acabar na mão de alguma daquelas famílias, sendo fodido e surrado até o resto da existência do seu irmão.

Eu estava melancólico demais até para mim.

— Não sabe do que está falando. Nós não deixaremos isso acontecer. Independente de tudo, vocês tem um laço de almas. Isso vale de algo na Ordem.

Dessa vez eu ri, mirando meus olhos nela.

Tinha tanta piedade ali que eu quase vomitei.

— Você realmente acha que o seu irmão vai manter um ômega que mentiu, acabou com a Ordem, a família dele no processo? Que traiu ele?

— Não fale pelo meu irmão como se você conhecesse alguma coisa sobre ele.

A voz protetora ricocheteou meu rosto com a verdade naquelas palavras.

Não respondi nada enquanto voltava meu olhar cansado a parede branca, sem vontade nenhuma de manter aquele diálogo.

A verdade é que eu estava cansado.

Cansado de ostentar a personalidade incansável, do meu ego, da minha autoestima. Existia uma parcela ínfima minha que tinha sido roubada naqueles dias em cativeiro, uma parte tinha sido usurpada.

E eu não sabia como resgatar. Tentava a todo custo relembrar que eu era Louis William Tomlinson e sabia como me proteger, que meu lobo era um dos mais assassinos, que eu sempre fui um gênio que resolvia qualquer coisa...

Viúva Negra | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora