11. O Pai da Mentira

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Oi!

Tenham uma boa leitura, y'all.


O lobo interior é algo muito complicado de se dominar.

Em alguns antigos manuscritos, existe a explicação de como podemos conduzir a energia do lobo interior que divide seu corpo para seu sangue, o fervendo. Queimando.

Se alimenta das batidas erráticas do seu coração, a cada compasso do "tum", um fragmento da sua alma é engolido, até sentir seu corpo modificar para a mais bela criatura lupina.

O lobo.

Era preciso paciência para tal. O combustível que iria deleitar-se em suas veias e se arrastar, como uma cobra peçonhenta a procura do rato burro que entrou em sua toca.

Rasteja... fareja... rasteja...

No fim, te come vivo.

LOUIS WILLIAM TOMLINSON - P.O.V

Minha cabeça rodava levemente quando eu mergulhei dentro da enorme jacuzzi que ficava em meu antigo quarto. Os jatos de água com cheiro de sais de banho penetraram nas minhas narinas e eu simplesmente relaxei.

Recostei minha nuca na borda e engoli uma dose grande do vinho branco que estava em minha mão. Eu sentia a tensão, o ódio, a raiva crepitando as minhas veias.

Queria ir embora. Me enfurnar em meu antigo apartamento e voltar a maratonar séries para xingar personagens de índoles iguais as minhas.

Tipo o Edmundo. Saudades de odiar ele.

Peguei o celular que descansava no apoio ao lado da banheira e digitei o número que já estava acostumado a digitar tantas outras vezes durante os últimos quatro anos da faculdade.

Demorou cerca de dois toques para a garota atender.

— Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo? — debochou Stacie, os olhos castanhos-escuros me fuzilavam.

Sorri sem graça e me ajeitei melhor na banheira, tentando prevenir que meu celular caísse e eu perdesse a conexão FaceTime com ela.

— Oi, meu bem — sorri galante. Stacie semicerrou os olhos, totalmente irritada. — Deixaram meu aviso para você?

Antes de ser levado para Vegas, fiz questão que alguém de confiança — minha mãe — alertasse minha melhor amiga que eu estava vivo e bem. Stacie tinha feito um escândalo, e como minha mãe é inimiga da paciência, desligou na fuça dela.

Imagino o quão colérica ela deveria estar.

— Você está machucado — observou com preocupação. — E bebendo de novo. Louis, que merda aconteceu com você?

Suspirei longamente, tentando pensar em como responder aquilo sem deixar explícito quem eu era de verdade.

— Estou bem. Vai ter que confiar em mim quando digo isso — dei de ombros. — Não posso te dizer mais nada.

— Se você acha que eu vou ficar tranquila depois de um alfa te ameaçar dentro da sua casa e do nada você sumir do mapa, está muito enganado.

A encarei em súplica, porque apesar de não dar a mínima para meu bem-estar porque eu tinha meios de me proteger, não podia expor ela.

— Me desculpe — pedi verdadeiramente. — Eu te amo, Stacie. Confie em mim quando digo que estou bem.

Ela ficou longos minutos me analisando, em completo silêncio. Aproveitei para analisar o que eu conseguia ver de seu rosto: as olheiras de cansaço, os cabelos parecendo quebradiços e os lábios rachados.

Viúva Negra | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora