Colors

Marfim

Bonjour! ♥🦋

Ah, a música! Ela nos faz sentir, viajar entre uma melodia e outra. Hoje, Mavie retornará a ter amor pela música e pelo seu amado piano. E Clara... Maria Clara ganhará cores!

Queria agradecer a minha "filha" Malu por ter me dado tantas ideias para esse capítulo, que nossa relação seja como marfim, minha linda! Amo tu.

Link do Aprenda Teclado para quem quiser saber mais sobre o assunto:
https://www.aprendateclado.com/estimulo-para-criancas-com-autismo/

Boa leitura!

- Mia Bitencourt

"A música como estímulo para crianças com autismo:

Segundo especialista em Musicoterapia, professor Gustavo Schulz Gattino, pessoas com autismo tendem a contar com uma alta capacidade para percepção de melodias, além de que em função do contato com a música, conseguem relacionar emoções e sentimentos, assim facilitando a comunicação, algo tão difícil de ser feito por pessoas com autismo. - Aprenda Teclado."

Marfim carrega consigo a antiguidade. Algo sólido, durável, inquebrável. É um relacionamento que construímos de forma tão sólida que é impossível se desfazer. É a certeza da longevidade.

Traz consigo um ar de riqueza, de sofisticação. O marfim está nas teclas de piano que eram perfeitamente dedilhadas por Amélie, está nas notas musicais de fluíam do mesmo e que formavam a belíssima melodia de "Para Elisa" de Beethoven. Amélie sabia tocar aquela bagatelle com maestria.

Tudo precisava se encaixar como peças de um dominó que também continha marfim.

- Vamos pra minha casa. - Ela disse ainda envolta pelos braços do marido. - Eu mando alguém dar um jeito nessa sala, levo os contratos comigo e assino tudo.

- E a Amélie? - Ele suspirou.

- Levamos junto, amanhã seguimos a rotina dela. Não se preocupe. - Sorriu de canto.

- Sei não, Marta. Preciso ficar aqui e manter tudo em ordem. - Repensou.

- Zé, deixa comigo! - Tocou o rosto dele. - Preciso de você bem e hoje nada tá bem! Mas, vamos fazer ficar. - Ele assentiu. - Confia em mim?

- Confio. - Os dois levantaram do sofá. Marta ajeitou a gravata do marido.

Enquanto ela juntava os contratos, o comendador fitou o quadro que tanto amava e entristeceu com a cena.

- Ei, não fica assim. - O abraçou por trás. - Vamos concertar.

- Eu quero tirar esse quadro daí. - Falou baixinho.

- Por que?! - Parou-se a frente do homem. - É o seu monte!

- Não, não é. Não mais. - Negou.

- Devia dar uma volta por lá, sempre te fez bem. - Deu a ideia, ela fitou o enorme quadro e ele a abraçou por trás.

- Quer ir lá? - Ele disse.

- Lá onde? - Perguntou ainda desacreditada.

- No Monte. - Ao ouvir aquilo, Marta o olhou sem entender.

Ele nunca levou alguém lá, ninguém. Nem os filhos, ressalvo Josué que o seguia em todos os cantos.

- Tá brincando. - Ela sorriu de canto.

- Tô nada. Me responde. - Mexeu em seu bigode.

- Vai me levar no seu santuário? - Cruzou os braços. Ela sempre o respondia com novas perguntas que o faziam responder com outras novas perguntas.