Lilás

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Bonjour! ♥🦋

Por mais magoados que estamos, quando amamos alguém, devemos deixar essa pessoa livre! Como será que Edgar lidará com uma situação que o deixará atordoado? Ele será lilás ou vermelho? Uma mistura dos dois? Ele transitará entre as duas cores?

Link do A Menina Neurodiversa para quem quiser saber mais sobre o assunto:
https://www.google.com/amp/s/ameninaneurodiversa.wordpress.com/2019/04/08/autismo-e-rotina-fazer-as-coisas-sempre-do-mesmo-jeito/amp/

Boa leitura!

- Mia Bitencourt

"Autismo e rotina: fazer as coisas sempre do mesmo jeito.

Uma das características do autismo é a insistência na mesmice. Muitas pessoas com essa síndrome são muito apegadas à rotina. Por exemplo, podem querer comer sempre as mesmas coisas ou brincar sempre do mesmo jeito! Curioso, não? - A Menina Neurodiversa."

Lilás é a cor da intimidade, uma cor tão delicada como um cristal, seu tom acalma, é bem visto, bonito aos olhos de quem vê.

Mistura de vermelho e azul com um pouquinho de branco, ela relaxa, mantém às coisas em seus devidos lugares, uma cor terapêutica. O lilás é a cor do respeito. Cor da nobreza, da realeza! E por falar em nobreza, hoje José Alfredo levaria aquela que ele chama de Imperatriz para comprar os materiais escolares de Amélie.

Buscariam a filha na psicóloga e iriam até a papelaria. Amélie amava essa parte! Amaria mais ainda agora que às cores faziam parte do seu mundo que outrora resumia-se em preto e branco.

- Edgar, eu preciso resolver isso hoje. Às aulas dela começam daqui dois dias! - Marta olhou para o noivo já impaciente.

- Maria, você tinha combinado comigo, eu saí mais cedo do hospital! - Sentou-se na cama impaciente.

- Eu sei! Podemos sair mais tarde, vamos naquela galeria que você queria conhecer! - Comentou. - Deixo a Mavie com o Zé.

- Zé... - Suspirou. - Antes chamava ele de tudo que era nome, agora é Zé!

- Nós nos aproximamos por causa da nossa filha. - Ainda mentia para o homem sem nem pestanejar.

- Percebi, tirou até a nossa aliança. - Marta engoliu seco.

- Edgar, eu já falei que perdi ela em Petrópolis! - Marta simplesmente esqueceu a joia na casa, nem lembrava mais que ainda era noiva.

- Eu sei bem o que tu perdeu. - A olhou cansado de tudo aquilo. - O respeito por mim. Foi isso que perdeu em Petrópolis.

- Para de insinuar que fiz algo errado! Eu precisava de um tempo, precisava respirar! - Explicou.

- Não tô insinuando, tenho certeza! Ficou lá com o teu ex-marido e nem uma maldita mensagem me mandou! - Levantou-se e foi até ela.

- Meu amor, nós temos quatro filhos juntos! Eu sou obrigada a conviver com ele! - Tocou no rosto do noivo.

- Não, Maria. Tu ama ele. É apaixonada por ele. Não sou cego, caramba! - Reclamou.

- Nós precisamos conversar direito, não agora, mais tarde. Tenho que buscar a Mavie na Vera. - Respirou fundo. - Vou tentar voltar cedo.

- "Tentar" agora é sempre assim! Sempre tentando e nunca conseguindo! - Saiu de perto dela.

- Eu tenho uma filha de seis anos e você sabe muito bem que ela é a minha prioridade! Noivou comigo sabendo disso! - Já estava perdendo a paciência.

- Sua prioridade é a Amélie ou o teu ex-marido? - A olhou sério. - Será que a tua prioridade ainda é a tua filha?

Marta ouviu aquilo e sentiu as palavras fugirem de seu vocabulário. Como ele podia supor que a filha não era a sua prioridade? Como ele pôde cogitar isso?

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