Vermelho

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Bonjour! ❤🦋

A escritora aqui é apaixonada por essa cor, e, por conta dessa paixão e do significado por trás da cor, decidiu trazer à tona a noite que Zé e Marta tanto falam!

Link do Jade Autism para quem quiser saber mais sobre o assunto:
https://jadeautism.com/agressividade-no-autismo-como-evitar/

Boa leitura!

- Com paixão, Mia Bitencourt ♥

"Agressividade no autismo: como evitar crises e comportamentos agressivos

Durante uma crise de comportamentos agressivos e repetitivos, é essencial saber as ferramentas para ajudar seu filho. Para minimizar a situação, busque tranquilizá-lo. Se possível, retire-o de ambientes estimulantes demais – tumultos e com muito barulho – e tente apresentar calmamente algo que o tranquilize. – Jade Autism.”

Vermelho é a cor da paixão, da sedução, do ódio. Vermelho é perigoso e instigante. Vermelho é caótico, tão caótico quanto tentar controlar os próprios sentimentos. Vermelho é uma faísca, e faíscas geram incêndios, e incêndios são fogo.

Já dizia Luís de Camões:

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

Ah, o vermelho! Vermelho cor do sangue, sangue esse que ferve por ciúme e por paixão, cor das pétalas de rosa que contrastavam com os lençóis da cama de casal. Cor do batom que ela usava em seus lábios e que logo foi tirado. Cor do vestido que usava na última festa da empresa que estiveram juntos. Vermelho é o rubor no rosto dela, é a cor dos olhos dele quando a viu com outro.

Ela era a paixão e ele o ódio, entretanto, ambos eram vermelho. Carmim, bordô, marsala, cornalina, borgonha! Tanto fazia o nome, se chamava de Maria, de Marta, do escambau, só precisava chamar, ela atenderia.

Eles tinham o vermelho, só precisavam achar. A vida em tons de vermelho é mais instigante. Deveriam ter esperado mais, deveria ser a última cor a ser ensinada, mas desde quando escutam ordens?

Maria Marta conversava com o noivo na frente do consultório da psicóloga de Amélie, era hora de buscá-la. Edgar já não estava mais bravo por conta da viagem, Marta o amava e ele confiava na mulher, não tinha com o que se preocupar.

A imperatriz garantia que odiava o ex-marido, que a viagem tinha sido caótica. Ela só não contou que ela e o comendador tinham prometido concertar as coisas, unir as famílias. Em outrora, os Medeiros e os Mendonça e Albuquerque eram um único clã fechado, nem sempre houveram muralhas, nem sempre foram dois mundos distintos.

- Maria, aquele lá é o Zé? – Edgar olhou ao longe um homem com um terno preto, um caminhar firme e que não tirava os olhos de sua noiva. Era o patife do ex-marido! Só podia ser ele.

Marta olhou para trás, os olhos semicerrados sentiam falta das lentes de grau. Era o infeliz. Era o primeiro contato de José Alfredo e Edgar.

- Que diabos ele tá fazendo aqui? – Pensou em voz alta.

José Alfredo não esperava ver o canalha que tinha colocado um maldito solitário no dedo de sua mulher.

- Que tá fazendo aqui? – Marta perguntou ao vê-lo se aproximar.

- Vim buscar a nossa filha. – “Nossa” Edgar precisava saber que aquela mulher antes fora dele, que os filhos dela eram dele, que ele nunca teria isso com ela. Edgar nunca seria o pai dos filhos de Marta.

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