Sweet Scent

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O aroma do diabo, o cheiro que Lúcifer carrega com si, vai de acordo com sua face. A verdadeira face do tinhoso, aquela que se faz presente ao inferno, essa é dona do aroma de enxofre, um cheiro forte, presente, algo bem distante aos perfumes mundanos.

Os solados caros, tocavam o caminho de pedra, esse diante aos portões da casa de Deus. A igreja que acolhe os seguintes do pai, aqueles que se desfizeram de suas vidas, para seguir a vida de um Deus maior.

Jimin estava consigo, o loiro fitava o lugar com certa inquietação, fazia tempo desde o seu último contato com o pai, lembrou do dia em que caiu, levou-se para fora do céu junto ao Lúcifer, sem um rumo certo, apenas coragem. Até hoje não se sabe o motivo do mesmo ter deixado tudo para trás, apenas para seguir o irmão, talvez não se tenha um motivo de fato, talvez Jimin entendesse as vontades de Lúcifer, talvez o diabo tivesse razão.

-Por que estamos a frente
da igreja?.- perguntou ao moreno.

-Eu tenho algumas coisas para resolver por aqui.- Sibilou frio, apenas ajeitando o terno vinho que usava.

Seguiu o caminho até a parte de dentro da construção.

Adentrou o ambiente, fitando aquele lugar, havia um brilho incomum alí, uma luz que podia até incomodar os olhos alheios. A casa de Deus, todos aqueles humanos medíocres, saiam de suas casas toda manhã para vir aqui, culpar o diabo de seus pecados e se ajoelhar em misericórdia para um Deus que provavelmente não lhe davam muita atenção.

Os olhos de Lúcifer, carregados pelo tédio, procuravam apenas uma coisa; o loiro, esse que agora estava no canto do palco, fechado, se esforçando ao máximo para se esconder diante a multidão. Não gostava do barulho, incomodavam os seus ouvidos, Jungkook não era um completo religioso, apenas seguia o destino que sua família escolheu para si, o caminho descrito pelo pai, esse que afirma a amizade com Deus, um profeta.

Jungkook visou o cão, o achou em meio a multidão, sentado em uma das fileiras de cadeira, bem no meio.

Se questionara quem era o outro, o loiro que tocava um dos braços do diabo, por algum motivo se sentiu enciumado, não deveria, era o que pensava; gelou ao ver o moreno olhar para si, aqueles olhos estavam se encontrando de novo, com a mesma intensidade. Fazia ambos os corpos estremecer, Jungkook sorriu, Taehyung também.

O loiro no palco não usava o tapa olho, como prometido. Jimin percebeu, viu os olhos perjuros do cão brilhar, um brilho incomum. Seguiu a linha e achou o puritano, sorrindo forte para o diabo, nem imaginara a face oculta ali.

-Então esse é o puritano que anda roubando toda a atenção do
tinhoso?.- Jimin disse curioso, também provocativo.

-Jungkook.- Sibilou ácido.-O nome do puritano, é Jungkook.-

Com o olhar frio do diabo sobre si, o loiro ergueu os braços em rendimento, ainda sentia as dores nas costelas por seu último desentendimento com aquele, não iria provoca-lo.

Voltou o olhar para esse, que tomara lugar diante ao microfone, iria cantar.

A voz suave do loiro logo adentrou os tímpanos do cão, era magnífico, calmo, levava as batidas do coração de Lúcifer com si. Taehyung sorriu, admirado, sentiu o seu corpo pedir por aquele ser, era quase nescessário.

Ao fim de sua apresentação, Jungkook recebeu um beijo demorado na testa, dado pelo reverendo. Esse não gostara tanto do toque do pai, tinha motivos.

Percebeu o cão se aproximar lentamente, sorriu bobo, gostava de sua presença; teve umas das mãos beijadas por tal, galanteador.

-Você foi incrível.- disse formidável, levou o polegar até a lateral do rosto alheio, fitando o ruborizar das maçãs.-Vejo também que não está usando o tapa olho, é bom ver os seus olhos.-

Aonde o diabo se escondeOnde histórias criam vida. Descubra agora