Victória perdeu tudo.
Mutilada, abandonada e com sua reputação destruída, agora é conhecida como a vilã na história de sua irmã, a brilhante e amável futura rainha.
O Baile que era pra ser o começo do seu final feliz se tornou o ponta pé que empur...
Luzes te guiarão até em casa E aquecerão seus ossos E eu tentarei consertar você
Fix You - Coldplay
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Acredito que Jon não seja o único que pensou na possibilidade dos boatos serem verdade e que eu seja realmente a amante do adorado Príncipe James. A possibilidade também chegou a Dona Aleta e acredito que não gostou nada de eu supostamente estar traindo Andrew, aquele que ela vê como um filho, com o marido da minha irmã.
Fecho a cortina e pego o castiçal no móvel ao lado. Dona Aleta não é alguém que eu possa ignorar, principalmente quando ela atinge esse estado de descontrole. Se eu a ignorar, em poucos minutos todos os vizinhos estarão amontoados novamente do lado de fora de suas casas. O que pretendo evitar por que não me agrada repetir o encontro que tivemos mais cedo uma segunda vez.
Assim que entro na sala, Ava está vindo do corredor. Os murros na porta a fazem pular de susto e, pela ruga de preocupação entre suas sobrancelhas, deve imaginar que é outra vez os vizinhos, ou até mesmo pior. Antes que sua imaginação a leve longe demais, eu a tranquilizo:
— São Dona Aleta, Senhor Garcia e mais um outro homem.
— Por que ela está gritando você desse jeito...? Com... raiva? — A ideia parece surpreendente até para ela. Também não imaginava que Dona Aleta me colocaria na sua lista de inimigos.
— Acho que ela acreditou nos boatos assim como Jon...
— Jon acreditou nos boatos?!
— É... — não digo nada por um momento, mas outro soco na porta da frente me faz reagir. — Bom, acho que meio que não tem como acreditar... quer saber, não importa. — Dispenso o assunto e aponto para as escadas. — Suba e acalme a Anna, diga que não é Madame Blackwood. Fala que são visitas e que em hipótese nenhuma ela deve sair do quarto.
— Está bem, Senhorita.
Fazemos juntas o caminho de volta em direção à porta. A deixo no primeiro degrau da escada, mas ela me segura pela manga do vestido antes que eu consiga me afastar. Sorri.
— Qualquer um que conheça a senhorita de verdade, não acreditará nesses boatos.
— Você, Anna e Andrew. — listo, erguendo um dedo para cada um. — E dois de vocês ainda sabem que é tudo um plano.
Ela encolhe os ombros, como se fosse uma informação descartável.
— Mesmo assim, ter três pessoas que acreditam em você é muita coisa. Alguns não têm nem mesmo uma. — Minha falta de resposta a faz sorrir. — Cuidarei da Senhorita Anna.
Espero que suba os degraus restantes e faço o caminha de volta até a entrada. Deixo o castiçal sobre o móvel mais próximo da porta e me aproximo da madeira. Espero o curto momento em que Dona Aleta para de falar para poder respirar e pergunto:
