A revelação

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  - P-Porque eu... Sou seu amigo, não é? É evidente que me preocupe – respondeu Eros envergonhado.

  - Olha só... Eu nunca... menti para você, mesmo que tenhamos nos conhecido a pouco tempo, então por favor, não minta para mim..!

  - B-Bem... É porque... Eu meio que... Te amo...

  - O quê? C-Como pode brincar com algo assim? E se eu acredito nisso?

  - Hey! Quem disse que é mentira?! – falou indignado pela humana pensar isso de si.

  - M-Mas... Como? Por quê?

  - Oras! – resmungou corando ainda mais por ter que dizer o que estava somente em sua mente até então, mas não pretendia mentir para a menor - És diferente! Cuidas de todo mundo mesmo que tu não conheças e não liga para o que os outros falam, só... Segue o teu coração e se esforça para manter tudo de forma organizada para que não haja problemas; és linda, carinhosa, prestativa; és perfeita! – ele começou e percebeu que a mais nova estava rindo contida. Logo se deu conta.

  - Desculpa... Essa é a forma que falamos a princípio – explicou passando a mão nos cabelos – Eu falo assim quando estou... nervoso.

  - Não tem problema. Na verdade, eu estava rindo porque achei fofo um semideus tão... poderoso falando assim – sorriu – Agora vejo que livros mentem também.

  - Como?

  - Nos livros antigos que eu leio fala que semideuses não demonstram sentimentos e sempre querem se manter no topo.

  - Nem todos são assim... – disse olhando a garota.

  - Ainda bem que não... – devolveu o olhar.

  - E, bom, no mundo dos deuses existem muitos como eu... – disse, mas retomou a fala em seguida, voltando ao assunto inicial – Acho melhor eu continuar, antes que perca a coragem – relatou sorrindo e a mais nova se calou, corando novamente pela vergonha – Enfim, na verdade, desde que lutamos comecei me sentir diferente. Nunca me interessei por alguém, então eu acho que estou apenas seguindo os meus instintos e o meu coração, mas... Você sabe conhecer a qualidade dos outros e não os seus defeitos, e nenhum estereótipo importa para você, o status, ou... asas..? – riu por fim com o que falou, fazendo-a rir baixinho também, ação que julgou muito fofa.

  - Eu... Nossa! Nem sei o que dizer... Foi... muito lindo o que você falou. Apesar de que eu não concordo com o início... – disse a última frase tão baixo para ele não escutar que jurava poder afirmar isso, mas Eros escutou perfeitamente por ter uma audição mais apurada, já que foi treinado para ouvir a longas distâncias, porém esperou ela terminar de falar para questionar – E... Na verdade.... Acho que eu também te amo. É incrível o modo como você trata os humanos mesmo eles sendo uma ameaça para os semideuses, e também não se importou quando viu que éramos apenas adolescentes. Você também deve ser, mas... Muitos falavam, e ainda falam, mesmo não sabendo que somos heróis, que andarmos juntos não nos faz forte e que ainda precisamos da "proteção" dos pais, não adianta muito já que eles não param em casa, mas... Ai, desculpa... Acho que fugimos do foco de novo – disse rindo.

  - Pois é. Mas não tem problema – sorriu – Então a garota marrenta na minha frente se apaixonou? É... Não é à toa que sou filho da deusa do amor e da beleza, né? – falou para descontrair e viu o olhar irritado da mais nova, que só estava brava por saber que era verdade, como ela mesma já havia confirmado para Jasmin minutos atrás.

  - Pare! Idiota!

  - Estou mentindo? – perguntou arqueando as sobrancelhas.

  - N-Não..! Seu chato!!

A força das almas gêmeas: Destinos CertosOnde histórias criam vida. Descubra agora