- Então, meninas, conseguiram descobrir de quem é o aparelho? – Afrodix perguntou depois de estarem todos sentados na areia perto do oceano límpido.
- Sim – respondeu Jasmin olhando de relance para Armin. Ela ainda tentava entender o motivo do garoto querer tanto ficar na ilha. Era impossível conversar sobre os vilões livremente com o adolescente por perto. Dália entendeu o recado quando a irmã mais nova olhou para si e suspirou, descrente do que teria de fazer para que Jasmin pudesse contar a notícia aos outros. Mas por outro lado era bom, pois poderia deixar claro certos assuntos com o garoto.
- Armin, vem comigo, por favor – A garota mais velha pediu, levantando-se lentamente, enquanto o garoto se erguia com rapidez. Dália andou de volta ao acampamento, onde sabia que ele não conseguiria escutar a conversa.
- Oi, pode falar – sorriu, na esperança de que ela o tivesse perdoado sem nem mesmo ele ter feito algo, porém estava enganado. Dália tinha uma percepção perfeita, e Armin era previsível demais em sua opinião, não era difícil descobrir que ele estava interessado em si.
- Bom... Eu não sou muito boa em ficar enrolando para falar, então me desculpe a sinceridade tão direta – fez uma pausa com um longo suspiro – Não podemos ter nada, Armin.
- O quê?
- Estou falando de um... relacionamento mais íntimo. Primeiro porque eu te vejo como uma pessoa um tanto... desconhecida ainda, segundo por que eu realmente amo o Eros, já deve ter percebido isso – ela corou e sorriu pequeno.
- É, deu para perceber logo de cara – riu, sem humor – Não tenho chance alguma?
- Sinto muito, mas não. Me desculpe mesmo, Armin... – olhou o maior à sua frente, percebendo que agora ele estava mais perto do que imaginava. Não queria magoá-lo, mas precisava ser sincera com ele.
- Como você sabe se não tentou? – indagou, segurando o pulso da menor, parecendo irritado com a resposta que tinha recebido. Dália se soltou e o olhou, preparada para repetir com mais clareza o que tinha falado, mas não teve tempo quando, propositalmente, Armin beijou sua bochecha, porém a ação acabou passando mais perto da sua boca do que de fato da bochecha, a deixando sem reação.
***
- Do Detrix?
- Sim, Eros, ao que parece ele deixou cair depois de conversar com alguém – Jasmin começou a contar sua descoberta. Torcia para que estivesse tudo bem com Dália, que tinha ficado irritada por ter que ficar sozinha com o garoto novo.
- Quem exatamente? – Arley perguntou.
- Não reconhecemos a voz. Essa pessoa estava furiosa com o Detrix por causa de um livro que ele tinha perdido – Jamin explicou o que tinha escutado no aparelho – Disse que se o Detrix não encontrasse o livro tudo estaria perdido.
- Mas que livro é esse?
- Não sabemos, Afro, mas temos que achá-lo; se encontrar esse livro é questão de honra para os vilões, para nós será mais que isso.
- Então vamos procurar!
- Temos que ver com a Dália primeiro, Ed.
- Aquele garoto está atrasando tudo, não é? – o mais novo perguntou.
- Sim... Dália não aguenta mais..! – suspirou, frustrada. A irmã já tinha preocupações demais na cabeça para ter que lidar com mais um e isso a frustrava também – Vamos lá, devem ter voltado para o acampamento.
- Por que fez isso? – indagou, irritada, passando a mão no canto da boca, limpando – É o meu limite!! Eu estou tentando ser legal com você e em troca recebo um desrespeito como esse? – de longe o resto da equipe percebeu o grito de raiva da líder, chegando a tempo de ver a garota levando sua mão com força ao encontro da bochecha alheia – Nunca mais encosta em mim.
- Dália?! Tudo bem?
- Vamos procurar o livro – disse passando pelos outros. Eros olhou com raiva para Armin, que estampava surpresa na face, com sua mão no local atingido. Se a garota tinha lhe batido é porque havia feito algo muito errado, já que ela não gostava de violência, só utilizava nas batalhas por questão de necessidade e proteção.
O clima de tensão estava marcado fortemente no ar e todos tinham receio de falar com a irmã mais velha. A expressão dela era pura indignação e pessoa alguma da equipe ousava lhe chamar naquele momento.
E foi assim que longas horas se passaram com todos procurando o que queriam em completo silêncio, nem parecia ter pessoas na ilha. Apenas o som dos poucos pássaros e das águas do oceano eram ouvidas. O Sol quente exatamente no meio do céu já indicava que era meio dia e que precisavam voltar e almoçar, ou não teriam forças para continuar. No entanto, poucos minutos após Dália avisar que voltariam, Arley gritou dizendo que tinha encontrado o pequeno livro embaixo de algumas folhas. Ele estava intacto, o que significava que Detrix tinha deixado cair recentemente.
- Então ele conversou com a outra pessoa anteontem – Dália analisou ao receber o objeto em mãos – Nesse caso é melhor tomarmos cuidado, ele pode estar por perto – dito isso eles se organizaram e retornaram para almoçar, tomando cuidado para não chamar atenção agora que sabiam um pouco mais.
- Vamos almoçar, descansar um pouco e depois ler o livro com o máximo de atenção possível – informou, começando a preparar o almoço, e assim que finalizou, com a ajuda de Jasmin, os sete comeram e ficaram descansando pelo acampamento mesmo, apenas Armin saiu e Eros seguiu-o discretamente. Ele estava com muita raiva, precisava saber o que tinha acontecido.
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A força das almas gêmeas: Destinos Certos
RomanceO que fazer quando, por uma obra do destino, dois corações opostos se encontrarem e tiverem que permanecer juntos por toda a eternidade? Mas não começa por aí... Quatro irmãos lutam desde sempre para salvar a cidade em que vivem. No entanto, eles...