Bonjour! ♥🦋
Prata, um tom de cinza, a cor de quem esconde algo! Cor dos valores incalculáveis, do inestimável. Preferem prata ou ouro?! Penúltimo capítulo! Me perdoem se ficou longo ou cansativo de ler, tentei resumir ao máximo!
As cenas da Clara dedico a minha "filha" Malu, ela é a prata da minha vida. Pensamos juntas, foi um pedido antigo dela, e a "mamãe" aqui cumpriu com o combinado. Amo tu, minha Malu.
Link do Campo Grande News para quem quiser saber mais sobre o assunto: https://www.google.com/amp/s/amp.campograndenews.com.br/politica/aprovado-projeto-que-garante-sessao-de-cinema-adaptada-para-autistas
Boa leitura!
- Mia Bitencourt
"Aprovado projeto que garante sessão de cinema adaptada para autistas
A participação de pessoas com espectro autista em cinemas é um verdadeiro desafio, pois a hipersensibilidade auditiva e visual, a necessidade de permanecer sentado por um longo tempo tornam difícil assistir a uma sessão convencional de cinema. - deputado José Carlos Barbosa (DEM)."
Prata, aquela que veio após o ouro e o cobre. A preferida dele, a prata está presente nas pouquíssimas joias que o comendador usa, uma cor elegante, obstinada, séria. Ele gosta de prata e ela prefere ouro, opostos, como sempre. Quase sempre. Entre eles tem o cobre, Amélie gosta de cobre.
O valor da prata é relativamente baixo em relação ao ouro, talvez seja por isso que ele goste. Sua humildade lhe prende a coisas de valor menor, porém inestimáveis de significado. Ela ama ouro por sempre ter aprendido que joias de ouro são mais valiosas, requintadas. Ele ama prata por causa dos brincos que a avó usava, um presente que ele pode dar com o primeiro salário do primeiro emprego que conseguiu quando menino. Ela merecia ouro, diamantes, mas ficou encantada com os pequenos brincos que ganhou, o sorriso daquela humilde senhora ainda preenche os pensamentos dele. Pequenas memórias que o fazem quem é.
Tinha uma pessoa naquela casa que o lembrava a avó - Claraíde, a empregada engraçada que também usava brincos de prata e puxava as orelhas dele sem medo de ser demitida. Talvez fosse o humor dela, o sarapatel que ela fazia ou as risadas gostosas que dava. Bom, não sabia ao certo, só sabia que o aniversário dela tinha chegado e que comemorar era importante.
Mandou comprarem cerveja e alguns quitutes, hoje não haveria trabalho, ela seria uma convidada sublime. Agosto tinha chegado, um mês comemorativo.
- Que tá fazendo, Claraíde? - Ele perguntou rindo.
- Soprando canela, primeiro dia do mês, comendador! - Explicou.
"Soprar canela" lembrava daquilo, a avó também fazia, trazia prosperidade. Posicionada na porta de entrada da casa, soprava o pó de canela de fora para dentro, ritual feito todo dia primeiro do mês, ela acreditava fielmente que a prosperidade viria. O perfume da especiaria espalhou pelo ambiente, antigamente servia como moeda de troca junto com o cravo e a pimenta-do-reino, por exemplo. Tinha valor. Era importante.
Crendices, canela tinha cheiro de casa.
- Acabou? - Perguntou o homem.
- Agora sim, seu Zé! - Bateu uma mão na outra.
- Então vem cá! - A puxou pela mão.
A empregada estava preocupada, estava em casa de folga, era seu aniversário, a chamaram as pressas, passou no mercadinho da esquina, comprou a canela e foi de encontro aos Medeiros. A levou até a sala de jantar, uma enorme mesa estava a postos, convidados a esperavam.
- Feliz aniversário, Claraíde! - Todos sorriam, lacrimejou.
- Surprise! - Amélie falou junto com o pai, haviam combinado.

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Colors
Hayran KurguQuando Amélie nasceu, José Alfredo e Maria Marta já não tinham o mesmo relacionamento de antes. Assinaram o divórcio quando a menina tinha apenas um ano de idade. Zé, sem Marta, teve sua vida completamente transformada, entretanto, Marta seguiu, sem...