Take me to church

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Um lugar de salvação, a igreja descrita por religiosos, é um lugar puro, um lugar em que se busca um Deus maior, Deus esse que lhe liberta da maldade do mundo, purifica a sua alma e lhe almeja com tal glória. Se pararmos para pensar, o que esse Deus acha dos pecantes não arrependidos?, Esses que não buscaram a casa do pai para ser "libertado" dos pecados do mundo, a salvação realmente é para todos?.

Taehyung estava a ponta da mesa, um grande pedaço de madeira, cortado em um retângulo exato, vernizado, bem polido; o ansião se fazia cara a cara com o diabo, fitava aqueles olhos perjurados, a face sedutora, pálida.

Jungkook estava tão próximo, o cão podia sentir aquele aroma de outrora, seus olhos  seguiam o delinear daquela pele, pura Luxúria. A comida estava servida, Abgail preparou carne de porco assada para o almoço; o tic tac do relógio na parede gelava o reverendo, temia o diabo.

—Espero que esse almoço esteja a sua altura, Taehyung.— a mulher corta o silêncio.—Vejo pelas suas vestes, você parece ser bem chique.—

O cão gargalhou, realmente vestia um terno caro. Fitou fundo os olhos doces da mulher, ergueu-lhe a mão alheia, galanteador, levou-a a um selar simples.

—Quanto a isso, não se preocupe. Não sou um cara tão exigente.— Sibilou rouco, o loiro sentiu, estremeceu, Lúcifer percebeu isso.—Não é, senhor Jeon?!.—

Assustado, o reverendo assentiu, disfarçou enchendo a boca com uma ou duas colheradas, queria fugir daquele assunto de qualquer maneira.

Taehyung Bebericou um pouco do suco de maçã em sua frente, doce demais, sentia falta de todo o amargar que o seu bom e velho whisky trazia. Achava completamente sem graça o estilo de vida dos puritanos, sem álcool, sem sexo, ou seja, completamente sem emoção.

Fôra levado em seus pensamentos, fitando Jungkook, esse que vez ou outra correspondia aos olhares do diabo; Lúcifer não entendia tal beleza, aqueles olhos tão diferentes do resto do mundo, toda aquela luz que emanava de tal ser, completamente estupefato.

—Me diga Taehyung, de onde você conhece o meu marido?.— Um tom de voz baixo, submisso.

Fitou a mulher com um sorriso sacana

—Nos encontramos em um
dia difícil.— os olhos do ansião se arregalaram. —Eu o prestei ajuda. Não foi reverendo?.

—Si-sim, o Taehyung é um homem muito generoso.— era friamente observado.

—Isso foi muito gentil de sua parte.— acariciou a maçã do rosto alheio.— É bom ver jovens tão educados hoje em dia.

—Quem sabe você e o Jungkook não viram amigos.— o diabo riu, adoraria ter aquele loirinho, já o reverendo não pareceu gostar. —Poderiam ir a igreja juntos.—

O cão sorriu. Queria realmente gargalhar, se soubesse a mulher, que estava oferecendo o lugar de Cristo ao diabo, não adoraria tanto a idéia.

Jungkook, fitando o gramado verdinho da entrada daquela casa, sentia a grama com os dedos, bem lento, gostava de todo o aroma da natureza, o aquecer do sol sobre a pele. Se desfez do tapa olho coreano que já lhe marcava ao redor dos olhos, não tinha ninguém ali, ninguém veria o seu olho, deitou-se ao chão, queria observar o céu, tão azul, tão grande, essa era a casa de Deus de acordo com a doutrina levada.

Estava sendo observado, o diabo lhe secava a distância, percebeu que a beleza do menor era melhor ainda sobre a luz do Sol, a pele leitosa meramente ruborizada, aqueles olhos mais azuis que o normal; fôra até o loiro, parou diante a ele, fitando-o de cima, que bela imagem, ver o filho do reverendo diante a suas pernas.

Aonde o diabo se escondeOnde histórias criam vida. Descubra agora