Do lado de lá ...

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  Andando, os heróis perceberam que a floresta ia ficando cada vez mais escura e fria. Nem um sinal de vida humana era percebido e eles começaram a pensar se não tinham caído em uma armadilha de Tália. Nada naquele lugar parecia confiável, e com certeza não estavam na floresta que fica do lado da casa deles.

  Ao que parecia, paredes invisíveis não serviam apenas para transportar as pessoas de uma cidade para outra, mas de um local para outro. Nunca imaginaram que poderia haver algo desse tipo tão perto de casa, porém sabiam que não sairiam dali tão cedo...

  - Vocês por aqui? Que ótima visita! – falou Tália ironicamente.

  - Não finja que você é uma santa e que não fez nada de errado – disse Dália com raiva.

  - Parece que alguém está de mau humor hoje, garanto que isso não faz bem, priminha – debochou, confirmando sua teoria de que realmente eram primos.

  - Por que isso? Por que se tornou vilã? Olha só a que ponto você chegou! Para que tentar roubar um diamante? – perguntou Dália.

  - Porque ninguém gosta de mim! Até os meus pais fugiram, desapareceram da minha vida! Os vilões pelo menos me respeitam e valorizam o que eu faço! Mas você não vai entender isso, não é? Você e seus irmãos sempre estavam no meio de toda a família e eram considerados heróis, além disso, sempre ganhavam presentes, independente de qual dia fosse. Os seus pais sempre davam presentes para vocês, ou ao menos a maioria de vocês – corrigiu, olhando a prima mais velha, que ficou atenta a cada palavra da outra para que ela não falasse muito, pois parecia saber coisas demais sobre si - E a tia Jade também deu, inclusive, um diamante de imenso valor, e eu quero ele para mim! – gritou.

  - Mas a mamãe te deu um também! – disse Jasmin.

  - Só que é uma réplica, eu preciso do de verdade! Só assim os vilões poderão ganhar de vocês, criando técnicas e poderes com o diamante.

  - Essa joia já está com os vilões! O que está querendo aqui?

  - Tão tolinha minha priminha... – ironizou, deixando Dália mais irritada do que já estava – Mas não. Depois que a tia Jade deu a joia para vocês, os vilões a pegaram, mas ela entrou no esconderijo deles e pegou novamente, aí ela escondeu no sótão da sua casa. Os vilões me convocaram porque eu sabia com quem estava o diamante. E... A propósito, seu pai morreu, tá? Só para você saber mesmo – falou Tália impassível demais para o peso da notícia que tinha dado.

  - O que? Mas ele estava na Califórnia! Como você sabe que ele morreu? – perguntou Dália com uma pontada de tristeza. Sentia-se mal por não estar chorando com a morte dele, mas esperava ser compreendida, ao menos por Eros, que já sabia a verdade. Era fato que não desejava a morte do mais velho por causa dos seus irmãos e por não ser uma pessoa ruim, mas não poderia mentir dizendo que estava arrasada com isso, pois ele nunca lhe tratou bem ao ponto de amá-lo. No seu ponto de vista, ele era apenas a pessoa que bancava as suas despesas, ainda que perto dos irmãos o chamasse de pai.

  - Eu o matei – respondeu Tália – Ele descobriu que eu estava atrás do diamante, e eu não podia correr o risco dele contar para a tia Jade, senão ela me impediria. Muito esperta, não é?

  - Como tem coragem de sorrir quando matou um ser humano apenas por um objeto? – ditou, inconformada. Odiava ver seus irmãos chorando como estavam. Não imaginava o que sentiam agora, mas tinha certeza de que a melancolia e tristeza eram os principais sentimentos que tinham naquele momento.

  - Eu não tinha escolha. Era isso, ou perder meu precioso diamante – abriu um largo sorriso, ignorando toda a gravidade que era matar – Ai, quanto drama! Uma pessoa a menos no mundo não vai fazer diferença. Arrumem outro pai e pronto, não é tão difícil assim.

  - Percebe a gravidade das suas palavras, Tália? Está se ouvindo? Era seu tio!!! – Dália gritou. Jasmin, Arley e Edward estavam totalmente desestabilizados, sem rumo, e a mais velha sentia a raiva aumentar cada vez que escutava a parente falar como se aquilo fosse algo normal de se fazer. Atacou a garota com "Rajada de Fogo", despejando na técnica toda a raiva que tinha, fazendo-a se chocar com uma árvore a alguns metros de onde estavam. A batalha estava só começando, e temia que não conseguisse aguentar sem a ajuda dos três mais novos. No entanto, jamais desistiria de tentar.    

A força das almas gêmeas: Destinos CertosOnde histórias criam vida. Descubra agora