Victória perdeu tudo.
Mutilada, abandonada e com sua reputação destruída, agora é conhecida como a vilã na história de sua irmã, a brilhante e amável futura rainha.
O Baile que era pra ser o começo do seu final feliz se tornou o ponta pé que empur...
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Meus dias tem se tornado extremamente cansativos. Todos são repletos de longas e cansativas reuniões com os advogados, sobre assuntos que, na maior parte das vezes, não entendo. Passam mais tempo me explicando o que não conheço do que lidando com o problema em si. Me sinto cinco passos atrás, ainda mais quando falam de assuntos da Companhia Blackwood.
Minha mesa se transformou em uma grande pilha de documentos que nunca tem fim, não importa o quanto eu trabalhe. Felizmente, tenho outras obrigações fora do escritório. Mesmo que envolvam a Madame Blackwood.
— Não, não, não. Nada de amarelo, ela fica com cara de doente! — Madame Blackwood grita do meio da sala enquanto uma criada que nunca vi na vida me passa uma xícara de chá de hortelã.
Respiro fundo o aroma e analiso também analiso a cor quanto. Pego a pequena colher de prata, equilibrada na beirada do pires que acompanha a xícara, e mexo o líquido. Como não vejo sinais de veneno, assumo que seja seguro para Amber e Ava.
Não teria me preocupado com o tipo de veneno se fosse somente eu. Minha mãe me ajudou a construir uma intolerância aos mais comuns com o passar dos anos. Um de seus maiores medos é que tentassem me envenenar quando eu voltasse para assumir meu lugar como principal. Preocupação que ela tinha todos os motivos para ter.
Nesse momento não sou o único em risco, então tenho que garantir a segurança delas. Algo complicado com os corredores repletos de rostos desconhecidos.
Há três dias atrás, contratei os responsáveis para gerenciar cada área da mansão. Garstow e Bromley têm me informado sobre o progresso das contratações e hoje as últimas seriam finalizadas. Não que fosse necessário. É visível que cada vez que deixo o escritório, vejo mais pessoas que não conheço pelos corredores, me cumprimentando sempre que eu passo. Me olham de um jeito estranho.
— Parece que eles têm pena de mim. — comentei com Alex num outro dia. — Me olham como se eu fosse um cachorrinho ferido.
— Pena não, eu diria que é compaixão. — ele respondeu, enquanto deixava um relatório sobre os novos guardas que Brian trouxe e as escalas que tinha planejado para as rondas. — Eles têm profundo respeito pela cunhada, pelo o que ela fez. Por ter se sacrificado por Ava e pelas crianças. A maior parte das moças ricas, mal se daria ao trabalho de dar oi para a maioria delas, quanto mais arriscar a própria vida. E também por sua causa todos sabem que os salários e os cargos de cada um foram especialmente escolhidos por ela. Sabia que esse emprego está sendo a segunda oportunidade de muitos deles?
— Eu entendo a compaixão e o respeito por ela, não entendo porque sentiriam o mesmo por mim. Não fiz nada por eles.
— Porque você é o noivo dela, porque vocês são jovens, apaixonados e quando finalmente poderiam ficar juntos, essa tragédia aconteceu. Todos notam como você passa horas trancados no escritório, tentando lidar com essa papelada infernal. — ele apontou para o amontoado na mesa. — E somente sai daqui para ver Ava, Victória e Madame Blackwood. Estão todos vendo como você tem se desdobrado para cuidar de tudo. Compaixão é o mínimo que vocês dois merecem.