Victória perdeu tudo.
Mutilada, abandonada e com sua reputação destruída, agora é conhecida como a vilã na história de sua irmã, a brilhante e amável futura rainha.
O Baile que era pra ser o começo do seu final feliz se tornou o ponta pé que empur...
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Não seja precipitado ao gostar de mim Porque eu sou uma vilã O que te faz pensar que não sou?
Você ainda não sabe a diabinha malvada que eu sou
Villain - Stella Jang
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Desde a morte do papai, há seis meses, nossa casa havia entrado no mais absoluto silêncio. Os empregados conversavam em sussurros, mamãe como sempre só falava o necessário e repreendia com um olhar severo quando nossas vozes subiam além do necessário. É meio estranho não ouvir seus passos pesados pelo escritório quando passo na frente das enormes portas de madeira escura, mas ainda assim aprendi a apreciar o silêncio.
Por isso, esse zumbido está me enlouquecendo.
Graças a Anna e sua paixão por tudo que envolve a terra, ela conseguiu — com a ajuda dos empregados —, manter o jardim florescendo em todas as estações do ano. Nada de galhos quebrados, folhas secas e arbustos bagunçados. Ela mantém cada milímetro o mais bem organizado possível. E para apreciar o próprio trabalho, há alguns anos convenceu papai a montar um pequeno pátio em frente a porta dos fundos, com uma mesa de seis lugares. Agora no outono, ela usa cada raiozinho de sol para convencer mamãe a trazer nossas aulas para o jardim.
Isso pode ser bom pra ela que só estuda na parte da manhã e pode correr para cuidar de suas hortênsias assim que acaba. Ella também não se incomoda, mas eu que tenho mais horas de estudos que as duas odeio a brisa fria e os insetos ao nosso redor. Não sei porque deixo elas me convencerem a acompanhá-las todas as vezes.
Por reflexo, abano a mão no ar, espantando o que imagino ser uma abelha quando mamãe grita. Não de um modo normal, nem uma só vez. Ela grita repetidamente Dominic, nosso mordomo, como os comerciantes do centro.
Ergo os olhos do livro sobre a Guerra de Rainfield. Olho para Ella, que segura o pincel longe de sua aquarela, tentando entender o que está acontecendo. Procuro Anna. Da última vez que mamãe gritou dessa forma, ela tinha caído enquanto corria pelo jardim e feriu o tornozelo. Ficou dias em casa sem poder sair de casa.
