"Beedle, o Bardo"

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Depois do dia na biblioteca, Brianna não havia encontrado nenhum dos grifinórios, com exceção de Annabeth. As duas costumavam ficar juntas nas aulas, ou então, se encontravam depois caso não tivessem as mesmas matérias no dia.

— Então você conheceu Sarah? — Anna perguntou.

Elas caminhavam até o corujal para que Brianna enviasse uma carta ao seu pai. Aquilo havia se tornado um costume entre os Brooks, sempre enviar cartas, independente se fosse simplesmente com uma frase. Eles tinham apenas um ao outro, aquela era a maneira que eles haviam encontrado de se manterem juntos apesar da distância.

— Sim... — Bree respondeu simplesmente.

— Como foi? — Anna perguntou observando a morena ao seu lado.

— Normal.

— Normal? Bree você conheceu a atual namorada do seu ex namorado que é apaixonado por você... — Anna respirou fundo antes de prosseguir. — E você me diz que foi "normal" ?

— Sim, por que deveria ser diferente? — Perguntou a corvina. — Ethan e eu não temos mais nada, somos apenas amigos e eu estou feliz por ele.

No fundo Bree havia sentido uma pontada de ciúmes, mas não demorou para que a garota afogasse aquele sentimento dentro dela, não seria capaz de admitir aquilo nem para si mesma.

— Tudo bem, mas saiba que não estou convencida Brooks.

Brianna revirou os olhos, Collins poderia ser bem insistente as vezes.

As duas subiram os degraus do corujal enquanto o vendo gelado queimava em suas bochechas, aquele inverno estava realmente rigoroso e Bree se perguntou como seu pai estaria lidando com o frio intenso.

Annabeth estava na frente, os cabelos vermelhos dançavam com o vento e ela apressava os passos pela escada.

— Ah, meu Deus... — A grifinório gritou quando seus pés tocaram o último degrau. — Desculpem, eu... eu não quis...

Brianna vinha logo atrás e sua boca ameaçou se abrir assim que seus olhos fitaram aquilo que havia causado tanto espanto em Annabeth.

Mattheo Riddle estava junto de uma lufana em uma situação um tanto quanto íntima demais. Aquelas como as descritas nos romances que Brianna costumava a ler.

Involuntariamente os olhos da corvina percorreram o corpo de ambos. A lufana colocava apressadamente sua camisa para tampar os seis fartos, já Riddle parecia não se importar em ter sido pego. Seu tronco descoberto revelava um corpo bem esculpido e os olhos de Brianna a trairam quando desceram mais e mais...

Então ela saiu do transe, lembrou de quem se tratava e foi quase impossível não demonstrar a feição de nojo estampada em seu rosto.

— Droga... — Mattheo resmungou.

— Procurem um quarto da próxima vez... — Brianna disse simples e indiferente.

Ele apenas a encarou, não suportava o fato de que ela carregava em seu rosto tanta indiferença quanto ele, não suportava a nova versão da corvina que respondia tudo, preferia quando ela engolia as malditas palavras em sua boca. Brooks sentia o mesmo, nunca havia o perdoado por tê-la humilhado daquela forma, era insuportável apenas estar no mesmo ambiente que ele.

Mas seus olhos desviaram de Brianna e ele sorriu, seu sorriso estava direcionado a Annabeth, que olhava boquiaberta para Mattheo, suas bochechas haviam atingido o tom do seu cabelo.

— Bom, talvez eu procure o quarto da sua amiga da próxima vez. — O garoto disse sem se importar com a lufana ao seu lado. — Pelo visto ela gostou do que viu.

Annabeth corou e tossiu.

— Faça o que quiser, desde que não traumatize as pobres corujas novamente. — Brianna tinha o seu tom de voz carregado de desprezo.

Um vento gélido bateu contra eles e o cachecol da corvina quase se desprendeu de seu pescoço. Mattheo então sentiu novamente aquele perfume, aquele mesmo perfume que havia sentido a dias atrás.

Ele olhou para a lufana calada ao seu lado, se aproximou e inalou seu cheiro. Mas não era, não era dela aquele perfume. A garota por sua vez saiu correndo as pressas dali, a vergonha estava estampada em seu rosto.

— Eu até poderia explicar o porque de lugares inapropriados serem os melhores, mas eu não acho que você entenda muito desse assunto Brooks... — Mattheo caminhou em direção as duas, não perderia a oportunidade de provocá-la.

Ela entendia, bom, não na prática mas seus livros a proporcionavam cenas bem detalhadas.

Enquanto isso a Annabeth continuava babando em Mattheo, já a corvina sentia que poderia vomitar a qualquer momento, a última coisa que gostaria de ver era sua amiga flertando com algum garoto em sua frente, muito menos aquele garoto em específico.

Com pressa de enviar a carta Brianna passou pelo sonserino sem sem importar com sua presença ali.

Bree deixou sua carta com a coruja da família, era ela a encarregado por levar e trazer as informações trocadas entre pai e filha.

Brooks se virou e encontrou a amiga já sozinha. Ela mantinham um sorriso enorme nos lábios.

— Você viu o que acabou de acontecer? — A ruiva perguntou eufórica.

— Eu preferiria esquecer, se possível...

— Me desculpe, eu não deveria ter ficado tão atraída por alguém como ele...— Anna deslizou os dedos pelos cabelos ruivos. — Mas eles estavam tão...

— Eu não me importo Anna. — A corvina foi sincera.

(...)

Bree estava sentada em sua cama quando ouviu batidas serem desferidas contra sua porta, imaginou que poderia ser Anna ou Luna. Mas ambas já teriam abrindo a porta.

— Entre. — Bree pediu a quem quer que estivesse do outro lado.

— Atrapalho? — Ethan perguntou fechando a porta atrás de si.

Bree sorriu, estava acostumada com as visitavas do rapaz, apesar delas terem se tornado mais raras após o término.

— Claro que não.

Ethan se aproximou sentando ao lado de Brianna na cama, em suas mãos haviam um livro com uma capa impecável.

— Aqui... — Entregou o livro nas mãos da garota. — Eu prometi que acharia esse livro para você.

Ethan sabia a paixão da garota por livros, era algo que ambos compartilhavam. Ele não havia se esquecido do pedido feito por Bree meses atrás, o desejo de ler "Os contos de Beedle, o bardo." Parecia algo bobo e infantil, mas para a corvina significava muito mais que isso, sua mãe prometerá ler aquele livro para ela, mas o tempo não havia sido bondoso o suficiente para que ela fizesse aquilo.

— Você lembrou... — Brianna não era alguém que se deixava levar pelas emoções, mas foi impossível controlá-las antes de pular nos braços de Ethan.

O garoto sorriu, aquilo remetia os momentos que passaram juntos. Ele sentia falta.

Ao se desfazerem do abraço, seus rostos estavam realmente próximos e Brianna se pegou lembrando dos beijos que eles trocaram naquela mesma cama, diversas vezes.

— Me desculpe... — Brianna pediu se afastando.

— Tudo bem... — Ethan sorriu tristemente, ela estava o afastando novamente. — Gostou? Digo, do livro...

— Eu adorei. — Brianna disse ajeitando as mechas escuras do cabelo.

— Fico feliz. — Ethan disse bagunçando os cabelos da corvina novamente.

I lie for two - Mattheo Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora