55. O Mentiroso, Enganador, Desleal

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"Ele te odeia. Mesmo te querendo, ele te odeia. Pode ser que ele te odeie ainda mais por isso."

— O Príncipe Cruel.

Harry Edward Styles - P.O.V

Um tilintar de mesa me despertou dos devaneios.

A ômega matriarca brindava a um longo casamento, tão envolto de uma aura de felicidade. Os cabelos loiros escuros característicos da família Brown estavam presos em um coque firme, a cintura fina estava adornada por um vestido lilás cintilante. Os olhos negros me encaravam uma vez ou outra, como se para certificar que eu ainda estava ali.

Me mantinha o tempo inteiro focado nela, tentando sorrir e continuar meu papel de futuro consorte como um bom ator.

Sufocado e mentiroso. Minha cabeça só gritava e girava a todo momento: mentiroso, mentiroso, mentiroso.

Eu estava mentindo para mim mesmo, aguentando tudo aquilo e tentando me manter forte e focado em meu papel. A pior parte sempre era a mesma: ter que relembrar do real motivo de ainda estar ali.

— Gemma, ele ainda não desceu — sussurrei para minha irmã que estava esplendorosa em um vestido preto discreto. — Não acha melhor irmos lá em cima e verificar se aconteceu algo?

— Começou há vinte minutos. Espera.

Bufei ansioso, encarando a aliança dourada em meu dedo com certa agonia.

Detestava alianças.

Cassandra estava divina em seu papel, parecendo realmente apaixonada por mim. Talvez pelo poder que ser minha mulher poderia significar para ela. A ômega não era de se jogar fora. Era uma excelente mentirosa, uma mulher de poder, praticamente mestre em tudo relacionado ao mundo dos negócios. Era uma predadora nesse sentido.

A família estava na política há séculos, sempre discretos e comportados no que se relacionava a escândalos com a mídia. Tinha uma certa aversão a Louis desde a bomba com a polícia, quando perdeu a virgindade para não se casar na máfia.

Não percebi que sorria ao lembrar dele.

— Espero que esse sorriso esteja relacionado a nossa noite de núpcias, noivo — disse Cassandra, um sorriso felino nos lábios cheios. — Me guardei durante todos esses anos para um marido em potencial.

Não acreditei nem por um segundo, porém segurei em sua cintura e deixei um breve selar em seu pescoço.

— Espero que isso responda a sua pergunta — pisquei malicioso.

Quis vomitar quando as bochechas falsamente coraram.

Puta mentirosa.

— Harry, querido — chamou minha mãe, os olhos amorosos me alertaram ao direcionar a ponta da escada.

Foi quando ele desceu.

Parecia que toda a real cerne do que eu estava fazendo tivesse evaporado quando o último degrau foi descido. O corpo deslumbrante naquele terno preto caro, os primeiros botões abertos que nos incitava a encarar a tatuagem do lobo de olhos vermelhos em seu pescoço. A calça social apertando em suas coxas que outrora foram robustas, porém não tinha perdido em nada do poder que seu corpo estonteante proporcionava. Uma visão de um deus grego.

A postura de um lobo prestes a devorar qualquer um que ousasse entrar em sua frente.

Ele rodou os olhos pelo salão e me encontrou. Me fitou de cima a baixo e a mulher loira pendurada em meus ombros, não conseguindo disfarçar o jeito que seus olhos afiaram. Como se me desafiasse. Ele ergueu a taça, empurrando um sorriso malicioso em minha direção.

Viúva Negra | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora