Descobrindo mais sobre o mundo cruel

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  No dia seguinte, mais um dia escolar se iniciava para os quatros irmãos. E mesmo sabendo que era importante, Eros não via a hora deles chegarem e poder conversar com Dália o que martelava em sua mente. E quando a hora finalmente havia chegado, sentiu apreensão pelo que queria saber. Não pensava em apressar as coisas, ou invadir a privacidade da humana por quem era apaixonado, apenas se preocupava muito com ela.

  - O que foi? – Dália perguntou ao chegar no jardim e ver Eros mais pensativo que o normal. Seus olhos denunciavam que não tinha sido uma noite fácil. Tentou esconder ao máximo para não preocupar os irmãos, principalmente Arley e Edward, que não sabiam sequer do ódio gratuito que os pais despejavam na irmã mais velha.

  - Não é nada...

  - Não parece...

  - Eu... Não sei como perguntar isso sem ser um completo invasivo – externou o pensamento e a garota sorriu tranquila, já imaginando o que o mais velho queria saber.

  - Como você percebeu, eu não fico muito tempo com meus pais. Na verdade, eu nem sei direito se são realmente meus pais, eles só vivem viajando, e quando vem aqui é para buscar isso ou aquilo, ou ver meus irmãos. Tem dias que eu olho para o céu e penso seriamente que eu sou adotada, que os meus pais morreram e que a minha família são somente os três – começou Dália, vendo que o semideus não pediria para ela contar.

  - Não diga isso! – disse Eros – Eu tenho certeza que seus pais só são ocupados demais, e que eles te amam.

  - Não é tão simples assim, Eros... – suspirou – Eu nunca tive o amor deles, nunca demonstraram isso, pelo contrário, sempre faziam de tudo para que a minha vida fosse um inferno. Sei muito bem que para eles eu sou só alguém que deve cuidar dos filhos deles, e para mim, contanto que não me tirem os três, estará tudo bem... – falou tentando manter um sorriso, mas nem ela acreditava naquilo. Sempre sonhou em ter progenitores amorosos e protetores com ela. Foi surpreendida por um abraço aconchegante do semideus, que tentou ao máximo mantê-la segura. Não conhecia direito, mas já odiava os pais da menor.

  - Não está nada bem... É perceptível que não gosta do tratamento que recebe deles... – a garota apertou seus braços na cintura alheia e não disse nada, tinha certeza que choraria se falasse o mínimo que fosse – O mundo dos humanos é tão cruel... – finalizou levando sua mão até a bochecha da mais nova, que fechou os olhos com o ato, mas isso até perceber que a respiração do semideus se chocava em seu rosto e então viu a hora de se afastar, antes que não pudesse mais resistir.

  - Não faça isso, Eros, por favor.

  - Por que não podemos ficar juntos se eu gosto de você e você de mim? – perguntou suspirando.

  - Porque é errado.

  - Você está com medo por que eu sou um semideus, né?

  - O quê?

  - Medo de que depois eu lamente pelo fato de que eu poderia ter escolhido uma semideusa, mas fique sabendo que se você decidir mesmo não ficar comigo, eu nunca mais vou amar.

  - Ata, até parece. Você só tem 18 anos! Vai gostar de outra pessoa! – disse Dália.

  - Não, eu não vou. Almas gêmeas são destinadas uma à outra – afirmou sem pensar.

  - Você também acredita nisso? – se afastou apenas para olhar o ser de asas prateadas.

  - Claro que sim. A não ser que tenha outra explicação convincente de como nos apaixonamos logo nos primeiros dias de convivência – desafiou e ouviu um longo suspiro escapar dos lábios da garota.

A força das almas gêmeas: Destinos CertosOnde histórias criam vida. Descubra agora