Never. H.S.- Capitulo 3

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NEVER. H.S.

Passados 6 anos...

"Olha quem é ela? Holly! A nossa bonequinha!" Diz a vaca da Doris. Meu deus como eu a odeio! Ela é a pessoa mais horrível deste mundo!

"Ohhh a nossa Pennyzinha é tão feia e tão cabra!" Diz a Holly a cadela. Elas são as pessoas mais irritantes que já vi, meu deus!

Eu nunca ligo as bocas das cadelas. Se magoam? Sim, magoam. Se me importo? Sim, importo mas não faço com que isso se pareça, pois não quero-lhes dar atenção que elas não merecem. Bem aqui ninguém merece a minha atenção. Também ninguém a tem. Só os meus papás.

"Penny anda jantar!" Gritou a Marcel.

Eu não falo nem olho para ninguém aqui. Nem tenho intenções para isso. Eu quero estar sozinha e sempre estarei ninguém, se importa comigo nem eu quero que se preocupem, porque eu estou muito bem sozinha. Eu trato de mim. Não tenho amigos. Porque as pessoas acham-me nojenta e feia, então não gostam de mim. Então ninguém merece as minhas palavras, o meu sorriso, o meu olhar, o meu toque, o meu abraço, o meu beijo. Não merecem nada que derive de mim.

Quando desci para jantar, já estava toda a gente na mesa. A Holly, Jake, Doris, Anne, Dolly, Carol, Marcel e o Mark. Estes são os únicos que vivem aqui no orfanato. E isto aqui é um inferno! A cabra da diretora Lily, maltrata toda a gente. Ela não gosta de ninguém. Também ninguém gosta dela. Ela é terrível!

Orfanato? Sim, quando o meu pai morreu, não tinha onde ficar, então tive de vir para o inferno deste orfanato que nem daqui posso sair e tenho 16 anos. Isto não é um orfanato, mas sim uma prisão. Eu sempre sonho no dia em que vou sair daqui e me encontrar com os meus papás. E ser feliz para sempre com eles. Mas isso nunca vai acontecer é só um sonho estúpido que tenho à 6 anos. Pareço uma criança que só tem sonho e ele é impossível.

"Penny, passa-me a salada por favor!" Disse o Jake o rapaz mais giro que já vi em toda a minha vida.

Eu não olhei para ele, simplesmente passei-lhe a salada. Mas reparei que ele sorriu-me.

"Meninos e Meninas! Por favor ouçam!" Diz a Lily.

"Daqui a 3 dias, vamos ter uma pessoa nova aqui. Quero que a ou o recebam bem. Como cada quarto tem 2 camas ele ou ela certamente vai ficar no quarto com a Penny" ela diz e o meu garfo cai. Que? Eu sempre tive sozinha e não precisei de ninguém. E agora vem aí um desconhecido viver no meu quarto. Eu olho para ela com pânico e ela mostra-me aquele sorriso amarelo e nojento. Eu não quero ninguém no meu quarto.

"Parece que a Pennyzinha vai ter companhia." Diz a cadela da Doris.

"Tu cala-te Doris!" Eu estava sem paciência e gritei.

"Se não me calar o que me fazes Penny?" Ela diz e eu levanto-me e vou até ela e encaro-a.

"Não me provoques!" Digo e ela começou a ficar com medo, vi no seu olhar azul.

"Meninas! Já para o meu escritório! Agora!" Gritou a diretora nojenta. Estou a ver que arranjei problemas. Isto não é bom!

Eu fui atrás da diretora e a Doris, segui-me. Quando lá chegamos sentamo-nos nas cadeiras à frente da secretaria de madeira e cheia de papéis em cima dela.

"Não gostei do vosso comportamento!" Ela gritou e eu encolhi-me, pois sou muito fraca com sons fortes e começo sempre a chorar quando ouço um som muito forte. Mas contive as lagrimas, engolindo-as.

"Por isso vão ter um castigo!" Avisa-nos.

Eu acho que este castigo não seja muito bom. Só espero que não seja o...

"Despem-se! Já!" Oh isto não é bom. As minhas mãos estavam suadas e tremiam, como gelatina. O meu corpo estava preenchido de medo.

Sim, era o chicote. Eu quando tinha 13 anos tentei fugir e tive que levar castigo de chicote durante 3 dias. Eu estive em coma. Mas não fui ao hospital, senão ela era presa por maltratar uma órfã, a Marcel tratou-me aqui, no orfanato.

Nós despimo-nos e ela atirou-nos para uma maca. Depois prendei-nos os pulsos e os tornozelos, com as correntes que estavam pregadas à maca. Foi ao armário, onde tinha o chicote. Eu detestava o cheiro que vinha daquele armário. Só as memórias dolorosas que aquilo me manda. O cheiro a couro e sangue.

As lágrimas apoderaram-se da minha face. Pois sabia que aquilo era muito doloroso. Mas a Doris, mantinha os olhos fechados e mordia o lábio inferior. Ela nunca levou com um chicote. A primeira vez é a mias dolorosa, porque as seguintes eram mais uns buracos que seriam abertos na tua pele, já nem sentias a dor tão aguda.

"Meninas, vocês irritam-me!" Ela grita e da-nos uma chicotada. Mordi o lábio.

"Ahhhhh!" Disse a Doris já se encontrava a chorar mais que eu.

"Vocês são umas cabras!" Ela grita e chacoteava-nos.

"AHHH! você é um monstro-o!" Eu grito com a minha voz toda e com raiva toda e ela olha para mim, com os olhos arregalados. Eu não disse aquilo? Disse?

"O que é que tu acabaste de dizer?" Eu encolhi-me. Eu não suporto barulhos muito fortes. Ela diz e de seguida dá-me 4 chicotadas com a sua maior força.

"Ahhhh!" Grito de dor.

"Sim, Penny é a primeira vez que tens razão, ela é um verdadeiro monstro." A Doris diz. Arregalo os olhos. Não digas isso, caralho! Mas acho que a diretora não ouviu senão dava-lhe com o chicote.

Depois, de mais de 7 chicotadas. Ela libertou-nos. Eu não sentia o meu corpo, eu não me conseguia mexer. Isto é muito horrível.

Dirigi-me ao meu quarto com dificuldade. Mas de seguida alguém bateu à porta.

"Penny precisas que te limpe essas feridas." Eu não respondi mas comecei a chorar mais, por isso acho que era um 'sim'. Marcel percebeu isso e veio logo com a mala dos primeiros socorros.

"Penny tu não te sentes sozinha?" Claro que sim, mas negava-o. Claro que não!

Eu não respondi. Ela limpava-me as feridas, enquanto eu estava sentada numa cadeira que tenho no meu quarto, que daqui a 3 dias não será 'meu' mas 'nosso'.

"Eu acho que ter alguém aqui a partilhar o teu quarto, não te vai fazer sentir tão sozinha." Ela disse, com compaixão a transbordar-lhe pelos olhos. Mas eu não disse nada.

Ela levantou-se.

"Boa noite Penny!" Ela disse e saiu do quarto.

Eu vesti o pijama e caminhei até à cama, mas não estava a conseguir, pois estava com muitas dores.

Nunca terem uma vida feliz!

NEVER. H.S. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora