Azul

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Bonjour! ♥🦋

A família ainda tenta lidar com essa reaproximação, não é fácil conviver após tanto tempo longe.

"Na hora do desespero, todo santo ajuda!"

Link do Galeria Aut para quem quiser saber mais sobre o assunto:  https://galeriaaut.com.br/o-autismo-e-a-praia/

Boa leitura!

- Mia Bitencourt

“Autismo e a Praia:

A mudança de ambientes, proporciona a criança ter novas experiências, ver novos lugares, experimentar situações com as quais normalmente ela não teria no seu dia a dia. Tudo isso contribui para o seu desenvolvimento e aprendizagem.

No meio autístico é sabido também que a atração pela água é inexorável. Logo, a praia torna-se um ambiente estimulador para a criança. – Meiry Geraldo, Galeria Aut.”

Após duas semanas, Amélie já convivia melhor com a nova cor. Usou laços amarelos no cabelo, pegou os lenços amarelos que Marta tinha, estava radiante com aquela cor nova. Vestia-se como uma pequena fashionista e Marta amava isso.

Ainda estava de férias, mas tinha acompanhamento com uma psicopedagoga.

Ana Gabriela Costa era gentil, educada, amava o que fazia. Tem profissionais que simplesmente nasceram para aquilo e Gabie era um deles. Ela trabalhou o amarelo com Amélie, a fez aperfeiçoar cada vez mais e a menina já estava acostumada com a cor. Entretanto, Gabriela deixou a tarefa de ensinar outra cor para os pais da aluna.

A forma amorosa como ensinaram foi fundamental para o entendimento da pequena e após conversar com a psicóloga de Amélie, Vera, decidiu deixar os pais dela tomarem conta disso. Seria bom para José Alfredo e Marta terem aquele momento com a filha, eles também precisavam participar ativamente dos progressos de Amélie e ensinar cores era um bom começo.

A pedido da pedagoga, foram até o consultório dela averiguar o progresso da filha.

- Ela começou a pintar os desenhos, Senhorita Albuquerque. – Gabriela mostrava os inúmeros desenhos sobre a mesa. – Com o decorrer da semana, começou a usar novos tons de amarelo e diferenciá-los por nome. Ela está evoluindo bem.

“Senhorita Albuquerque” mais uma vez o comendador irritou-se com aquela nomenclatura. Era o sobrenome dela, mas queria que ela usasse o dele! “Senhorita Medeiros é mais bonito que Albuquerque.” Pensava o homem impaciente.

- Começaremos a apresentar o azul para ela, o que acha? – Marta perguntou a Zé. – Zé! - Bateu em seu ombro, estava distraído.

- Azul? Ótimo. Pode ser. – Respondeu afobado.

- Viu os desenhos dela? – Falou orgulhosa para o ex-marido. – Conseguimos, querido!

“Querido” era assim que ela o chamava quando eram casados. Ele sorriu, ainda amava aquela mulher e vê-la feliz o deixava feliz.

- São lindos, Marta. – Respondeu analisando as pinturas de Amélie. – Conseguimos.

- Tenho que elogiar vocês, estão sendo fundamentais nessa nova fase da Amélie. Parabéns pelo esforço e principalmente pela paciência, nem todos os pais são assim. – Gabriela falou. Zé tocou o ombro de Marta, eles se entreolharam.

- Nós somos uma dupla infalível. – Disse convencido.

- Somos ótimos pais. – Marta sorriu vitoriosa.

- Realmente. – A moça riu. Arrumou os desenhos em uma pasta e entregou para eles. – Podem ficar com eles, talvez a psicóloga queira ver, desenhos são uma forma de expressão e podem ser analisados por ela.

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