Never. H.S.- Capitulo 9

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NEVER. H.S.

Acordei com o som do meu despertador. Eu tinha de ir para a escola. Estava com muito sono, porque na noite anterior não, dormi nada. Nada. Odeio tudo isto.

Olhei para o lado e o Harry não se encontrava lá. Onde se terá metido? Não interessa.

Vesti-me e fui para cantina, tomar o meu pequeno-almoço. Não estava lá ninguém. Eu também não queria encontrar lá ninguém. Solidão, é o meu nome do meio.

Ainda eram 09:31 era a hora de toda a gente estar na cantina. Mas só estava eu. Tinha-se de passar alguma coisa. O que? Eu não sei, mas gostava de saber.

Eu estava no caminho para a escola quando alguém me toca no braço. Ninguém me toca! Afastei o meu braço, virando-me para trás e encarando o Harry. Claro só podia. Fiz-lhe cara de zangada.

"Calma Penny, eu não te quero chatear nem magoar." Disse ele com um olhar triste.

Não respondo.

Ele andava ao meu lado para a escola. Eu nunca tive ninguém que viesse comigo para a escola. Eu nunca tive ninguém.

"Então dormiste bem?" Ele quebra o silêncio constrangedor.

"Si-sim e tu?" Gaguejo, começando a criar conversa. Eu nunca tive uma conversa direita com ninguém. Só com a minha mama.

"Não." Disse ele. Eu olhei através das minhas pestanas e ele estava de cabeça baixa e notava-se a sua tristeza.

"Q-que s-e-e passa?" Perguntei. Eu sou muito curiosa.

"Eu não sei. Acho que a minha solidão está cada vez mais profunda. Eu sinto-me sozinho. Quando eu-eu ti-tinha a minha mãe nada era mau, era tudo maravilhoso e diferente. Agora que já não está cá é tudo mau, triste, só...e eu não quero isto." Ele estava a chorar, o que me fez chorar também, eu parei, ele deu mais 2 passos e depois notou que eu tinha parado. Olhou-me, com lágrimas a limpa-lhe a face. Ele precisa da luz, como eu. Eu tenho de o ajudar e ele tem de me ajudar.

"L-lamento-o." Digo e ele aproxima-se de mim. Limpo as minhas lágrimas.

"Não lamentes" Disse ele muito perto de mim, até demais.

"Po-osso te abraçar?" Ele perguntou, com medo. Não. Não. ‘Lembra-te tem que se ajudar um ao outro.’

Eu assenti. Ele avançou e abraçou-me.

Aquilo era desconfortável e quente, nunca ninguém me abraçou. Aquilo era a luz eu tinha de acreditar, de confiar e aceitar. Mas aquilo doía. Muito.

"Ha-harr-y-y" Eu disse e empurrei-o.

Ele olhou-me confuso.

"Eu-eu..." Eu não conseguia falar. Eu estava me a sentir tonta.

"Eu..." Eu estava a ficar fraca, as minhas perna tornaram-se gelatina e a minha cabeça numa confusão.

"Penny, estás bem?" Ele pergunta e cai redonda no chão.

Eu não consigo.

"Penny, não...não Penny acorda! Socorro! Alguem me ajude!" Eu vi tudo desfocado, ele estava a girar. Vi pessoas a correr até mim de um momento para o outro, tudo ficou preto.

Nunca.

Meu Deus, o que se passa com ela? Ela estará bem? Fui eu o culpado? Não...não...não...não pode ser! Eu sei que ela nunca foi tocada com carinho, mas acho que esse não é o caso de ela estar assim. Ela é a Luz e tem de sobreviver tem de me ajudar e eu tenho de ajuda-la. Meu Deus.

NEVER. H.S. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora