Bonjour! ♥🦋
Quando cai a ficha, algo morre. São tantas informações, tantas duvidas e quando o passado volta à tona nos atinge de forma dolorosa. Será que Marta aguentará? E Zé? Como lidarão com o diagnóstico?
Link do site da Rachel Chaves para quem quiser ler mais sobre o assunto:
http://www.rachelchaves.com.br/as-5-fases-do-luto-no-autismo/Boa leitura!
- Mia Bitencourt
"As 5 fases do luto no Autismo, como acontece?
Existem algumas etapas no processo do luto de uma forma geral, que não precisam acontecer em uma sequência exata, mas que de uma forma ou de outra vão estar presentes nesse processo. Etapas: Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. - Rachel Chaves."
Existe um fator muito complexo após um diagnóstico: o luto.
Cada pai e cada mãe enxerga de uma forma diferente. Reage de uma forma diferente. Vive de uma forma diferente. Com José e Maria não seria diferente, afinal, eram humanos.
O luto após o diagnóstico é pouco comentado, passa muitas vezes despercebido pela euforia de saber o que a criança tem. Mas, por quê luto? Porquê uma parte morre. O que morre exatamente? O filho idealizado.
Quando nasce um bebê, nasce um sonho, uma idealização de como ele será, de como crescerá. É normal os pais terem grandes planos e metas sobre-humanas. Estudarão na melhor escola, serão os mais inteligentes, os mais bonitos, os mais educados, farão aulas de piano, ballet, futebol, pintura, teatro... Crescerão e serão grandes médicos, engenheiros, advogados. Serão grandiosos! Serão tudo aquilo que imaginamos!
Mas, e quando algo os faz fugir daquela linha reta que traçamos logo após o nascimento deles? E se a linha reta, na verdade, for em formato de uma peça de quebra-cabeças? E se houverem curvas? E se... E se não for como sonhamos?
Fazia uma semana do diagnóstico, uma semana que Marta fugira do consultório do psiquiatra, uma semana que Zé tentava negar, uma semana que não tinham paz. Uma semana que Marta não saía da cama, uma semana que Zé pesquisava mil coisas tentando entender algo que, pra ele, não tinha explicação.
- Mamãe! Olha o desenho que fiz! - Mostrava para a mãe orgulhosa.
- Lindo. - Diz Marta olhando às doces orquídeas desenhadas por Mavie.
- Hoje eu fiz um amigo! - Comentou, Marta franziu o cenho.
- Amigo? - Indagou.
- Sim! - Tentava lembrar o nome do menino. - Murilo! Esse é o nome do meu amigo.
- Que legal, Amélie. - Forçou um sorriso. - E você gosta dele?
- Não muito. - Sincera, era a mocinha mais sincera que conhecia. - Ele é chato. - Marta riu.
- Por que ele é chato, filha? - Estava curiosa, Amélie sempre gostou de brincar sozinha! Fazia tudo sozinha, sempre foi assim.
- Ele usa um óculos estranho e disse que não podia ver meu desenho. - Falava confusa. - Queria que ele pudesse ver! - Colocou às mãos na cintura.
Marta tentava entender o porquê dela falar aquilo. Não fazia sentido algum, parecia alucinação.
- Tadinho, deve ter miopia, ou algum problema com os óculos! - Respondeu.
- Ele lê umas bolinhas estranhas, mamãe. Passa o dedo nelas e lê! Eu não entendo nada. - Comentou. Marta finalmente entendeu, era braile, o menino era cego. Por isso não via o desenho!

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Colors
Fiksi PenggemarQuando Amélie nasceu, José Alfredo e Maria Marta já não tinham o mesmo relacionamento de antes. Assinaram o divórcio quando a menina tinha apenas um ano de idade. Zé, sem Marta, teve sua vida completamente transformada, entretanto, Marta seguiu, sem...