Never. H.S.- Capitulo 15

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NEVER.H.S.

Passado 1 mês...

"Ah! Merda do caralho! Porque é que não sabes estar calada? Sai, sai daqui e não me chateies mais. Merda!" O Harry está à uma hora a gritar e a partir coisas. Ele tem andado muito agressivo. Muito mesmo. Já me deu um estalo. Mas eu não posso fazer nada estou fechada num quarto sozinha sem ver a luz do dia. Sem ter o que comer. Eu não sei se aguento muito mais. A minha missão não foi cumprida. Eu falhei. Não respeitei a sua mãe. A minha mãe diz que tem de haver uma solução. Mas não me diz qual. Terei de descobrir sozinha...

Mas é impossível o que pode uma pessoa fechada num quarto há 1 mês, sem comer, pode fazer?

Pois eu não sei!

Fugir?

Impossível, o quarto não tem janelas.

Derrubar a porta?

Impossível, ele matava-me!

Ele quando está a gritar é como se estivesse a falar com alguém. A gritar com alguém, mas quem?

Ninguém.

Não pode ser ninguém porque ele está sempre a faze-lo.

Pelo menos já se calou.

"Penny! Penny!" Ele bate na porta.

Devo responder?

Acho que não. Assim se ele não obter nenhum sinal meu pode vir ao quarto e eu quero vê-lo. No estado que esteja.

Mas se ele ver que eu estou bem...e depois me mata?

Não! Nunca, ele nunca faria isso!

Não respondo.

"Merda! Penny! Penny! Penny! Querida, Penny!" Ele bate com bastante força.

Não, ele que não me chame de querida!

"Penny, por favor responde...uh...tenho saudades tuas."

Não respondas. Burra. Não respondas. Dizia o meu subconsciente.

Se tivesses saudades minhas, não te deixaria fechada sozinha, sem comer, neste quarto escuro. Gritava o subconsciente.

Tens razão!

Não respondi

"Estas bem, Penny?" Pergunta Harry.

Ouço a chave a rodar em turno da fechadura.

Ele vem aí!

Ele vem aí!

Ele vem aí!

Eu arrastei-me até a um canto do quarto e pôs os joelhos ao peito e abracei-os com toda a força para não arrebentar em lágrimas.

Eu vi a sua sombra. E assustei-me. O meu corpo tremia sem força, a minha respiração era irregular e o meu coração parecia que ia arrebentar.

"Penny! Onde estas?" Ele disse e ligou a sua lanterna e depois encontrou-me.

Agora encontrava-se à minha frente. Espreitei e vi as suas pernas esguias e elegantes.

Ele estava com o seu cabelo grande e muito encaracolado. Com olheiras, com os olhos vermelhos. O rosto continuava belo. Estava com as roupas do mesmo dia que me deixará aqui.

Mas estavam rasgadas.

"Porque não respondeste?" Ele grita e levanta a mão para me bater e eu seguro-lhe na mão.

"Não! Sabes porque não? Sabes?" Levanto-me e continuo a segurar a sua mão.

Ele não responde, só arregala os olhos.

"Para te ver! Para te ver! Eu não respondi para te ver! Mas mesmo assim tinha medo. Eu tinha medo que entrasses aqui e me batesses e era mesmo isso que ias fazer! Mas que raio de Harry é este? Que merda é esta? Fechar-me neste quarto, sem comer. Sem nada. Qual é a tua? Matar-me? Porque não me matas? É mais simples. É só isto e já está. Eu não te conheço. Não te conheci assim. Se eu soubesse que era assim que ia ser aí te conhecer. Preferia ter morrido sozinha naquele orfanato de inferno. Não estar aqui com uma pessoa que eu achava que era de confiança, meu amigo, minha família, meu herói. Mas não...não é isso que tu és! Tu não és nada! Nada! E nunca serás! Agora podes-me bater e até matar! Oupah! Força nisso rapaz rebelde!" Expludo, já a chorar oceanos e largo-lhe a mão.

"Não sei de que pessoa é que estás a falar! Eu sou o Harry! O Harry que tu conheceste!"

Ele levanta a mão para me bater, eu fecho os olhos. Mas aquilo está a demorar muito. Quando abro os olhos ele tinha parado a olhar para as suas mãos. Como um anormal.

"Vês! Eu sabia...há algo que não está certo. Tu és o Harry! O Harry tem de estar aí! E eu quero vê-lo! Agora! Mostra-me o Harry que eu conheci. Eu quero vê-lo." Gritei.

Ele continuava a olhar-me de olhos arregalados.

Depois vira-se e sai do quarto fechando a porta atrás de si.

"Como é que é possível?" Grito e levo as mãos ao cabelo com raiva e a chorar.

"Como? O que se passa com ele? Está possuído? Está doente? Será um psicopata? Estará a sofrer de algum passado? Estará...eu não sei nada! Nada!" Grito.

Quem me dera saber tudo. Tudo!

Como é que irei ajuda-lo?

Não sei.

E nunca irei saber...

"O que se passa comigo? O quê?" Gritava o Harry no andar de cima.

"O que é que me fizeste?"

O que me fizeste? Quem? Eu?

"O que? O que me fizeste? Quando voltarei a ser normal?"

"Ahhh! Merda!" Grita.

Eu tapo os ouvidos e comecei a chorar. Odeio gritos.

Vai ser uma longa noite.

Nunca voltarei a ser feliz.

NEVER. H.S. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora