Colors

Roxo

Bonjour! ❤🦋

Como será que Amélie lidará com o anseio de ter a família reunida? Os irmãos passarão por cima do orgulho por ela? E os pais?

 Link do Autismo em Dia para quem quiser saber mais sobre o assunto: https://www.autismoemdia.com.br/blog/autismo-e-ansiedade/

Boa leitura!

- Mia Bitencourt
 
"Autismo e ansiedade: Como e por que lidar com isso?

Seja em crianças, adolescentes ou em adultos dentro do espectro, é comum ver a problemática combinação de autismo e ansiedade.  É importante saber que isso pode afetar os autistas não apenas de forma psicológica, como também de modo físico. Um autista ansioso pode ter sintomas físicos de ansiedade como taquicardia, palpitação, sudorese, mal estar, ideias e ações de causar ferimentos em si mesmo (automutilação) e pode chegar até a depressão. – Autismo em Dia.”

Roxo é uma cor leve, mas carrega consigo uma melancolia que sufoca. É a cor da introspecção, da tristeza, muitas vezes é tratada como penitência. É a mistura entre azul e vermelho. Quando separamos o azul do vermelho, o roxo não aguenta e se desfaz como o papel ao tocar a água.

Enquanto Marta vivia um dilema com os filhos, José Alfredo tinha que conviver com os lamentos de Clara. Pedro ainda queria uma explicação, Lucas estava em um conflito interno e Clara era birrenta o suficiente para fazer o pai surtar.

As datas comemorativas se aproximavam, faltavam cinco dias para o natal. Marta estava brava por causa do modo como Zé agiu com Pedro. Zé estava frustrado por Marta tê-lo mandado embora da casa dela. Nem havia entregado os berloques para elas! Estavam distantes e a filha caçula estava sentindo a ausência de ambos.

Amélie comentou com a psicóloga que queria passar o natal com a família toda. Segundo ela, estava triste por sempre ter que escolher com quem ficaria.

- Os senhores terão que entrar em um acordo. – Explicou Vera.

Marta e Zé se entreolharam, acordo era uma palavra inutilizada no vocabulário deles. Resolviam tudo na base da discussão, quem resistisse mais ganhava.

- A filha de vocês está ansiosa por causa dos feriados, por isso a agitação dela. – Mexeu em seus papéis. – Esse é um desenho dela, como podem notar, ela voltou a usar cores escuras. – Sentiram um aperto no peito.

- Os natais sempre foram um problema. – Marta comentou. – Nosso divórcio não foi amigável, digamos assim.

- E nossos filhos não convivem, juntar todo mundo em uma casa só é um tiro no pé. – Zé resmungou.

- Se eu digo pro Pedro passar um natal com o pai... ele me esgana! – Era impossível.

- A Clara não quer ver a mãe, nem pintada de ouro. – Estavam encurralados.

- Espera. – Marta olhou para Zé. – Nós temos uma carta na manga. – Arqueou a sobrancelha.

- Eu não tenho carta nenhuma. – Não via uma possibilidade sequer de fazer aquilo dar certo.

- A própria Amélie, besta! – Marta falou e Vera gargalhou. – Se eu explicar pros meninos que a irmã precisa disso, eles vão ceder. Lucas já notou que ela está cabisbaixa e Pedro veio me perguntar o que ela tinha.

- E a Clara tem coração mole. Se ela descobrir que a irmã está doente por causa disso, vai aceitar. – Repensou.

- Só vamos saber se tentarmos. – Marta falou.