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Eu queria poder acreditar
Que você nunca me enganou

House of Memories - Panic! at the Disco


     Todos falam tanto de Rivergreen e das paisagens tão belas que todos os pintores que se propuseram a isso, tentaram — e fracassaram —, em recriar fielmente em um quadro

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     Todos falam tanto de Rivergreen e das paisagens tão belas que todos os pintores que se propuseram a isso, tentaram — e fracassaram —, em recriar fielmente em um quadro. Nunca visitei o condado, mas na minha opinião Bredon tem lugares tão dignos quanto de se tornarem uma pintura.

Ruas de paralelepípedo largas e sinuosas — e sempre bem iluminadas — se conectam umas às outras como se não tive fim, como um grande labirinto. Casais sorridentes e apaixonados andam aos montes por essas ruas devem amar como elas parecem não ter fim. Eles caminham despreocupados e sem um destino específico. Alguns se perdem olhando para a pessoa que amam, outros ficam encantados com o céu.

O pôr do sol é rosa, azul e violeta, como se tivessem dado uma única pincelada suave para mesclar as três cores. Nuvens cheias e densas se espalham pelo céu, cobrindo o sol, isso acaba deixando um contorno luminoso ao redor delas. Parece algo diretamente saído de um conto de fadas.

É mágico.

Celestial.

Ao anoitecer muda para um azul-escuro profundo polvilhado de estrelas. Alguns casais sentam na beirada da fonte e bancos, procurando constelações juntos enquanto outros se reúnem para ouvir as histórias contadas pelo trovador.

Seus dedos se movem pelas cordas do alaúde, o som harmônico e triste se mistura ao da água e diminuo o passo para entender sobre o que ele está cantando. Sua voz flutua até mim e entendo trechos sobre encontros secretos sob o luar com uma pessoa que não lhe pertence. Espero mesmo que esteja cantando suas próprias experiências — e esteja sofrendo — porque quando passei aqui mais cedo, ele cantava sobre mim.

Não foi nada específico — ele não usou meu nome —, mas estava óbvio que era sobre mim. Tinha uma bela e gentil princesa, um príncipe honroso e heroico, e a meia-irmã cruel e gananciosa, que para o meu azar morria no final. Foi assustador assistir todos esses desconhecidos comemorarem quando o príncipe cortou a cabeça da meia-irmã. A minha cabeça.

Quer dizer, até hoje é assustador ver pessoas que não conheço e que nem sabem toda a história afirmar que eu deveria estar morta há muito tempo. Toda essa canção é algo bobo perto do que passo em Egline nos últimos meses. As pessoas picham os muros da mansão, me ofendem e insultam. No começo, até se recusavam a vender coisas simples para mim como comida. Eleanor está bem e viva, mas as pessoas me tratam como se eu fosse sua assassina.

Isso me enfurece, faz meu sangue ferver ao ponto de eu quase perder a razão. Ainda mais porque o único motivo das pessoas não cruzarem a linha e fazer algo pior, são eles. Eleanor e James. Minha irmã e meu cunhado. Essa frágil ligação com a família real é o que impede seus adoradores fervorosos de fazerem algo pior comigo, de me machucar. Mas não é algo com que posso contar para sempre e tenho medo do que pode me acontecer no dia que essa conexão entre nós não for mais o suficiente.

VilãOnde histórias criam vida. Descubra agora