Ouro

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Bonjour! ♥🦋

Hoje encerro uma linda trajetória dos Medeiros, a trajetória que fez a vida valer ouro! Nenhuma outra cor poderia ser tão perfeita quanto o amarelo para encerrar essa história. Viver é ouro!

Queria agradecer por cada leitor, cada comentário, mensagem, ideia! Obrigada por amarem Amélie assim como eu amo, por serem pacientes com os altos e baixos desse casal que lutou tanto para ver o mundo coberto por cores. Vocês me fizeram feliz, me trouxeram cores, obrigada!

Boa leitura!

- Com amor, Mia Bitencourt.

Entre as coisas mais lindas que eu conheci

Só reconheci suas cores belas quando eu te vi

Entre as coisas bem-vindas que já recebi

Eu reconheci minhas cores nela, então eu me vi.” – Nando Reis

As cores tem um papel importante em nossa vida, revelam sentimentos, ações, são uma forma de comunicação. Dizem que sem ar ou água não existimos, mas e sem cores? Já se imaginou vivendo em um mundo completamente bicolor? Onde tudo permanecesse em branco, preto ou escalas de cinza? Valeria a pena viver dessa forma?

“A cor está associada à beleza, mas os antigos também falavam de colorir para disfarçar. A palavra cor (em latim, color) é irmã da palavra ocultar (em latim, occulo). Ambas provêm de uma raiz indo-européia (anterior ao latim) kel, que significa esconder, encobrir. Colorir é também esconder com cores.” E é exatamente isso que Marta estava fazendo, encobrindo algo. Era como passar tinta branca em um quadro extremamente colorido, seriam necessárias inúmeras mãos de tinta e ainda assim algumas partes transpareceriam. Foi como voltar ao início quando mentia para si mesma.

O amarelo foi o início, e será, digamos, o fim. Amarelo ouro, a cor da expressão, do falar, da inteligência, da nobreza. O que a prata esconde, o ouro revela.

Anne-Marie já estava farta de tanta mentira! Marta escondia tantas coisas dela que se sentia em uma peça de teatro, a senhora odiava ser uma personagem, a vida não é um palco! A vida é real! Exigia da filha uma explicação. Divórcio, não era a pior pauta nem uma preocupação excessiva, o real problema era o que a Imperatriz escondia sobre a filha.

- Maria Marta, pro quarto, agora! – A fitou brava. Estava farta de tudo aquilo!

- O que? – Marta a olhou sem entender.

- Allons, Maria Marta! Agora! – Reforçou.

- Quem a senhora acha que é pra mandar em mim assim? Dentro da minha própria casa! – Reclamou.  – Estou atrasada, sou uma mulher adulta e tenho mais o que fazer!

- Sua mãe, Marta! É isso que eu sou e é sua obrigação me obedecer. – Apontou o dedo para a escada. – Sobe, agora! Allons! Não me faça repetir!

Todos olhavam aquela cena, ninguém tinha coragem de se meter. As duas só faltavam se matar com olhares. Marta subiu as escadas bufando, os saltos ecoavam pelos degraus, ouviram ela bater a porta e logo Anne foi em direção ao segundo andar.

- Qual o seu problema, Maria Marta? – Anne perguntou ao entrar no cômodo. – Dieu, Marta! Não posso ficar cinco minutos com a minha neta que você já entra em parafuso! Agora essa história de médico! Está me escondendo o que?

- Mãe, eu não... – Foi cortada.

- Calada! Nem uma palavra! Agora você vai me escutar, eu te trato como uma menina, mas hoje vai ser como mulher! Como a mulher que você diz que é! – A imperatriz recuou. – Marta, você engana o teu marido, os teus filhos, mas a mim, a mim jamais!

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