Never.H.S. - Capitulo 53

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Firme. Firme. Bate. Fiz isso várias vezes até o cadeado se partir.

Abri a janela.

“Tu vais primeiro e esperas por mim lá em baixo!” Ela consentiu.

Peguei nela pela cintura e pô-la fora desta casa.

Quando ela se encontrava lá em baixo, dei-lhe as malas.

“Agora vou eu!” Disse.

Pôs uma perna de fora e depois a outra saltando e calcando o passeio.

Passado 6 anos, estou livre!

“Estou livre!” Levantei os braços e girei, rindo.

As poucas pessoas que passavam na rua, olhavam para mim.

A Lucy, estava séria a olhar para mim.

“Estamos livres, passados 6 anos!” Agarrei, pelos ombros e abanei-a.

Olhei para os dois lados, por onde vamos.

Eu estava com um sorriso estupido na cara.

“Por onde vamos?” Perguntei á Lucy. Ela encolheu os ombros.

Eu já não sabia como era sentir o sol e o vento na nossa pele, mas neste momento senti. Fechei os olhos e apreciei esse momento.

“Tão bom, sentir isto de novo!” Disse-lhe.

“Vamos pela esquerda! Não pela direita! Em frente!” Disse e peguei na mão da Lucy. Peguei na minha mala e ela pegou na dela, não era uma mala, mas uma mochila.

Seguimos em frente, eu não conhecia isto. Ele trouxera-me para um lugar desconhecido.

Caminhamos por pessoas que nos olhavam de lado. Olhavam para nós como se fossemos extraterrestres.

“Mamã, tenho sede e fome.” A Lucy queixou-se.

Pôs a mão nos meus bolsos e procurei moedas ou notas. Mas não havia lá nada.

Baixei-me para ficar á sua altura.

Pôs as mãos nos seus ombros.

“Lucy, nós não temos dinheiro. Não te posso dar nada. Consegues esperar mais um pouco até encontrarmos um lugar para onde dormir, assim pode ser que fiques melhor.”

Ela assentiu, com um ar triste.

Continuamos a virar para a direita, para a esquerda…

Não conhecíamos nada.

Estávamos agora andar mais devagar.

“Não estás a gostar de estar fora daquela casa?”

“Mãe.” Ela murmurou, mas foi como se não fosse audível, porque eu estava tao alegre.

“Eu estou amar, sentir novamente este a-Lucy!” Gritei quando vi que a Lucy estava deitada no chão presa á minha perna.

“Lucy!” Chamei abanando-a.

“Ai cruzes!” Uma voz masculina soa.

Vejo um rapaz com panfletos na mão a correr até nós.

“Ajude-me!” Digo a chorar.

Ele a meio do caminho larga todos os panfletos, deixando-os a esvoaçar pelo ar.

Ele baixa-se e pega na Lucy, levando-a nos seus braços até onde ele se encontrava. Eu fui atrás dele.

“Ela tem a respiração muito acelerada. Preciso de água!” Ele explica.

“Ma-Mas eu não tenho dinheiro para comprar uma água!” Explico. Ele arregala os olhos.

“Tome! Vá buscar uma água rápido!” Ele quase grita.

Eu corro até ao café que estava no fim da rua.

“Preciso de uma água!” Quase grito.

O homem arregala os olhos com a minha exigência.

Traz a água e eu pago-lhe.

Vou novamente para a beira deles.

“Aqui tem!”

Dou-lhe. Ele pega nela.

“Respira mais devagar! Para eu te poder dar água.”

“O que ela tem?” Pergunto, limpando as minhas lágrimas.

“Uma leve paragem respiratória, calculo.” Ele diz.

“Ela vai ficar bem?” Pergunto.

NEVER. H.S. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora